sábado, 30 de julho de 2011

O poder da Copa do Mundo

É estranho dizer isto, mas... é incrível a atmosfera que uma Copa do Mundo nos trás, mesmo antes de seu princípio, num sorteio de grupos para eliminatórias continentais. São tantos escândalos de corrupção envolvendo entidades como a FIFA e CBF, obras que rolam superfaturadas de lá para cá e vice-versa, atraso nas liberações e tantos outros casos que nos faz, por vezes, pensar se é realmente válido ter um mundial no Brasil.
Em meio a todos estes problemas, começa a cerimônia e a abertura oficial da Copa de 2014 é transmitida pela primeira vez ao mundo. A boca se cala, o coração aperta e uma lágrima cai. Com o maravilhoso hino da FIFA ao fundo, vejo alguns jogadores brasileiros, o zagueiro Puyol, vários outros craques e, por fim, a taça mais valiosa do planeta.

Automaticamente alguns lances aparecem como flash em minha cabeça, lances que representam a verdadeira essência do futebol e de uma Copa do Mundo, tal qual o gol de Carlos Alberto Torres na final de 70, os biquinhos de Ronaldo em 2002, além da genialidade de Iniesta para dar o primeiro título à Fúria em 2010.
Mas não só de lances bonitos são feitas as Copas, há um tempero para que possamos apimentar um pouco mais as partidas. Em 1966, durante a final do torneio, o inglês Hurst chutou, a bola pegou no travessão alemão, caiu fora, e a zaga afastou. Gol dado pelo árbitro e a Inglaterra conquistava seu primeiro mundial. O troco demorou, mas apareceu. Mais de quarenta anos depois, em 2010, Frank Lampard chutou para empatar o duelo válido pelas quartas-de-final, a bola bateu no travessão e atravessou 33 centímetros antes de quicar com muito efeito e voltar para as mãos do goleiro Neuer. Para o desespero do meia autor do gol e de Wayne Rooney, que já comemoravam, o gol não foi validado e a Alemanha goleou por 4 a 1.

E o que dizer do gol? O grande momento do futebol deve ter uma comemoração a altura, ainda mais durante um mundial. Pode ser extravasando, dançando ou gritando, o importante é jogar tudo que está dentro de si para fora, assim contagiando todo o público que assiste ao jogo. A Coca-Cola, as vésperas da Copa da África, produziu uma propaganda brilhante que mostra exatamente o que se passa durante o mesmo. Clique aqui para visualizar o tal.
Só quem já viu um gol de seu time ou de sua seleção em momento de extremo nervosismo é passível de compreensão da loucura que toma conta de um ser humano neste momento. É gol!

Foi dada a largada. Que o Brasil se prepare, dentro de campo comandado pelos garotos e fora pelos dirigentes, para que em 2014 possamos realizar a maior Copa da história e, como disse Zagallo: "Nós vamos vencer!".

Furacão manso

Há alguns anos, desde 2006 para ser mais preciso, que o Atlético Paranaense sofre momentos de mais baixas do que altas, se comparado à sua recente história. Campeão brasileiro em 2001, o Furacão viveu o melhor momento de sua história até 2005, quando fechou o nacional na sexta posição e ainda faturou o vice-campeonato da Taça Libertadores.
De lá pra cá muitos sustos e um namoro que está prestes a virar casamento.
No dia 14 de julho de 2005, o São Paulo goleou um aspirante à grande brasileiro por 5 a 1 e o mesmo caiu, não mais conseguindo levantar-se. O resultado era esperado após um empate em casa (a primeira partida foi realizada no está
dio Beira-Rio, já que a Arena da Baixada não possuía a capacidade necessária para tal evento) por 1 a 1, porém o sonho de conquista ainda era vivo no coração de cada rubro-negro. A derrota pesada no jogo de volta, mandado no Morumbi, parece mesmo ter sido um divisor de águas na história do clube paranaense.

O período entre 2006 e 2009 foi muito conturbado, porém sem grandes derrotas. Nesta fase, por exemplo, o Furacão não ficou nenhuma vez entre os dez primeiros do campeonato brasileiro, situação habitual na primeira metade da década passada.
Até que em 2010, quando tudo parecia ir de mal à pior - mais uma vez, chegou o salvador Carpegiani. Pegando o time na zona de rebaixamento, Paulo César pôs um ponto final na má fase e levou à briga pela disputa no principal torneio continental. O desfecho tinha tudo pra ser perfeito, se o técnico não aceitasse uma proposta do São Paulo para largar o rubro-negro e treinar o Tricolor. Com a saída do ex-craque colorado, o clube liderado por Maikon Leite, Paulo Baier e Guerrón viu-se em situação normal, não mais candidato à vaga na Libertadores como em outrora, no entanto, o sexto lugar foi perfeito para quem achava que por mais uma vez o Atlético lutaria para não ser rebaixado.

Lembra do tal ponto final que Carpegiani colocou na má fase recente do Atlético? Então, esqueçam o "final". No futebol nada é eterno, o futebol é momento!
E o momento do Atlético, mais uma vez parece ser delicado: na décima segunda rodada, o rubro-negro venceu apenas uma partida e é lanterna absoluto da peleja.
Depois do sucesso de Geninho e Carpegiani, chegou a vez de Renato Gaúcho fazer o Furacão voltar a ventar mais forte.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Santos 4x5 Flamengo - Pra sempre

Uma quarta-feira em que jogadores voltaram a ser artistas e que os gramados voltaram a ser palco para seus shows. Foi assim no Couto Pereira, onde o São Paulo de Adílson Batista abriu quatro tentos de vantagem sob o Coritiba que, não abalado, partiu pra cima marcando três vezes e bateu na trave quando o objetivo era o empate.
Mas o grande jogo (lê-se espetáculo), ocorreu na Vila Belmiro. Santos e Flamengo entraram em campo para protagonizar um evento que jamais sairá da história ou da cabeça daqueles que tiveram o prazer de acompanhar.

Que jogo! Roteiro magnífico, direção perfeita e, é claro, atuações dignas de Oscar.
De um lado Neymar. Ele viu Borges matar a bola após belo lançamento de Elano e colocar no contrapé do goleiro Felipe. Depois puxou a bola numa espécie de bicicleta para o camisa 9 santista fazer seu segundo no jogo, ampliando o marcador. Mas o climax de sua atuação ficou para o terceiro gol: o menino prodígio da Vila, de letra, deixou dois flamenguistas pra trás, tabelou com seu companheiro para sair mano-a-mano com Ronaldo Angelim, em quem deu uma meia lua antes de encobrir o arqueiro do time carioca. Pintura!
O Santos abriu 3 a 0 no primeiro tempo e uma virada não mais parecia ser possível. Engana-se quem pensa isso de um time que tem em seu grupo o mágico Ronaldinho. Foi ele quem abriu o caminho para reação tocando para as redes desprotegidas após falha de Rafael. Responsabilidade do camisa 10 também, por duas vezes melhor do mundo, foi o cruzamento do terceiro gol, o do empate, quando a bola foi de encontro a cabeça de Deivid e depois para o fundo da meta.
Houve ainda um lance descrito em roteiro como ataque, o início da confrontação, que mudou pela primeira vez o rumo do jogo. Elano teve, em pênalti sofrido por Neymar no primeiro tempo, a chance de fazer 4 a 2 e assim voltar a ter conforto no jogo. Pressionado pelo erro na Seleção Brasileira e por problemas pessoais, era nítido o apavoro do homem-da-bola-parada, que em um insight paradoxal de medo e coragem resolveu dar uma cavadinha. Ele não tinha nada a ganhar e resolveu perder mais um pouquinho, afinal, quem tá na chuva é pra se molhar. Felipe, que ficou plantado no meio do gol, pegou e ainda tirou onda com algumas embaixadinhas mequetrefes e, principalmente, dignas.

Com o placar igualado, as equipes e o futebol brasileiro voltaram para o segundo tempo, este menos intenso, mas tão emocionante quanto seu antecessor.
E foi Neymar quem começou ditando o ritmo quando botou o Peixe mais uma vez a frente do marcador. O talentoso camisa 11 deixou David Braz no chão e colocou onde Felipe jamais chegaria para fazer o quarto, terminando assim sua apresentação.
Cedo demais, monstrinho. Ronaldinho voltou a fazer, de repente, a obra que havia deixado inacabada em 2005: o futebol. Um golaço imaginativo de falta e mais um gol de oportunismo selaram o placar em uma virada histórica por 5 a 4 para o Flamengo.

Não só virada histórica como jogo histórico, um marco para o futebol. Não vi Pelé mas vi Neymar e Ronaldinho. Juntos! Um garoto com idade próxima aos 10 anos que está começando a acompanhar futebol agora achará normal um jogo como de ontem. Os anos passarão, ele enfim reconhecerá o que acabara de ver e então se orgulhará de ter visto tal show.

Uma partida antológica como tal não acaba ao fim dos noventa minutos, fica guardada para sempre no coração daqueles que amam o esporte bretão.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Barcelona brasileiro

É fato que o Barcelona tornou-se o time da moda na temporada 2010-2011. E quando me refiro ao "time da moda", não estou sendo irônico, mesmo tendo minhas preferências pelo Real Madrid. É maravilhoso ver o time catalão jogar. Defesa segura, mesmo que improvisando Busquets e Mascherano por vezes, meio-campo que envolve equipes adversárias no bom toque de bola com Iniesta e Xavi, e por fim, é claro, Messi. Campeão do Espanhol e vice da Copa do Rei, o Barça ainda conquistou a UEFA Champions League e garantiu o direito de disputar o mundial do Japão, em dezembro.

Com tal referência, os clubes do Brasil entraram com tudo na briga pelo título de 'o Barcelona brasileiro'. Candidato natural já que era até então o campeão da América, o Internacional decepcionou. Nem Celso Roth, muito menos seu substituto, o ídolo Paulo Roberto Falcão, na temporada 2011 o Colorado ainda não conseguiu deslanchar. Mesmo vencendo o Gaúchão, Falcão não conseguiu a confiança da diretoria do Inter e caminhou para sua demissão, que ocorreu na 9ªrodada do Campeonato Brasileiro.

O fracasso colorado credenciou o Cruzeiro do técnico Cuca à taça inexistente. E a Raposa fez por merecer com um início de ano avassalador. Vitórias convincentes com o time reserva no estadual e goleadas em clubes como o Estudiantes por exemplo, na Taça Libertadores da América ditaram a realidade: o celeste tinha não só um excelente elenco, como um time titular muito entrosado.
Tudo ia muito bem, até que o Cruzeiro recebeu o Once Caldas em Sete Lagoas e perdeu um jogo que poderia até empatar, devido ao bom resultado fora de casa. Crise na Toca da Raposa, Cuca demitido em seguida, e o Cruzeiro ainda não voltou a repetir as boas atuações.

Então, o Barcelona brasileiro é... Santos Futebol Clube!
Ué, mas logo o Santos? Tudo bem que ganhou tudo que disputou este ano, que tem Neymar, Ganso e Elano, mas e o Muricy? Ele bota o time todo atrás, foi assim que ganhou a Libertadores. Teve muita sorte na final do Paulista contra o Corinthians, afinal, não é atoa que hoje o Timão é líder isolado do Brasileirão.
Usei destes argumentos, os mais encontrados na internet "cornetando" o time alvinegro, para contrariar qualquer possível dizer que venha a tirar este título imaginário do time santista.
No primeiro semestre, liderado por três estrelas - Neymar, Elano e Ganso, o Santos venceu o Campeonato Paulista e a Libertadores, o último levando o clube ao Mundial Interclubes. Mas faltava algo, o futebol ainda não estava redondo. Isso ficou claro quando Muricy Ramalho necessitou jogar com os 11 atrás no México, no jogo de volta contra o América, para conquistar a classificação às semi-finais do torneio continental. A coisa piorou quando suas estrelas começaram a ser convocadas por Mano Menezes para amistosos e Copa América, e jogadores coadjuvantes foram chamados à sub-20 para a disputa do Mundial. Com o time praticamente reserva no Brasileiro, o Santos ainda fechou esta fase em 14º lugar, mesmo com três jogos a menos em relação ao líder.

Até que a diretoria Santista resolveu e investiu pesado durante a janela trazendo Ibson, Henrique, Alan Kardec e Borges. Somando estes craques ao elenco fortíssimo do Santos, falta espaço no time titular. No ataque, por exemplo, quem será o parceiro ideal para Neymar com Diogo, Keirrison e os recém-chegados para disputar apenas uma vaga? Além de titulares absurdos, o Peixe agora terá suplentes capazes de faturar mais uma Libertadores.

E o Muricy? Melhor técnico do Brasil há pelo menos cinco anos, sabe o que faz. Já avisou que para a próxima partida - contra o Flamengo, a primeira com o time completo, jogará para frente. É necessário defender, como foi feito durante a Libertadores, quando não temos time para atacar durante todo o jogo. Mas com esta seleção...

Com o melhor elenco brasileiro da atualidade, o Santos, ou 'Barcelona brasileiro', é o único capaz de deter o Barcelona Original no Mundial. Portanto, o Peixe tem até o fim do ano para levar o time perfeito que tem no papel, como descrito anteriormente, para dentro das quatro linhas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ciúmes de vocês

Dia de convocação para a Seleção Brasileira é sempre cercado de expectativa, mesmo que seja somente para mais um amistoso. Mas dessa vez a coisa foi diferente. Engasgado pela fumaça que invadiu a CBF pós-fracasso na Copa América, o técnico Mano Menezes ainda viu-se pressionado por um outro treinador, tido por muitos como sua principal ameaça. Muricy Ramalho foi duro quanto à possível convocação de seus principais jogadores para mais um amistoso: "Querem levar os jogadores de novo? Tudo bem. Então não tem jogo. Outra vez contra o Corinthians?" - esbravejou o treinador.
Mano fingiu não ouvir ou, ao menos, deu alguma importância para declaração do santista. Tirando Elano, que foi barrado da Seleção pelo pênalti perdido contra o Paraguai, - "conta aqui pro bonequinho" - as outras jóias santistas foram convocadas.

Veja a convocação completa:
Goleiros: Júlio César (Inter-ITA) e Victor (Grêmio)
Laterais: André Santos (Fenerbahçe), Dani Alves (Barcelona) e Maicon (Inter-ITA)
Zagueiros: David Luiz (Chelsea), Dedé (Vasco), Lúcio (Inter-ITA) e Thiago Silva (Milan)
Meias: Elias (Atlético de Madrid), Fernandinho (Shaktar Donetsk), Lucas (São Paulo), Lucas Leiva (Liverpool), Luiz Gustavo (Bayern de Munique), PH Ganso (Santos), Ralf (Corinthians), Ramires (Chelsea) e Renato Augusto (Bayern Leverkusen).
Atacantes: Alexandre Pato (Milan), Fred (Fluminense), Jonas (Valencia), Neymar (Santos) e Robinho (Milan).

Brasil e Alemanha se enfrentam em um amistoso no dia 1o de agosto, em Stuttgart.

A grande novidade ficou por conta da convocação de Dedé, zagueiro do Vasco. Aclamado por 'cartoleiros' e considerado por muitos o melhor zagueiro atuando no Brasil, o xerife cruzmaltino finalmente terá sua oportunidade, na vaga do experiente Luisão.
No entanto, algo que realmente me surpreende é a chamada de Fernandinho. Tudo bem, não é a primeira vez que o meia, que fez muito sucesso atuando no Atlético-PR em 2003/04, é convocado, entretanto não vive boa fase. O atleta, que já fora convocado anteriormente pelo ex-corintiano, hoje não passa de um bom banco na Ucrânia, em um clube tomado por brasileiros.

A fase não é boa, devemos admitir. Mas é preciso continuar a renovação para que em 2014 possamos ter alguma chance de erguer a taça mais famosa do mundo pela sexta vez.

domingo, 24 de julho de 2011

Si, se puede!

Coisa de louco essa Copa América 2011. Enquanto os favoritos ficaram pelo meio do caminho, coadjuvantes se aproveitaram para obter a glória. Em uma análise pré-torneio, quem ousaria arriscar que o Peru seria o terceiro colocado? Ou pior: quem seria corajoso o bastante para apontar a Venezuela na frente de Argentina e Brasil na classificação final? Tirando os mais otimistas Peruanos e Venezuelanos, ninguém.
"Vamos muchachos! Viva Venezuela! Viva la Vinotinto!" - Até o detestável presidente da Venezuela se rendeu aos bons resultados de sua seleção no twitter. Hugo Chávez, ou @chavezcandanga, enalteceu o bom futebol da Vinho Tinto mesmo após a goleada sofrida para o Peru na disputa do terceiro lugar. - "Se lo merecían, campeonísimos!".

E o que dizer do Paraguai? A seleção de camisa alvi-rubra e calções azuis ficou muito próxima de uma façanha que arranharia o orgulho do bom futebol. Em seis jogos foram cinco empates, uma derrota e absolutamente nenhuma vitória. Mesmo assim, vice-campeã. A seleção Paraguaia chegou a final sem vencer um jogo sequer.
Até que os deuses que protegem o futebol bem jogado decidiram pôr um ponto final na maré de sorte que vivia o Paraguai e, para isso, colocaram a melhor seleção das Américas para encará-la na final, o Uruguai.

A Celeste Olímpica fez por onde conquistar a Copa América 2011. Além de um time que envolve - de diferentes formas - o adversário e sua torcida, o Uruguai tem uma fibra que conquista todos que o assistem jogar. Na final, goleada sobre o Paraguai por 3 a 0, título de melhor jogador do torneio para Luis Suárez e pasmem, troféu fair-play erguido por Diego Lugano. Desfecho perfeito para um torneio tão estranho.
Com a conquista, o Uruguai chegou à 15ª conquista e se isolou como maior vencedor da competição. O título também é outro passo na reconstrução da Celeste bi-mundial, que desde o quarto lugar na Copa do Mundo da África vai retomando seu posto entre as maiores seleções do planeta.

Maluco, as avessas... bizarro! Adjetivos não faltam para qualificar a Copa América da Argentina. Mas sem nenhuma dúvida, o que prevalece entre tantos, chama-se justiça.
O troféu termina em boas mãos, o Uruguai foi o único digno de o levar para casa. Mesmo assim fica o recado: o futebol está cada vez mais equilibrado e todos podem entrar nas competições pensando no título. Sim, todos! Até mesmo vocês, azarões, Argentina e Brasil.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Gladia(dor)

Na última quarta-feira(20), durante o confronto entre Palmeiras e Flamengo, um lance em especial levou o jogo à uma outra atmosfera, inferior. Kleber, atacante do Verdão, jogou o fair-play no lixo ao não devolver a posse de bola para os rubro-negros, e ainda por cima partiu em direção de sua meta e por muito pouco não ampliou a confusão fazendo um gol.
Ok, ok. Eu sei que tem muita coisa errada na CBF, sei que tem jogador que força terceiro cartão amarelo para se poupar, sei que existe mala branca e também mala preta. Mas não é o caso. Não se justifica um erro com outro. Se soubéssemos o quanto de podridão que há por trás do esporte, desistiríamos de acompanhá-lo.

Não é a terceira ou quarta vez que acontece, muito menos a primeira. Kleber tem um longo histórico de polêmicas dentro e fora dos gramados. Franzino, começou no São Paulo e sem muitas oportunidades foi jogar na Ucrânia, no Dínamo de Kiev. O menino voltou um Gladiador para o Brasil. Não precisou de muito tempo para se tornar ídolo de sua nova torcida. Sua raça e determinação elevaram por inúmeras vezes a satisfação dos palmeirenses.
Pois é, torcedor é assim mesmo. Quem não gosta de ver um jogador defendendo seu clube com a alma de quem vibra na arquibancada? Só que, por vezes, esta paixão nos cega.
Creio que não seja necessário descrever toda a ficha corrida do atleta, então preparei um breve resumo em tom de receita: algumas cotoveladas daqui, declarações bombásticas de lá, uma pitada de deslealdade e muito egocentrismo.
É assim que Kleber sutilmente submeti palmeirenses a sessões de menosprezo sem que os mesmos percebam. Não é novidade pra ninguém ver o Gladiador ser expulso de campo por faltas grosseiras, muitos menos arrumar confusão com os adversários para justificar as anteriores. Ao fim da partida, chama esse ou aquele jogador com quem discutiu para a porrada. E depois 'xinga muito no twitter' (imagem).
E se todo este circo não foi o bastante, o que dizer a respeito de uma contusão prestes a estourar o limite de jogos que impede a transferência para outro clube da primeira divisão? Lembra muito a história de um atacante cruzeirense que, em 2010, enquanto estava lesionado com o limite de jogos prestes a ser estourado, foi jogar uma "pelada" com a principal organizada do Palmeiras, a Mancha Verde. Não demorou muito para que o atacante acertasse com o Verdão. Quer saber mais? Estou falando do Gladiador novamente.

