terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Breitner x Marquinhos

O clássico não é um jogo qualquer, e a maior prova disso é que ele não acaba quando o juiz aponta o centro de campo após 90 minutos de bola rolando. O clássico se estende por toda semana seguinte, fazendo a alegria de comentaristas, torcedores do time que ganhou, e tristeza dos torcedores derrotados.

Após o clássico entre Avaí e Figueirense, que aconteceu no último domingo, o ídolo e detentor da braçadeira de capitão avaiana Marquinhos, disparou gratuitamente contra o garoto Breitner, do Figueirense, que foi seu companheiro de clube ano passado no Santos. Segundo Marquinhos, o venezuelano não era nem o quinto reserva no alvinegro praiano.
Breitner, que não gostou nem um pouco das declarações do ex-colega, não titubeou quando perguntado sobre a polêmica em entrevista coletiva na segunda-feira: "Ele falou besteira, não precisava disso. Ele é um profissional como eu também. Ele tem uma idade que já está perto do fim enquanto eu tenho apenas 21 anos, tenho uma carreira inteira pela frente. [...] Pelo que eu escutei ele falou que eu era o quarto reserva do Santos, não havia necessidade de falar isso porque ele foi praticamente dispensado do Santos também, não quiseram ele mais lá, não tem porquê dele falar isso. [...] Eu respeitava ele como jogador e como pessoa mas... hoje vejo que perdeu meu respeito."

O que leva um profissional como Marquinhos a ofender gratuitamente um companheiro de profissão, ainda mais um jovem tão promissor, como Breitner? Provavelmente ele estava buscando apenas ratificar ainda mais sua aproximação com a torcida avaiana, e para isso atiçou um jogador do rival.
Antes do clássico, enquanto o clima era de paz por ambos os lados, inclusive com aposta entre os presidentes visando o lado social, Marquinhos deu uma infeliz declaração, dizendo que não servia para prefeito ou governador, já que seu desejo era ver o Avaí pra sempre na Série A, e o Figueira pra sempre na Série B.

O que o camisa 10 avaiano certamente não sabe é que não é necessário ser um mau caráter - ou fazer uso de recursos tão nojentos - para conquistar a condição de ídolo de sua torcida. O maior exemplo disso é Fernandes, ídolo do Figueirense, exemplo dentro e fora de campo. Atualmente no banco de reservas, o alvinegro apoia o treinador e os titulares, mas afirma que sempre que entrar em campo fará tudo para ver o Figueira saindo com a vitória e por consequencia recuperar a posição.
O próprio Breitner, em tão pouco tempo, já conquistou a torcida do Figueirense apenas com seu talento dentro de campo. Não foram necessárias declarações bombásticas ou xingamentos ao rival para que ele ganhasse espaço tão rápido no coração dos alvinegros.

Quero deixar claro que sou muito fã do futebol do atleta Marquinhos, tanto é que o considei melhor que o rival na comparação que fiz neste blog para esquentar o clássico. Só quero que ele saiba, que um ídolo é mais do que um jogador que corre, se esforça, faz gol etc dentro das quatro linhas. O ídolo interfere tanto quanto ou até mais fora delas, e é por isso que é necessário pensar duas vezes antes de falar nos microfones, porque uma declaração equivocada pode propagar a violência, e o esporte não foi feito pra isso.

Nenhum comentário: