sábado, 14 de agosto de 2010

De 17 à 34, as mudanças de Ronaldo

O menino de São Cristovão se chamava Ronaldo, em 1994 virou Ronaldinho, mais tarde com a chegada de Ronaldinho Gaúcho ele voltou a ser chamado de Ronaldo e prestes a encerrar sua carreira ele virou o Ronaldão. Um dos melhores jogadores da história do futebol mundial vai encerrando sua carreira com polêmicas, a maior delas seu peso. Poderia o extra-campo sujar a carreira de um jogador tão brilhante?

Um ano depois de começar sua carreira como profissional, Ronaldo já estava disputando a Copa do Mundo de 1994, com apenas 17 anos, repetindo o feito de Pelé, o rei do futebol. O garotinho magro dos dentes tortos que saiu do Rio de Janeiro em direção ao estado de Minas Gerais para ser jogador de futebol no Cruzeiro já havia se tornado uma estrela do futebol nacional.
Pouco tempo após a conquista do tetra mundial, Ronaldo se transferiu para o PSV da Holanda, time que para muitos é o responsável pelas sucessivas contusões do Fenômeno. Acontece neste período a primeira transformação do atacante, ele deixa de ser o jogador frágil e alia velocidade com força e explosão.

Ronaldinho entra então na melhor fase de sua carreira, ele deixa a Holanda e vai para a Espanha defender o Barcelona. Após vários títulos, o prêmio de melhor jogador do Mundo e 47 gols em 49 jogos, ele é comparado com o touro(animal de muita velocidade e força) e ganha o apelido de Fenômeno.
Uma temporada depois ele vai para a Internazionale de Milão, onde conquista pela segunda vez seguida o prêmio de melhor jogador do Mundo FIFA.
O Mundial de 1998, na França, tinha de tudo para ser a consagração do craque, mas ficou no quase. Ronaldinho voou como fez no Barcelona e na Inter, mas às vésperas da final contra a seleção anfitriã, o jogador sofreu com uma misteriosa convulsão e mesmo assim foi à campo em péssimas condições, o Brasil perdeu aquele jogo por 3 a 0 e foi vice-campeão.

O próximo ciclo de 4 anos até a Copa de 2002 foi péssimo para Ronaldo, contusões seguidas e algumas delas graves fizeram com que o craque disputasse apenas 24 partidas em três temporadas.
Ronaldo deu sua primeira volta por cima, apesar do estado duvidoso, foi convocado para a Copa realizada por Coréia do Sul e Japão, fez 8 gols e juntamente a Rivaldo levou o Brasil ao pentacampeonato mundial. Naquele ano ele conquistou a chuteira de ouro e a bola de prata da Copa do Mundo e foi eleito pela terceira vez o melhor jogador do Mundo FIFA.

Começava aí sua ultima e pior fase no futebol. Com o fim do Mundial, Ronaldo foi transferido ao Real Madrid e foi chamado pela primeira vez de gordo. No clube Madrilenho foram 5 temporadas, 177 jogos e 104 gols. Conquistou alguns títulos importantes neste período como o Campeonato Espanhol, a Liga dos Campeões e o Campeonato Mundial. Apesar disso, nunca mais conseguiu se afirmar e a pressão ficou forte de vez com a chegada do holandês Van Nisterooy.
Muitos quilos acima do peso ideal, Ronaldo foi à Copa do Mundo 2006, fez três gols e se tornou o maior artilheiro da história de todas as Copas, o que não foi suficiente para evitar o fiasco de sua seleção que foi eliminada apresentando um futebol fraco frente à França.

Voltou à Milão na temporada 2006-2007 para defender desta vez o Milan, e quando finalmente estava voltando a ser o velho Ronaldo, no começo de 2008, sofreu mais uma contusão grave. Neste período seu contrato acabou e o clube rubronegro não quis renovar.

Após se recuperar no Flamengo e estar envolvido em um escândalo com três travestis no Rio de Janeiro, Ronaldo foi contratado à custo zero pelo Corinthians em dezembro de 2008. Honrou o alto salário que recebia, maior do futebol brasileiro, e em 2009 ajudou o Timão a conquistar o Paulistão e Copa do Brasil, este ultimo que dá vaga à Libertadores, sonho de consumo do time paulista no ano do centenário.
Mas 2010 não foi tão bom quanto 2009, exibindo a maior barriga de sua vida, Ronaldo fez pouquíssimos jogos e teve uma média de gols muito baixa, o Coringão foi eliminado na primeira fase do Paulista e na Libertadores foi apenas até as oitavas.

O menino magrinho de 17 anos da periferia do Rio de Janeiro conquistou o Mundo, escreveu seu nome na história, e poucos antes de pendurar as chuteiras vai se afundando. Ronaldinho estaria apagando tudo que já havia feito? Certamente não, mas as coisas ruins ficam tão marcadas como as coisas boas.