"Tem gente que fala demais", afirmou o camisa 30. E isso é verdade, eu mesmo acabei de escrever um texto que expõe seu histórico dentro de campo. Apesar de muitos gols, existe uma mancha que os cobrem por culpa sua.
Está na hora de repensar, prove o contrário! Prove que você é um ótimo jogador e apenas um ótimo jogador, que já basta para tornar-se um ídolo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Eu aposto no Adílson Batista!

Três trabalhos ruins em 11 meses e a promissora carreira do técnico Adílson Batista parecia ir de mal a pior. Passagens terríveis por Corinthians, Santos e Atlético Paranaense o credenciaram a um patamar inferior no seus próximos clubes. Eis que um dos maiores do Brasil decidiu dar uma nova chance ao talentoso treinador. Clube que se intitula o primeiro entre os fortes e grandes, mostra-se agora bastante corajoso.

Todos o conhecem pelo grande trabalho no Cruzeiro, onde foi bicampeão mineiro e chegou a uma final de Libertadores, mas poucos lembram o que o Capitão América havia feito para chegar a este degrau. Espetacular no início da década passada, Adílson ficou conhecido por salvar desesperados da briga contra o rebaixamento: Grêmio (2003), Paysandu (2004) e Figueirense (2005).
E foi neste último que teve enfim a chance de começar um trabalho. Com o sucesso obtido em Santa Catarina, Adilson teve a oportunidade de montar o elenco do Figueira para a temporada 2006. Em um semestre, conquistou o Campeonato Catarinense e deixou o alvinegro na parada para a Copa do Mundo em uma excelente condição no Brasileiro.

Depois de deixar o Cruzeiro em 2010 com 63,7% de aproveitamento comandando o clube mineiro, transferiu-se rapidamente para o Corinthians, onde não teve a mesma sorte. Assumiu o Timão brigando pelo título e se demitiu após 17 partidas.
No Santos desde a primeira partida de 2011, não conseguiu produzir com o time de Neymar e Elano, que posteriormente veio a tornar-se o campeão da América.
No Atlético-PR conseguiu piorar. Em 14 jogos foram 6 derrotas, 4 empates e apenas 4 vitórias. Na lanterna do Campeonato Brasileiro, avisou que não teria competência para reverter a situação e deixou o abacaxi nas mãos de Renato Gaúcho.

Apesar da má fase, não acho que o Tricolor do Morumbi tenha feito uma aposta ao contratar Adílson Batista. Num clube que gosta de jogar defendendo e conta com grandes talentos na frente - caso de Lucas, Dagoberto, Rivaldo etc. - o treinador paranaense tem tudo para voltar a alçar voos mais altos e longos.
Um pouco de sorte, essencial no futebol, e uma "cabeça-menos-dura", seu pior demérito, serão fundamentais para o sucesso no São Paulo. Sucesso que eu julgo justo e previsível. Eu não aposto em Adílson Batista, eu acredito.

domingo, 17 de julho de 2011

O fracasso da nova geração - Brasil 0(0)x(2)0 Paraguai

Eu não sei nem por onde começar. É muito difícil escrever algo enquanto torcedor, mas por vezes é necessário que isso aconteça. Até o dia de hoje encarei o tímido futebol da Seleção Brasileira - que não nos deixa desde o comando de Carlos Alberto Parreira na sua passagem entre 2002-2006 - normal.
É sério. Apesar do bom toque de bola e das vitórias convincentes terem sumido desde então, eu sempre achei que a qualquer hora tudo voltaria aos trilhos. Talvez eu estivesse como os atuais jogadores da seleção, achando que o gol brasileiro sairia na hora que quisessem. Poderiam também estar esperando um toque de bico do Ronaldo, um lançamento perfeito de Rivaldo ou uma falta bem batida por Roberto Carlos que pudesse definir a classificação.
No fundo, o que acontece, é que é muito duro para brasileiros, os mais vezes campeões mundiais, admitirem que não têm mais o melhor futebol do mundo. Que não há mais um centroavante genial que decida o jogo a qualquer momento ou um camisa 10 que jogue com a amarelinha o que não faz com a camisa do clube.

Com mais de um ano a frente da Seleção Tupiniquim, Mano Menezes ainda não conseguiu fazer a mesma jogar. E a grande justificativa para isso é que estamos apenas no início de um trabalho - pelo menos foi o que disse Robinho após a eliminação prematura nesta Copa América. Eu não o culpo, afinal ele foi o único que deu a cara à tapa, mesmo que para ser burocrático.
Se com um ano de trabalho ainda não reapareceu o bom futebol, ou sequer uma vitória convincente - com excessão do 2 a 0 contra os EUA na primeira partida pós-Africa - é que há algo muito errado.
Empate com os pequenos e derrota contra os grandes. Se jogar bonito é conseguir estes resultados, que voltem Dunga e Felipe Melo. Assim, ao menos teremos alguma emoção ao assistir os jogos da seleção brasileira.

No entanto, não acho que deva haver uma nova reformulação em meio a mais um fracasso. Neymar, Ganso e cia. têm um futuro brilhante, inclusive vestindo a amarelinha. Principalmente os citados anteriormente, têm talento de sobra para conduzir o escudo da CBF à sexta estrela na Copa de 2014. O que deve-se mudar com urgência é o comportamento, por completo.
O Brasil não é mais o dono do melhor futebol do mundo e, apesar do clichê, não há mais bobo no futebol. A linha que separa a melhor seleção do planeta e a pior, está cada vez mais tênue. É preciso ter muita raça deste o primeiro minuto até o apito final do árbitro, para que aí sim, possamos comemorar algo ao fim da partida.
Precisamos aproveitar as chances! Um toquinho a mais pode complicar todo um trabalho e até mesmo uma carreira brilhante como a que Neymar deve ter pela frente. Abriu, bate! Pula, pula, cai, levanta, vibra e agradece. Aí sim, terás o povo aos teus pés.

sábado, 16 de julho de 2011

Música no país do futebol

"Aqui é o país do futebol". Era assim que Wilson Simonal justificava as vazias tardes de domingo no Brasil. Praças, parques, "ao longo das avenidas", ninguém à vista. O povo estava nos estádios de futebol para acompanhar Pelé, Garrincha, Rivelino e tantos outros craques, que além de tudo eram profissionais da terapia. Na música composta por Milton Nascimento e Fernando Brant intitulada com a frase que dá início ao parágrafo, os 90 minutos de uma partida de futebol são descritos como únicos capazes de deixar a vida para trás. Do apito inicial ao término do jogo: casa, trabalho, dinheiro, cama, vida, enfim, tudo fica do lado de fora.

E o que dizer de "Umbabarauma"? Essa eu respondo sem titubear: homem-gol! Umbabarauma é um centro-avante à moda antiga: "pula, pula, cai, levanta, sobe, desce, corre, chuta", e depois, é claro, "vibra e agradece". No futebol moderno, pontas-de-lança africanos como tal estão em falta. No entanto, se conseguirmos um dia juntar o estilo grandão e carrancudo de Adebayor, do Real Madrid, com a técnica e velocidade de Samuel Eto'o, da Internazionale, poderíamos recriar o atacante lendário da música de Jorge Ben Jor.
Além disso, Umbabarauma poderia juntar-se tranquilamente ao time composto por Pelé e outros craques citados no primeiro parágrafo, já que é um daqueles jogadores que o cidadão larga tudo para poder ver e assim esquecer de seus problemas. "Olha que a cidade ficou toda vazia nessa tarde bonita só pra te ver jogar".

E é claro, eu não poderia fazer um texto sobre música e futebol sem deixar sequer uma lembrança ao Skank e seu hino "É uma partida de futebol". Em versos simples, Samuel Rosa conta toda a emoção que transborda em meio ao pré- jogo, 90 minutos de bola rolando e pós-jogo. Tal qual "a flâmula pendurada na parede do quarto", "bola na trave não altera o placar" e "mas se ele ganha, não adianta, não há ganganta que não pare de cantar", respectivamente.

O texto acima é inspirado no livro Futebol no País da Música, do jornalista Beto Xavier. Mas afinal: futebol no país da música ou música no país do futebol? Quer saber? Música e futebol no país da genialidade.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Déjà vú - Brasil 4x2 Equador

No dia 26 de junho de 2006, o Brasil entrou em campo fardado de camisa amarela, calção e meiões brancos para encarar o Japão, adversário tradicionalmente trajado em azul, pela terceira rodada da Copa do Mundo da Alemanha. Foram duas vitórias, contra Croácia e Austrália, no entanto a seleção ainda não havia convencido. O camisa 9 era o fenômeno Ronaldo, acima do peso ele não vivia boa fase e precisava de gols para voltar a ter a confiança do torcedor.
No fim deu tudo certo. O centroavante desencantou, marcou duas vezes - chegando assim à artilharia de todas as copas, ao lado de Gerd Müller - e mandou o time do técnico Zico de volta para a Terra do Sol Nascente.

E se eu lhes escrevo a seguinte storyline: uma seleção de camisa amarela, calção e meiões brancos, enfrenta um rival vestido de azul por completo. Dirigida por um técnico questionado por não conseguir fazer os talentos individuais brilharem no coletivo, a seleção que não havia dado esperança de bom futebol para seus torcedores bate seu adversário com quatro tentos anotados na terceira rodada, dois do camisa 9. Déjà vú?

A mesma história acontecendo duas vezes, mas com diferentes atores. Salvo a atuação de Robinho, que foi o parceiro do centroavante nas duas ocasiões. Enquanto estava ao lado de Ronaldo em 2006, foi o colega de Pato em 2011.

Chega de comparações por agora, afinal, é claro que houve diferenças nos dois jogos, alias, muitas. Brasil e Equador se enfrentaram pela terceira rodada da Copa América para definir seus futuros. Previa-se uma partida fácil para a Amarelinha, já que encarava a equipe de pior futebol na competição. Mas não foi exatamente isso que aconteceu. Sufocado pela necessidade de bater seu adversário jogando um bom futebol devido à vitória da Argentina no dia anterior, nossa seleção demorou a se soltar.

Mas quando saiu foi para espantar a má fase. Alexandre Pato aproveitou o cruzamento de André Santos para voltar a marcar para a seleção. Os outros três gols brasileiros foram marcados por Pato(1) e Neymar (2).

