domingo, 3 de outubro de 2010

Indo dessa para uma pior

Na Série A e na Série B, times grandes ou que possuem alguma glória vivem agora o drama de brigar contra o rebaixamento. Como explicar a má campanha mesmo após tantos investimentos e contratações de peso? É exatamente isto que torcidas do Atlético Mineiro e Brasiliense gostariam de saber.

Um início de temporada perfeito, título mineiro que não vinha desde 2007 e foi o suficiente para o Atlético relaxar. Comandados sob Vanderlei Luxemburgo, um dos maiores técnicos do Brasil em atividade, Diego Tardelli e Obina viam assim como seus torcedores o período pré-Copa como um momento de falta de sorte. E cadê essa tal sorte que não deu as caras até agora? O Galo aproveitou os 30 dias de recesso do Campeonato Brasileiro e trabalhou, trouxe jogadores consagrados como Diego Souza (Craque do Brasileirão 2009), Daniel Carvalho e Fábio Costa. O alvinegro também mandou muita gente embora: Carlos Alberto, Coelho, Corrêa etc. O Brasileirão voltou e a cada rodada que passa a Segundona fica mais perto. Drama conhecido da mesma torcida mineira, que já viu o clube cair em 2005 e sabe como é sentir essa dor. A troca de Luxa por Dorival Júnior pode ser o último suspiro do primeiro Campeão Brasileiro da história.

Na Série B não há tanto glamour como na primeira divisão, o Brasiliense também não chega aos pés do Galo, mas em 10 anos já ganhou uma segunda divisão, foi vice-campeão da Copa do Brasil, em uma final muito duvidosa por sinal e chegou a Série A em 2005. Montou um time de veteranos que já deram certo em muitos clubes: Ruy "Cabeção", Iranildo, Beto Acosta, Enílton, Luciano Totó etc. Pelo visto, não no Jacaré, em plena 26ª rodada o time é apenas 17º colocado e a terceirona começar a assombrar o ex-senador Luiz Estevão, dono do clube. Assim como o Atlético Mineiro, o Brasiliense também apostou na mudança de comando para escapar da degola, trouxe o técnico Andrade, campeão brasileiro e melhor técnico do Brasileirão de 2009.

Parece inexplicável, mas não. Problemas de comportamento dos grupos fazem com que a história tenha um pouco mais sentido. No Atlético por exemplo, recentemente foi pedido por líderes do grupo um período de concentração mais longo, longe da torcida e dos familiares; a ideia não foi bem recebida por todos. Várias contratações tardias e o pouco tempo para entrosamento também podem agregar neste fracasso já que um bom time não é formado de uma hora pra outra.

Nesse ritmo, Galo e Jacaré parecem cada vez mais próximos de mais uma página negra na história de seus clubes. Resta a eles um milagre, que torna-se cada vez mais raro no futebol, mas existe, vide Fluminense.