A destacar, as duas falhas de Júlio César. Eleito por muitos o melhor goleiro do mundo, Júlio aceitou dois chutes de Caicedo que relançou o time equatoriano por duas vezes no jogo. Apesar disso não acho que deva perder a posição ou sequer ser questionado. Todo atleta tem dia ruim, toda pessoa tem dia ruim. Tomar um "frango" é absolutamente normal, ainda mais o que ele tomou. E cá pra nós, não houve nenhum absurdo.

Fico mais preocupado com Neymar e Ganso. Os dois melhores jogadores brasileiros na atualidade ainda não encontraram a melhor forma quando comandados por Mano Menezes. E não me venha com essa de que o astro de Mogi das Cruzes brilhou porque marcou dois gols. Eu ainda anseio por seus dribles e jogadas maravilhosas.
Quanto a Ganso, onde ficou toda aquela visão de jogo da final da Taça Libertadores? Palavrinhas mágicas de Muricy?

Apesar de tudo, digo com orgulho que temos um lateral direito. Maicon fez nesta quarta-feira tudo que Dani Alves não fez nas duas primeiras partidas. Defendeu bem e quando foi ao ataque deixou os jogadores azuis em pânico. Cruzamentos precisos e dribles-da-vaca foram seu forte.

Ainda creio que seja essa a seleção que irá representar o Brasil em 2014. Alguns ajustes aqui, outros lá, e um novo esquema tático possivelmente darão jeito. Ou quem sabe um outro técnico? Que tal Muricy?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tranquilidade. Figueira na final!

No estádio Orlando Scarpelli, nem de longe o Figueirense passou na semi-final contra o JEC o que aconteceu com o Tigre frente a Chapecoense. O confronto esteve nas mãos do Figueira em todos os momentos, apesar do bom início de segundo tempo da equipe do norte.

Precisando da vitória, o Joinville entrou em campo desligado e não demorou muito para sofrer o primeiro gol, marcado pelo camisa 11 alvinegro Breitner, também conhecido como quarto reserva do Santos. Sete minutos depois, linda jogada de bruno na direita, até que Breitner tocou de cabeça da linha de fundo para Fernandes concluir quase em cima da linha. Afirmo com orgulho: eu vi o centésimo gol de Fernandes pelo Figueirense. Um gol que ficará marcado para sempre na história do clube e do atleta.

O relaxamento veio naturalmente na segunda etapa, sendo que o Figueira só perderia a vaga na final caso sofresse três gols. O Joinville tirou proveito e diminuiu com Ramón, jogador mais lúcido da equipe do norte, que frente a frente com Wilson não deperdiçou. Ainda tinha mais Fernandes, que recebeu de Wellington aos 30 minutos após toque de mão e mais uma vez marcando, era seu segundo na partida, 101° pelo Figueirense.

O resultado por 3 a 1 classifica o Figueira à final com ireito a empatar em casa para sair com o título. Com o Criciúma tendo a obrigação de sair pra cima para conquistar o título, deverá deixar os espaços necessários para o Figueirense, saindo assim como campeão do primeiro turno.

No sufoco. Tigre na final!

Precisando somente de um empate, o Tigre já via o jogo definido nos minutos finais. Vencendo a Chapecoense por 1 a 0, seria necessária uma catástrofe - dois gols da Chape - para perder a vaga na decisão. As coisas caminhavam normalmente quando num chute despretensioso de Everton César, que acabara de entrar, o melhor goleiro do Campeonato Catarinense levou um "frango" daqueles.
A tranquilidade que dominava o Heriberto Hülse e os torcedores do Tigre se transformou em apreensão. Três minutos após o empate, Neílson aproveitou a falha da zaga e driblou Andrey antes de desiquilibrado bater com a canhota pra fora.
A angústia só aumentou após os minutos acrescentados por Célio Amorim. O Verdão tentou, persistiu, contudo não conseguiu ultrapassar a barreira da zaga do Tigre. Um a um no marcador e Criciúma Esporte Clube na final do Catarinense.

O gol do tricolor do sul do estado saiu aos 10 minutos da segunda etapa, quando o ex-centro-avante alvinegro Schwenk apenas completou o cruzamento da esquerda de Pirão para o fundo das redes. O resultado fazia juz ao que faziam as equipes até o momento, já que o Criciúma era superior no jogo e já havia perdido alguns gols.

Com o resultado final, a Chapecoense já começa a pensar no segundo turno. A equipe comandada por Mauro Ovelha, técnico 4 vezes vice-campeão do estado, foi terceira colocada na primeira fase, perdendo a chance de decidir tudo em casa por um ponto, ou seja, no empate contra o Concórdia em casa.

Pelo lado vencedor, o Tigre se prepara para ir à capital enfrentar o Figueirense precisando da vitória para conquistar o título. E mais do que isso, uma vaga na final e na Copa do Brasil.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Pastor voltou!

Depois de um ano afastado da Ressacada, algumas poucas glórias e muitas insatisfações, Paulo Silas do Prado Pereira regressa para reconquistar a torcida avaiana e fazer sua equipe voltar aos trilhos para ainda lutar pela conquista do tricampeonato. Sob muita disconfiança, o treinador se apresenta as 10h da manhã desta quarta-feira para iniciar os trabalhos visando o próximo jogo, contra o Vilhena pela Copa do Brasil, na próxima quarta.

Tudo começou como um sonho, ainda em 2008. Contratado para substituir Sérgio Ramirez após uma derrota por 3 a 0 para o Figueirense em plena Ressacada, Silas venceu um clássico no Scarpelli pelo Campeonato Catarinense após 20 anos sem conseguir tal feito.
Ainda em 2008, terminou em terceiro lugar na segunda divisão conquistando o acesso à Série A depois de anos e anos de luta, enquanto viu seu maior rival ser rebaixado.
Um ano depois, em 2009, levou o Leão ao título do Campeonato Catarinense após 11 anos de fila, onze longos anos já que enquanto esperava, viu o Figueira ganhar por seis vezes. Ainda em 2009, fez o Avaí sair da situação crítica que ocupava nas primeiras rodadas da Série A até à sexta posição, melhor campanha de um time catarinense na história.

A despedida, na última rodada do Brasileirão 2009, soava como "até logo", e não como um "adeus". Silas deixou a Ressacada e partiu para o Rio Grande do Sul, para dirigir o Grêmio onde teve altos e baixos. Em seis meses, conquistou o Gaúchão e levou o tricolor as semi-finais da Copa do Brasil, onde foi parado pelo imbatível Santos de Neymar, Ganso e Robinho.
Falando em Copa do Brasil, nas oitavas-de-final, Silas reencontrou o Avaí. Um péssimo encontro foi marcado por declarações polêmicas, controvérsias à beira do campo e uma eliminação que feriu o orgulho avaiano. O "até logo" ficou improvável.

Após péssima campanhava que credenciava o Mosqueteiro gaúcho a segunda divisão, Silas deixou o Olímpico e foi em direção a Gávea, para dirigir o Flamengo.
Seu imbróglio com o presidente Zunino e a cúpula azurra aumentou após levar o preparador físico Emerson Buck para o rubro-negro.
Silas continuou seu péssimo ano fazendo uma péssima campanha em 10 jogos e sendo demitido precocemente.

Depois de um péssimo início em 2011 chegando a ficar fora das semi-finais do turno, o Avaí voltou a apelar para Silas. Resta saber se este encontro dará tão certo como o primeiro.

Geração de ouro

Não existe uma palavra que possa definir o que fizeram os garotos da Seleção Brasileira no Sul Americano sub-20, mas existem várias. Contudo, se eu citar todas elas, este seria o maior post deste blog, apenas com elogios e sem nenhuma informação. Então tratarei apenas de analisar o que foi este campeonato, e onde pode chegar esta equipe dirigida por Ney Franco.

Pra começar, o que foi aquele jogo contra o Uruguai? Coisa de outro Mundo. Como afirmou o próprio Lucas, o melhor jogo de sua vida. Foram três gols, lindas jogadas, e para coroar a taça ao apito final.
Lucas, outrora chamado por Marcelinho, me chamou muita atenção logo no primeiro jogo deste Sul Americano por ter um estilo diferente dos outros atletas de sua idade: o menino do São Paulo vestia a camisa por dentro do calção. Pensei bastante a respeito e no dia seguinte li uma entrevista com o craque que falava justamente a respeito disso. Segundo ele, aquilo representava a responsabilidade que um camisa 10 carrega em campo. Na mesma entrevista ele ainda citou que enquanto os outros jogadores preferem ficar no videogame ou ouvir música, ele tem por hobby ler livros.

Outro que não só merece Seleção principal como já a integra é Neymar. O menino da Vila é considerado a maior jóia do futebol brasileiro nos dias de hoje. Contra a Celeste Olímpica fez mais uma grande partida e ainda conquistou os prêmio de artilheiro e melhor jogador do campeonato. Lógico, além de faturar o título, juntamente com toda delegação tupiniquim.

Para os jogos de Londres 2012, muita coisa poderá ser mudada. Só para início de conversa, a idade limite passa de 20 anos para 23, além de poder convocar três jogadores de qualquer idade. De qualquer forma, apostaria nesta base. Vamos dar chance à estes moleques, moleques de ouro.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Valeu, Fenômeno!

Desde 1994, Ronaldo, outrora Ronaldinho, desfila pelos gramados do mundo inteiro desmonstrando todo talento que Deus lhe deu. Pode até ter uma parcela de treino técnico e físico, mas tenha certeza que ele não conquistaria nada se não fosse o dom com que nasceu. Infelizmente, como tudo na vida, sua carreira chegou ao fim. Quem teve a oportunidade de vê-lo jogando viu, quem não teve, só em arquivo.

De São Cristovam para o Mundo. Começou no Cruzeiro, magricela como nunca antes visto. Foi jogar na Holanda pelo PSV onde adquiriu massa muscular para se tornar um touro e viver sua melhor fase no Barcelona, logo em seguida. Transferiu-se para a Itália onde ganhou o apelido de Fenômeno na Internazionale de Milão.
No Real Madrid, em 2002, começou jogando bem, mas o tempo desgastou sua relação com a torcida espanhola, e pela primeira vez em sua vida foi chamado de "gordo". Com a chegada de Van Nisterooy e a reserva, Ronaldo voltou para Itália para jogar no Milan. No fim de 2008, assinou com o Sport Club Corinthians Paulista, após treinar por quase um semestre no Flamengo. Em duas temporadas conquistou um Campeonato Paulista, em 2009, e uma Copa do Brasil, também em 2009.

Nem só de glórias viveu este ídolo mundial. Passou por diversas cirurgias, duas contusões gravíssimas nos joelhos, que segundo fontes obscuras seriam provenientes da massa muscular adquirida de forma contra-indicada enquanto jogava na Holanda.
A primeira no joelho direito, enquanto jogava na Internazionale, fez o mundo se emocionar ao ver a dor estampada no rosto do fenômeno.
A segunda veio quase dez anos depois, também jogando na Itália. Mais uma vez não teve como encarar aquela situação como se fosse qualquer um. Muitos apontaram o fim de sua carreira, mas como na primeira vez, ele deu a volta por cima.

Poucos combinaram tão bem com a amarelinha quanto ele. A camisa mais vitóriosa do planeta Terra parecia não pesar sob seus ombros. Jogou quatro Copas do Mundo. Em 1994, com apenas 17 anos, viu do banco de reservas o Brasil sair da fila e conquistar o tetra comandando por Romário e Bebeto.
Quatro anos depois, em 1998, Ronaldo já era a grande estrela brasileira. Um Mundial perfeito, até a final. Um mal súbito o tirou das três primeiras escalações divulgadas à imprensa. Sem entender nada, os brasileiros viram Ronaldinho entrar em campo diferente, sem a mesma pegada de sempre. França vence por 3 a 0 em um subúrbio de Paris, e adia o sonho do penta por 4 anos.
Alias, anos dificeis estes. Com pouquíssimo tempo em atividade devido a sua contusão no joelho, Ronaldo foi bancado por Felipão e levado à primeira Copa do Mundo sediada por dois países, Coreia e Japão, em 2002. Juntamente com Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo, os quatro "Rs", o penta foi conquistado e enfim Ronaldo tornou-se um ídolo também no Brasil.
Em 2006, em meio a um clima de muito oba-oba, Ronaldo e o quadrado mágico deixou a Alemanha nas quartas-de-final, após perder novamente para a França. Apesar do saldo negativo, o Fenômeno fez três gols durante este último Mundial e tornou-se o maior artilheiro da história das Copas, com 15 gols.

"Sou Ronaldo/ Nasci no Rio de Janeiro/ Alô alô Bento Ribeiro é minha área/ eu sou Ronaldo", conta Marcelo D2 em uma de suas mais brilhantes composições. Ronaldo foi o melhor jogador que vi em campo, e o segundo maior da história, perdendo somente para Pelé.

Valeu por tudo, Fenômeno! Pelo encantamento, pela magia, pelo exemplo. Serás para sempre um ídolo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Benazzi está fora!

Durante a semana que precedeu ao jogo entre Avaí e Concórdia, circulava na imprensa o boato de que o treinador Vágner Benazzi precisava vencer se quisesse continuar no cargo. Inclusive o comentárista da CBN/Diário, Renato Semensati, declarou em seu twitter que a permanência do chefe estava nas mãos dos jogadores azurras.
Pois bem, o Avaí que não jogou bem no oeste do estado deu uma aula de reação, venceu o Galo de virada por 4 a 3 nos minutos finais e de nada adiantou. Benazzi foi demitido pela diretoria do Leão um dia depois.

Será que esta era a melhor atitude a ser tomada no momento? A culpa era realmente de Vágner Benazzi? Respeito quem concordar com isso, mas esta não é minha opinião. O Avaí jogou as duas primeiras partidas com a equipe reserva, contra a vontade do treinador, e acabou perdendo as duas.
Nos jogos seguintes, o time azurra é uma concha de retalhos. Sem poder contar com os principais jogadores, que estavam acertando documentação ou aperfeiçoavam a forma física, mais duas derrotas aconteceram. Situação catastrófica na competição: quatro jogos, nenhum ponto somado.

De lá pra cá tudo melhorou. Isso se deve muito a estreia de Rafael Coelho, ao retorno de William etc. Ou seja, quando Benazzi teve seus principais jogadores a disposição, o time começou a jogar bem. Todos os outros técnicos tiveram seus melhores atletas desde o começo do certame, salve excessões, e por isso fizeram um bom trabalho.
Desde que as grandes contratações entraram em campo, foram cinco jogos, contabilizando três vitórias e dois empates. Avaí invencível desde então.

Por fim, acrescento mais um motivo para que esta demissão seja uma injustiça com o treinador. Benazzi salvou o Leão do rebaixamento ano passado quando poucos ainda acreditavam. Ele concordou em receber um tremendo "abacaxi", conseguiu livrar-se dele, e precisou somente de pouco mais de um mês de trabalho não tão bem sucedido para que tivesse seu contrato rescindido.

Quando as coisas finalmente voltavam aos trilhos, o diretoria avaiana deu um jeito de atrapalhar.

Cheiro de campeão

Quatro a um ao natural contra o Imbituba em casa, e o Figueirense torna-se o grande favorito à conquista do primeiro turno. Isso porque, como já dito neste blog, o líder ao fim da primeira fase joga as finais em casa, além de poder contar com o empate.

No Orlando Scarpelli, o público baixo e mal acostumado depois de enfrentar grandes como Chapecoense, Avaí e Criciúma consecutivamente, viu uma primeira parte sonolenta por parte dos jogadores alvinegros. Apesar do gol de Fernandes aos 25 minutos, após cruzamento de Juninho, e a vitória parcial, Márcio Goiano cobrou muito dos jogadores no intervalo e exigiu uma mudança de postura.

Funcionou. O Figueira voltou bem melhor para a segunda etapa, apesar de continuar comentendo falhas. Héber fez dois, e João Paulo Goiano fechou o marcador pelo lado do Furacão. Tomaz, quando estava 3 a 0 para o Figueirense, descontou em chute que contou com desvio.

A vitória foi mérito exclusivamente do alvinegro, mas para chegar à liderança, o Figueirense contou com tropeços dos principais rivais a conquista. O Criciúma foi até Itajaí para perder por 3 a 2, enquanto o JEC recebeu o Metropolitano, que vivia péssima fase na competição, e foi goleado em casa por 4 a 1.

Com semi-finais entre Figueirense e Joinville, Chapecoense e Tigre, faça suas apostas!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Nada de apagão

Durante o jogo entre Concórdia e Avaí, eu pensava como começar este texto de maneira que representasse bem a partida. Achei que o apagão que se deu aos 40 minutos do primeiro tempo seria perfeito para metaforizar o futebol avaiano quando o Galo vencia por três tentos a um. Também imaginei, durante a derrota parcial do Leão, o título para o post. Algo a ver com "Lanterna Azul" ou "Adeus Benazzi".
Mas é como diria o Dr. Aderbal Ramos da Silva: "Esse Avaí faz coisa!" Uma virada heróica nos minutos finais deu aos avaianos tranquilidade para trabalhar na parada de 10 dias até o confronto da Copa do Brasil contra o Vilhena.

No estádio Domingos Machado de Lima, a bola rolou com dificuldade na primeira etapa devido ao gramado muito pesado, mas quando rolou era por iniciativa azurra. Apesar da pressão nos minutos iniciais, só aos 18 minutos o placar foi inaugurado. Rafael Coelho cruzou para Marquinhos que dominou de barriga, botou no chão e encobriu o goleiro Segala com toda sua categoria que já é de praxe. Golaço!
Inacreditávelmente o Leão se encolheu depois do gol como se já estivesse satisfeito com o resultado tão cedo. O Galo que não tinha nada a ver com isso aproveitou e empatou com Tiago, que na frente da baliza tirou do goleiro Zé Carlos.
Ao chegar aos 40 minutos, o local da partida e toda região ao seu redor perdeu a energia elétrica, fazendo com que o jogo ficasse paralisado por mais de 40 minutos. Quando finalmente voltou, pressão do Concórdia sem sucesso, encerrando a primeira etapa em 1 a 1.

A etapa final começou com tudo. Em três minutos, bola na trave e gol. Após cruzamento do experiente Dedimar, o zagueirão Sig fez o Galo passar a frente no marcador. Apesar da vitória parcial, a equipe do Oeste continuou atacando e dominou a partida até aos 15 minutos de jogo, quando Jorge Anadon, técnico do Concórdia, decidiu perder o jogo. Tirando um atacante para recompor com um zagueiro, o Avaí cresceu novamente e lembrou quem era o time grande da história.
Começou a pressão do time de Benazzi, momentaneamente interrompida por Selmir que em jogada de contra-ataque marcou o terceiro para sua equipe. Enfim o Leão começou a correr atrás do prejuízo.
Lanterna com o resultado parcial, Benazzi viu sua equipe empatar com gols de Estrada e William, fazendo com que a lanterna voltasse ao time do oeste do estado. Quando os refletores estavam próximos de se apagarem novamente, Rafael Coelho fez o quarto e deu números finais a partida. Quatro a três no marcador e a sexta posição na tabela de classificação.

O resultado tira o peso da zona de rebaixamento e mais do que isso, dá tranquilidade para Vágner Benazzi e seus comandados trabalharem até o próximo jogo, que acontece somente daqui a dez dias. Vai começar a Copa do Brasil!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quanto vale uma negocição mal sucedida

Dirigentes negociando com diversos jogadores para montar seu elenco para toda a temporada, é sempre assim nos meses de dezembro e janeiro, quando o futebol está de férias no Brasil. Entre tantos atletas que conversam com os clubes, alguns fecham contrato e outros não, pelos mais variados motivos.
Normalmente não conseguimos enxergar o preço que se paga quando um jogador não acerta com um time, já que quando isso acontece provavelmente é para jogar em um clube do eixo Rio-São Paulo ou no exterior, mas este ano aconteceu um caso em Santa Catarina que nos mostra as proporções exatas de uma negociação mal sucedida.

Pedro Carmona é um atleta gaúcho de 22 anos de idade que transferiu-se do São José para o Figueirense na metade da temporada passada. Sem muitas chances por parte do técnico do alvinegro do estreito, Carmona raramente foi aproveitado durante a Série B.
Quando já estava muito próximo da conquista do acesso, Márcio Goiano começou a fazer testes visando o ano de 2011, para ver quais jogadores daquele grupo poderiam ser aproveitados para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Pedro começou a ganhar mais oportunidades e foi mostrando seu talento. Em pouquíssimos jogos foram muitos gols marcados, muita qualidade com a bola no pé, e uma técnica impressionante em cobranças de falta. Chico Lins, gerente de futebol do Figueira, chegou a declarar que Carmona era a grande aposta do Furacão para o ano seguinte.
A segunda divisão acabou e o futebol brasileiro entrou em recesso, e com isso começaram as negociações para renovar contrato daquele que encantou os torcedores do Figueirense no fim de 2010. Sem sucesso, o São José, clube que possui os direitos federativos do atleta, dificultou o negócio fazendo com que o Figueira desistisse de manter a promessa para o Catarinense.
No dia 28 de janeiro, inesperadamente o Criciúma apresentou o atleta como mais novo jogador do Tigre. Carmona começou de imediato a trabalhar e não demorou muito para se firmar como titular.

Figueirense e Pedro Carmona enfim se reencontraram no dia 9 de fevereiro de 2011, em jogo válido pela penúltima rodada do turno, no Heriberto Hülse. Em disputa, a liderança do turno, algo muito importante neste método de disputa já que o primeiro colocado tem direito a jogar semi-final e final como mandante, além de depender somente de empates para conquistar o título. Pedro Carmona fez dois, um deles corretamente anulado, botou uma bola no travessão, e ajudou seu atual clube a sair com uma vitória por 2 a 0 e a liderança da competição.

Com tantos privilégios ao líder no fim da primeira fase do turno, pode-se dizer que é quase certo que o mesmo conquiste o título, assim como fizeram Joinville e Avaí no ano de 2010. Se o Criciúma confirmar a primeira posição na última rodada, e posteriormente o título, o Figueira poderá encher a boca pra falar que perdeu mais que três pontos, perdeu o turno do Campeonato Catarinense.
E podem ter certeza que a segunda parte será muito mais difícil. Com as equipes já entrosadas - coisa que só o Furacão tinha no começo da competição - e com a ascensão de Criciúma, Joinville e principalmente Avaí, tenha certeza que a hora de carimbar a vaga na final da competição é agora.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Londres é... logo ali

Quem não se lembra de Fernando Vanucchi alterado após a final da Copa de 2006, exaltando a azurra, agora tetra mundial, e apontando os erros do Brasil. No meio de seu discurso ele solta a celebre frase: "A Africa do Sul é logo ali!", que significava que o Brasil já tinha que focar na Copado Mundo de 2010, para não repetir o que aconteceu.
Pois bem, vamos para a última rodada do Sul Americano sub-20 que dá vaga as olímpiadas de Londres 2012, e a Seleção Canarinho está muito próxima de alcançar o objetivo. O Uruguai foi a primeira a carimbar o passaporte para a Inglaterra com a vitória sobre a Argentina ontem, a celeste chegou aos 10 pontos e termina no mínimo em segundo. A segunda vaga fica entre o Brasil e os hermanos.
Nossa seleção está em vantagem, já que basta um empate contra o líder na última rodada para terminar em segundo. Mas para conquistar o título, como prometeram os garotos ao zagueiro lesionado Bruno Uvini, a Amarelinha será obrigada a vencer. A Argentina, sem chances de título, precisa vencer a lanterna Colômbia, torcer contra o Brasil, e ainda tirar uma diferença de 6 gols de saldo. Improvável.

Quando a bola rolou, na madrugada de ontem para hoje(10), o Brasil não demorou muito para abrir o placar. Depois de cruzamento da direita de Oscar, o volante Casemiro marcou seu terceiro na competição, terceiro de cabeça e deu números finais ao placar com menos de 10 minutos. Não demorou muito para Diego Maurício sair na cara do gol, e escolher o canto errado, perdendo uma grande chance de matar o jogo logo em seu começo. Quase fez falta.
O Equador fez um ótimo jogo daí em diante. Perdeu grandes oportunidades de empatar a partida, e caso tivesse vencido não teria sido de toda injustiça.

Para a partida decisiva, Ney Franco contará com os retornos de Juan na zaga, e do grande craque Neymar no ataque. Com o Campeonato próximo do fim, uma coisa já é certa: um grande estará fora dos jogos olímpicos de Londres. Espero que sejam os hermanos.
De qualquer forma, a classificação do Uruguai é mais do que merecida. Sem participar de uma olímpiada desde 1928, a celeste repete o bom desempenho da Copa do Mundo e está muito próxima de conquistar o título.

A igualdade do Catarinense

Nada melhor para se comprovar o equilíbrio do Campeonato Catarinense deste ano do que um confronto entre o vice-líder e o lanterna. A Chapecoense, na segunda posição, jogava em casa, e com a vitória poderia fechar a rodada na liderança. Do outro lado estava o frágil Concórdia, com apenas 5 pontos somados e ameaçando não terminar a competição.

Quando a bola rola, tudo isso fica à margem das quatro linhas, e lá só o que importa é a técnica e a determinação dos jogadores para sair com o resultado positivo.
O atacante Neilson abriu o placar ainda na primeira etapa após cruzamento do lateral Thoni e ajeitada de Badé. Chape na frente no marcador e no campeonato.
Mazinho, ex-Chapecoense e Figueirense, deixou tudo igual aos 30 minutos da segunda etapa, complicando a situação do Verdão.
A torcida já estava pessimista no Índio Condá quando Neilson, mais uma vez, marcou, dando a vitória parcial à Chapecoense aos 46 minutos do segundo tempo. O resultado levava o seu clube novamente ao primeiro lugar na tabela.
Mas lembra do tal equilíbrio do Campeonato Catarinense? Ele foi aparecer logo aos 49 minutos, quando ninguém mais sabia que ainda tinha jogo. Mazinho acertou um chute de fora da área no cantinho da meta defendida por Alencar e mostrou a todos que não existe jogo ganho enquanto o árbitro não determina o fim da partida.

O apito final de Célio Amorim , juntamente com o gol do camisa 6 do Galo, jogaram a Chapecoense da liderança para a quarta posição com ressalva. O Verdão depende do jogo entre Joinville e Imbituba, que acontece hoje(10), às 19h30, para seguir no grupo de classificados para a semi-final do turno.
Não há nada perdido, tanto para a Chapecoense na parte de cima, quanto para o Concórdia na parte de baixo. O jeito é esperar pra ver.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um novo favorito

Líderes do Campeonato Catarinense, Criciúma e Figueirense tinham tudo pra fazer um bom jogo. E fizeram. Teve de tudo, emoção, grandes lances, defesas plásticas e até mesmo um pouco de catimba para acalmar o jogo. Digo com tranquilidade que o Heriberto Hulse foi palco de um dos melhores jogos deste campeonato até então.

O primeiro tempo foi bastante equilibrado. Tanto o Tigre, quanto o Figueira tiveram boas chances para abrir o placar, mas ambas não conseguiram concretiza-las a gol. O tricolor do sul de Santa Catarina chegou muito perto em falta cobrada por Pedro Carmona que carimbou o travessão, a bola ainda caiu dentro da pequena área mas aí Wilson foi derrubada pelo atacante adversário. A melhor chance do alvinegro veio no fim da etapa inicial, após escanteio cobrado por Breitner, Héber tocou de cabeça e Andrey fez defesa espetacular.

Lá e cá, boas oportunidades de gol, jogo eletrizante. A segunda etapa começou com tudo e não demorou muito para o marcador ser inaugurado. Roni invadiu a área pela direta e bateu cruzado, Wilson fez ótima defesa e no rebote Pedro Carmona deixou sua marca.
Atrás do placar e precisando pelo menos de um empate para se manter na liderança, o Figueira atirou-se pra cima do Tigre tentando igualar. Apesar da maioria das finalizações terem saído por cima da meta, como as de Ygor, Wellington e Coutinho, Andrey também foi obrigado a salvar o Tricolor. Em uma de suas melhores oportunidades, o Figueirense carimbou a trave após finalização do camisa 9. Dudu, que entrou nos minutos finais também teve boa chance pela esquerda, mas parou no goleiro rival.
Já havia passado dos 40 minutos quando Diego Felipe driblou Ygor, e ficou cara a cara com Wilson antes de fuzilar ampliando a vantagem do Tigre. Fim de jogo: 2 a 0.

Bem montado por Guilherme Macuglia, o Criciúma chega a liderança tendo um trio ex-Figueirense como pilar do time. No gol, a segurança e as belas defesas de Andrey. No meio Pedro Carmona, por quem o alvinegro brigou mas não conseguiu mantê-lo para a temporada 2011. Excelência em bola parada. Mais a frente, o atacante Schwenk, brigador e matador.

Pelo lado alvinegro, Márcio Goiano precisa tomar cuidado com o desequilíbrio de Wellington. Neste jogo ele deu uma cotovelada no goleiro Andrey, e na partida contra o Marcílio Dias pediu pra receber o cartão vermelho abusando das faltas, fazendo um pênalti não marcado e metendo a mão na bola no meio de campo matando uma jogada de contra-ataque. Se não é a conivencia dos árbitros para com Wellington, ele já poderia ter sido expulso por duas vezes.

Primeiro colocado, com jogo frente ao Marcílio em Itajaí na última rodada, o Criciúma sobe um degrau e se iguala ao Figueirense como grande favorito ao título do turno.
Foto: Maurício Vieira

Ele era o que faltava

Reserva no acesso avaiano para a Série A em 2008 e um dos destaques na melhor campanha de um catarinense na elite do futebol brasileiro jogando pelo Leão em 2009, William deixou o Avaí em 2010 para seguir os passos do comandante Silas no Grêmio. Não deu certo, após pouco tempo de clube e uma escassez de gols marcados de sua parte, a torcida tricolor não aceitava mais vê-lo defendendo as cores do imortal e por isso foi cedido por empréstimo à Ponte Preta para disputar a Série B até o fim da temporada. No começo deste ano, quando menos se esperava, William apareceu na Ressacada pronto para voltar a atuar pelo Leão, para a alegria de ambos.

Depois de marcar na sua reestreia logo no clássico do Orlando Scarpelli, William marcou mais dois gols no jogo contra o Marcílio Dias na noite de hoje, garantindo mais três pontos para o Avaí no campeonato. O primeiro saiu do cruzamento do volante Bruno pelo lado direito, o camisa 9 esticou-se todo pra cutucar para o fundo das redes. O segundo pintou só na etapa final: após ótimo lançamento do goleiro Zé Carlos o centro-avante avaiano saiu na cara do gol, William teve então apenas o trabalho de tirar de Márcio e correr pro abraço.
Já passava dos 40 minutos da segunda etapa quando Dioney recebeu dentro da área e acertou um ótimo chute cruzado tirando de Zé Carlos e dimiuindo a diferença no marcador. Não foi o bastante, o jogo terminou em 2 a 1 e William e seus companheiros voltaram felizes para casa.

Com o resultado, o Avaí atinge a marca de 4 jogos sem derrota e começa a dar esperanças para seu torcedor. Tudo começou no empate contra o Metropolitano, depois veio a vitória em casa contra o JEC, empate contra o líder e rival Figueirense e por fim esta vitória contra o Marinheiro. Sem nenhum ponto até a quarta rodada, o Avaí somou 8 pontos nas quatro partidas seguintes, começando a recuperação que já pregava William quando ainda estava no departamento médico, dizendo que quando o time estivesse completo o futebol ia mudar. Não deu outra.

Além de ser um ídolo da torcida avaiana, William encaixou no time de forma sublime pois ocupa justamente a posição que o Leão foi carente enquanto esteve de fora. Vágner Benazzi começou testando Arthuro que tem tudo para ser um ótimo atacante, menos futebol. Com a chegada de Rafael Coelho, Maurício Alves se tornou a bola da vez. O camisa 17 tem muita raça e velocidade, porém peca na finalização. William caiu como uma luva no esquema de Benazzi, ele prende a bola, tem muita raça, e o mais importante para um centro-avante, sabe fazer gols.

William era o que faltava no Avaí. William é a cara do Avaí.
Foto: Flávio Neves

Como é vencer a França?

Impossível esquecer o dia 12 de julho de 1998. Apesar de ter apenas 5 anos e não saber exatamente do que se tratava, ainda lembro de minha casa toda decorada por balões em verde e amarelo, meus pais, avós e amigos em frente a TV extasiados. Não demorou muito e todos foram embora, inclusive a alegria que ali reinava. Eu, que não tinha nada a ver com aquilo, voltei para meu "Cantinho da Copa", que consistia em algumas bandeiras do Brasil, uma espécie de jaula, uma pequena bola do Pato Donald e uma caçamba de plástico.
Se passou aproximadamente um ano, comecei a acompanhar futebol, e descobri o que aconteceu naquele dia tão incomum. A Seleção Brasileira de Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo e Ronaldo, em seu auge, havia perdido uma final de Copa do Mundo para a França, que até então não tinha ganho uma sequer. Oito anos mais tarde, tive a chance de acompanhar na Copa do Mundo sediada pela Alemanha a revanche pintada em verde e amarelo. Mais uma vez liderada por Zinedine Zidane, a França despachou o Brasil de um Mundial, desta vez nas quartas de final. Como se não fosse o bastante, ainda descobri que em 1986, comandada por Platini, a França eliminou o Brasil da Copa do México, também a dois jogos da taça.

Em 2011, as seleções que hoje protagonizam um dos maiores clássicos do Mundo voltaram a se enfrentar, e diferente do que parte da imprensa tentou plantar durante toda a última semana, sem clima de revanche. Brasil e França fizeram hoje apenas um amistoso, sem nenhum adicional histórico.
Antes mesmo da bola rolar, a Seleção Francesa já estava vantagem. Enquanto o fornecedor de material esportivo fixou uma faixa verde na horizontal que estragou o uniforme brasileiro, caprichou no uniforme francês, principalmente na camisa.

Após o pontapé inicial, Brasil e França trataram de mostrar a todos que aquele clássico não era uma revanche de 1998 ou 2006. Jogo calmo, com a Seleção do técnico Mano Menezes dominando no quesito posse de bola apesar de não assustar o goleiro Lloris.
As equipes faziam um jogo tranquilo quando Hernanes, ao que me parece sem intenção, acertou um chute no peito do francês Benzema, e foi expulso corretamente. A algoz brasileira ainda tentou algo no primeiro tempo, sem sucesso.
A segunda etapa começou e o gol que era apenas tendência concretizou-se aos 10 minutos. Menez fez ótima jogada pela direita e deixou Benzema na cara do gol tendo somente o trabalho de empurrar pro fundo das redes.
Apesar de estar na frente, a França não se recolheu e partiu para o ataque buscando ampliar sua vantagem. Julio César, que dizia se sentir um novato na nova Seleção Brasileira, fechou o gol e evitou um resultado maior. No fim da partida, Jadson deixou Hulk na cara do gol, mas o centro-avante deixou a bola escapar, concretizando mais uma derrota para a seleção de Zidane, desta vez por 1 a 0.

Contra uma França não tão forte quanto a dos últimos confrontos, a Seleção Brasileira perdeu uma grande chance de derrotar a algoz, que não perde para o rival à 19 anos. Triste para um garoto de apenas 18 anos, que não sabe o que significa vence-los.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Breitner x Marquinhos

O clássico não é um jogo qualquer, e a maior prova disso é que ele não acaba quando o juiz aponta o centro de campo após 90 minutos de bola rolando. O clássico se estende por toda semana seguinte, fazendo a alegria de comentaristas, torcedores do time que ganhou, e tristeza dos torcedores derrotados.

Após o clássico entre Avaí e Figueirense, que aconteceu no último domingo, o ídolo e detentor da braçadeira de capitão avaiana Marquinhos, disparou gratuitamente contra o garoto Breitner, do Figueirense, que foi seu companheiro de clube ano passado no Santos. Segundo Marquinhos, o venezuelano não era nem o quinto reserva no alvinegro praiano.
Breitner, que não gostou nem um pouco das declarações do ex-colega, não titubeou quando perguntado sobre a polêmica em entrevista coletiva na segunda-feira: "Ele falou besteira, não precisava disso. Ele é um profissional como eu também. Ele tem uma idade que já está perto do fim enquanto eu tenho apenas 21 anos, tenho uma carreira inteira pela frente. [...] Pelo que eu escutei ele falou que eu era o quarto reserva do Santos, não havia necessidade de falar isso porque ele foi praticamente dispensado do Santos também, não quiseram ele mais lá, não tem porquê dele falar isso. [...] Eu respeitava ele como jogador e como pessoa mas... hoje vejo que perdeu meu respeito."

O que leva um profissional como Marquinhos a ofender gratuitamente um companheiro de profissão, ainda mais um jovem tão promissor, como Breitner? Provavelmente ele estava buscando apenas ratificar ainda mais sua aproximação com a torcida avaiana, e para isso atiçou um jogador do rival.
Antes do clássico, enquanto o clima era de paz por ambos os lados, inclusive com aposta entre os presidentes visando o lado social, Marquinhos deu uma infeliz declaração, dizendo que não servia para prefeito ou governador, já que seu desejo era ver o Avaí pra sempre na Série A, e o Figueira pra sempre na Série B.

O que o camisa 10 avaiano certamente não sabe é que não é necessário ser um mau caráter - ou fazer uso de recursos tão nojentos - para conquistar a condição de ídolo de sua torcida. O maior exemplo disso é Fernandes, ídolo do Figueirense, exemplo dentro e fora de campo. Atualmente no banco de reservas, o alvinegro apoia o treinador e os titulares, mas afirma que sempre que entrar em campo fará tudo para ver o Figueira saindo com a vitória e por consequencia recuperar a posição.
O próprio Breitner, em tão pouco tempo, já conquistou a torcida do Figueirense apenas com seu talento dentro de campo. Não foram necessárias declarações bombásticas ou xingamentos ao rival para que ele ganhasse espaço tão rápido no coração dos alvinegros.

Quero deixar claro que sou muito fã do futebol do atleta Marquinhos, tanto é que o considei melhor que o rival na comparação que fiz neste blog para esquentar o clássico. Só quero que ele saiba, que um ídolo é mais do que um jogador que corre, se esforça, faz gol etc dentro das quatro linhas. O ídolo interfere tanto quanto ou até mais fora delas, e é por isso que é necessário pensar duas vezes antes de falar nos microfones, porque uma declaração equivocada pode propagar a violência, e o esporte não foi feito pra isso.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Não era uma sexta-feira 13

Todo mundo tem aquele dia que acorda com o pé esquerdo. Depois de levantar-se atrasado, o cidadão veste seu traje de trabalho e quando está pronto para sair percebe uma mancha bem no meio de seu terno. Ele volta pra casa, troca de roupa, e quando está indo novamente para o carro pisa nas fezes do cachorro do vizinho mala, com quem já bateu boca diversas vezes por levar o animal para fazer suas necessidades em lugar inadequado. Como se já não bastasse por um dia, ao chegar no trabalho, o chefe revoltado com o atraso resolve demiti-lo. Foi mais ou menos isso que aconteceu ao Ney Franco no jogo de ontem, justamente contra a Argentina. Ao menos ele não perdeu o emprego.

Argentina e Brasil fazem sempre um grande jogo, independente de esporte ou categoria. "Ganhar é bom, ganhar da Argentina é melhor ainda", diria Galvão Bueno, mas perder deles é tão duro quanto.
Com sangue nos olhos, o Brasil adentrou ao gramado focando a vitória, mais do que isso, a vitória sobre o maior rival. Se afobou, isso ficou claro quando Juan jogou seu braço direito contra o rosto de um atacante argentino enquanto a bola era alçada na área. Pênalti para os hermanos e cartão vermelho para o defensor brasileiro que parecia não acreditar na expulsão, ou no que havia acabado de fazer. Funes Mori foi o encarregado de converter o lance em gol e fazer tudo desandar para o lado canarinho com menos de 10 minutos de jogo.
Assim como na história do primeiro parágrafo, tudo dava errado para Ney Franco. Pouco antes de perder seu quarto zagueiro, Bruno Uvini teve uma fratura e precisou ser substituído. Com a defesa reserva, as coisas pareciam ir de mal a pior.

Veio a segunda etapa e com ela uma réstia de esperança para cada torcedor brasileiro. Após receber passe de Neymar, Willian José acertou uma bomba no canto da meta defendida pelo goleiro Andrada. Foi neste momento que deu pra perceber o quanto os brasileiros queriam vencer aquele jogo. Gabriel pulava lá do outro lado como se fosse uma criança que acabou de ganhar seu brinquedo favorito enquanto Danilo, também do outro lado do campo, batia no peito e beijava o escudo da CBF.
Uma pena que o sonho dos garotos não tenha se concretizado. Passaram alguns minutos e Iturbe lançou novamente a Argentina a frente do placar após passar por todos os defensores brasileiros que pareciam não saber como tirar aquela bola dali.
Se já não bastasse perder a dupla de zaga titular, sendo um deles por fatura, ter ficado o jogo todo com um a menos em campo e ter perdido o clássico, Ney Franco ainda viu Neymar perder a cabeça e tomar o terceiro amarelo, que o tira da próxima e decisiva partida, na quarta-feira, contra o Equador.
Não era uma sexta-feira 13, mas bem que poderia ter sido.

Impossível ser mais justo

Com o estádio Orlando Scarpelli lotado, Figueirense e Avaí entraram em campo em situações bem diferentes para realizar o maior clássico de Santa Catarina. De um lado o alvinegro, líder do campeonato e com futebol de gente grande. Do outro o Leão, vivendo uma situação crítica no campeonato, com apenas uma vitória em seis jogos, agora sete. Acontece que o atributo mais relevante neste duelo não está nos pés dos jogadores, e sim na cabeça.

Para saber como foi o jogo é fácil, é só olhar para as arquibancadas. Com um início arrasador, a torcida do Figueira era só alegria, ainda mais quando Héber se desmarcou do zagueiro Gian para abrir o placar logo aos 5 minutos de partida. O sentimento não durou muito tempo, pois bastaram 6 minutos para Túlio, volante do Figueira, deixar o atacante azurra Rafael Coelho na cara do gol para empatar a partida. Rude golpe na torcida alvinegra que parecia não ter mais forças para levantar-se e voltar a apoiar sua equipe.
Com a torcida avaiana em alta, o jogo foi equilibrado até o fim da primeira etapa, mas sem grandes chances de ambos os lados.


Com o intervalo, a esperança do lado alvinegro era que o ânimo da torcida e da própria equipe voltassem a contagiar um ao outro. Não aconteceu. O Avaí e sua claque voltaram pressionando, e após bela jogada de Rafael Coelho pela direita, William marcou na sua reestreia. Precisando do empate, o Figueira lançou-se ao ataque e foi após Bretiner cobrar escanteio que Wellington igualou novamente o marcador e acordou a torcida do Figueira que apenas assistia desde o primeiro gol avaiano.

Fim de jogo, 2 a 2 no marcador, e um sentimento de justiça para ambas as equipes. Tanto Figueira, quanto Avaí não mereciam deixar o Scapelli sem pontos, ainda mais diante de suas torcidas que fizeram uma bela festa. Clássico é clássico, já diz o mané, e mais uma vez está provado que qualquer previsão antes de um deles é pura conversa fiada.

Fotos: Alvarélio Kurossu

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Clássico de opostos

Domingo, as 19h30, Figueirense e Avaí entrarão em campo para fazer o maior clássico de Santa Catarina em situações bem diferentes. A partida será realizada no estádio Orlando Scarpelli e poderá contar com sua lotação máxima pela primeira vez no ano de 2011. Isso porque finalmente foi instalado o sistema de monitoramento através de câmeras por todo o estádio. Dos 9 mil ingressos a disposição, quase todos já foram vendidos.

Líder do campeonato, o Figueirense está invicto e tem 100% de aproveitamento como mandante das partidas. Tem em Maicon, novo capitão da equipe, o seu grande destaque. Funcionando como terceiro homem de meio-campo, o camisa 8 dribla, passa com qualidade, e costumeiramente deixa os atacantes alvinegros na cara do gol. No caso de uma marcação individual no craque, que já virou rotina neste campeonato, outros jogadores tem qualidade suficiente para assumir a responsabilidade de organizar o time, caso do ala esquerdo Juninho e da promessa santista Breitner.

Já o visitante Avaí passou por muitos problemas em apenas 6 rodadas de campeonato estadual, mas já começa a enxergar uma luz no fim do túnel. Desde que Rafael Coelho estreou foram dois jogos, nenhuma derrota e muito futebol. Em Blumenau ele deu tudo de si, teve pelo menos três grandes oportunidades de gol, mas acabou parando no goleiro Flávio Kretzer, do Metropolitano. Na sexta rodada, ele abriu o caminho para a vitória sobre o Joinville com um gol de cabeça e mais uma vez não poupou esforços para ver o Leão saindo com os três pontos.

Avaí e Figueirense já realizaram este clássico por 392 vezes, e se não contar os confrontos realizados pela Copa Santa Catarina, o último vitorioso foi o Avaí somente em 2008. O jogo válido pelo returno do Catarinense daquele ano, terminou com vitória azurra por 2 a 0 com gols de Emerson e Bebeto. A última vitória do Figueira foi naquele mesmo ano. Em jogo válido pelo turno, o Figueira goleou o Leão por 3 a 0 na Ressacada com gols de Fernandes, Edu Sales e Alexandre, vulgo Pedalada. De lá pra cá, foram dois empates em 2009, e mais três empates em 2010.

Montei as prováveis escalações dos times para o clássico de domingo e comparei jogador a jogador pra ver quem leva vantagem, pelo menos no quesito qualidade. O atleta, que na minha opinião, leva vantagem, ganhou um estrela ao lado do seu nome. As notas para os atributos dos jogadores vão de 1 à 5. O resultado foi esse:

FIGUEIRENSE X AVAÍ
Zé Carlos é um dos melhores goleiros do estado e tem em sua reposição, principalmente com o pé, o seu ponto mais forte. Contudo, Wilson é ídolo do Figueirense e há alguns anos o melhor goleiro do estado. Ponto para o Figueirense.Bruno cresceu muito de produção em relação ao ano passado. Agora, além de defender bem ele vai ao ataque proporcionando perigo as defesas adversárias. Gustavo apenas começou a ganhar seu espaço no Avaí, ainda tem muito a crescer. Ponto para o Figueirense.Apesar de goleador, boa parte das bolas que entram na área alvinegra são nas costas do garoto vindo do Corinthians. Emerson Nunes tem mais qualidade, além de sair bem pro jogo. Ponto para o Avaí.Desde o fim do ano passado, quando conquistou a posição de titular do Figueirense no lugar de João Felipe, João Paulo tem feito grandes partidas; com a ausência de Roger Carvalho, tornou-se o xerife da defesa. Gian, ao que parece, ainda está se encaixando ao time azurra. Ponto para o Figueirense.Velocidade máxima com Juninho no corredor esquerdo do Figueirense, caso Maicon receba marcação forte, ele pode virar armador do time. Pará oscila entre boas e más partidas. Ponto para o Figueirense.Ygor, capitão até a quarta rodada, alia técnica e marcação, um volante completo. Já Bruno é o ponto fraco do Avaí, a qualquer momento pode perder a cabeça e ser expulso. Ponto para o Figueirense.Apesar das boas atuações de Diogo Orlando nas últimas rodadas, principalmente contra o JEC, Túlio é mais jogador. O camisa 7 alvinegro ainda tem muita experiencia, que conta muito em clássico.
Maicon é o melhor jogador do campeonato enquanto Fabiano é uma incógnita. Maicon é o típico jogador que pode decidir um jogo a qualquer momento.
Vindo do Santos, o garoto Breitner tem chamado a atenção dos alvinegros com sua velocidade e assistências precisas. Entretanto Marquinhos é um ídolo avaiano e se tem alguém que pode decidir este clássico a favor do Leão é ele. Ponto para o Avaí.
Héber a Maurício Alves tem muito em comum. Ambos são velocistas e jogam pelo lado de campo. A grande diferença é que o alvinegro é grande finalizador enquanto o atacante azurra treme ao encarar frente a frente os arqueiros adversários. 
O duelo entre atacantes fixos talvez seja o mais duro de todos. Mas acho que o momento que Rafael Coelho vive atualmente lhe dá vantagem na briga contra o centro-avante adversário.

Certamente muitos virão me cobrar caso algo que declarei acima aconteça completamente invertido. Vai que Wilson falhe, que o lateral Gustavo faça dois gols e acabe com o jogo... Por isso que o futebol é fascinante, porque não se pode prever nada.

Bom clássico a todos!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Seleção que o povo gosta

Ontem eu acabara de sair do gramado onde pratico a pelada semanal, quando começou o segundo jogo do hexagonal final do Sul Americano sub-20, que dá duas vagas aos jogos olímpicos de Londres. Sentei ao lado de meus amigos para discutirmos o futebol, como sempre fazemos após os jogos, quando recebo o alerta: gol do Brasil.
De imediato começaram os elogios ao time comandado por Ney Franco. "Esses meninos estão jogando demais", "vamos ser campeões", "não foi no Neymar?". Será que realmente é pra tudo isso? Nenhum deles imaginária o que ainda estava por vir.

A Colômbia fez um jogo duro, marcou, defendeu, atacou - sem tanta qualidade, o que explica a falta de gols marcados - e por muito pouco não chegou ao empate. No fim, Lucas deixou Diego Maurício na cara do gol e o atacante do Flamengo ampliou a vantagem, mascarando com 2 a 0 o que poderia ter acabado com um empate.

O momento é de euforia, de elogios, como já dito anteriormente, mas ainda há muito a ser corrigido, a começar pela irregularidade desta Seleção. Um jogo muito bom, seguido de um jogo muito ruim, e assim por diante. Tem sido assim neste pré-olímpico. As vezes a irregularidade está dentro de um só jogo. Contra o Chile por exemplo, o Brasil fez um primeiro tempo com mais baixos do que altos, porém voltou com tudo na segunda etapa transformando o empate em diferença de quatro tentos.

Outra coisa que tem me deixado furioso é a rotatividade do ataque. Qual foi a última vez que Ney Franco escalou o mesmo ataque por dois jogos seguidos? Tem sido sempre Neymar mais um. Já foi Henrique, Willian José, e ontem a vez do Drogbinha, que na minha visão, é o que mais merece a titularidade pelo que tem feito nos jogos. Aliás, como diria Tiago Cordeiro, acho equivocado chamarem o Diego de Drogbinha, o certo seria passar a chamar o tal Drogba por Diegão.

Por fim, chamo a atenção de Ney Franco quanto ao posicionamento de Lucas. Já havia passado dos 30 minutos da segunda etapa quando percebi que o garoto estava em campo. Ficou completamente sumido enquanto fazia o papel de segundo volante pelo lado direito. Com a habilidade, velocidade e técnica que ele tem, coloca-lo para jogar onde jogou é quase um crime. A maior prova disso é que bastou uma bola cair em seu pé para assistir Diego Maurício com muita qualidade no segundo gol brasileiro.

Pela frente o maior desafio destes jogos, a bicampeã olímpica Argentina. Além de toda a rivalidade que orbita ao redor do confronto, os hermanos precisam da vitória já que começaram o hexagonal com derrota. O jogo será as 23h10 de domingo. É esperar pra ver.