sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quanto vale uma negocição mal sucedida

Dirigentes negociando com diversos jogadores para montar seu elenco para toda a temporada, é sempre assim nos meses de dezembro e janeiro, quando o futebol está de férias no Brasil. Entre tantos atletas que conversam com os clubes, alguns fecham contrato e outros não, pelos mais variados motivos.
Normalmente não conseguimos enxergar o preço que se paga quando um jogador não acerta com um time, já que quando isso acontece provavelmente é para jogar em um clube do eixo Rio-São Paulo ou no exterior, mas este ano aconteceu um caso em Santa Catarina que nos mostra as proporções exatas de uma negociação mal sucedida.

Pedro Carmona é um atleta gaúcho de 22 anos de idade que transferiu-se do São José para o Figueirense na metade da temporada passada. Sem muitas chances por parte do técnico do alvinegro do estreito, Carmona raramente foi aproveitado durante a Série B.
Quando já estava muito próximo da conquista do acesso, Márcio Goiano começou a fazer testes visando o ano de 2011, para ver quais jogadores daquele grupo poderiam ser aproveitados para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Pedro começou a ganhar mais oportunidades e foi mostrando seu talento. Em pouquíssimos jogos foram muitos gols marcados, muita qualidade com a bola no pé, e uma técnica impressionante em cobranças de falta. Chico Lins, gerente de futebol do Figueira, chegou a declarar que Carmona era a grande aposta do Furacão para o ano seguinte.
A segunda divisão acabou e o futebol brasileiro entrou em recesso, e com isso começaram as negociações para renovar contrato daquele que encantou os torcedores do Figueirense no fim de 2010. Sem sucesso, o São José, clube que possui os direitos federativos do atleta, dificultou o negócio fazendo com que o Figueira desistisse de manter a promessa para o Catarinense.
No dia 28 de janeiro, inesperadamente o Criciúma apresentou o atleta como mais novo jogador do Tigre. Carmona começou de imediato a trabalhar e não demorou muito para se firmar como titular.

Figueirense e Pedro Carmona enfim se reencontraram no dia 9 de fevereiro de 2011, em jogo válido pela penúltima rodada do turno, no Heriberto Hülse. Em disputa, a liderança do turno, algo muito importante neste método de disputa já que o primeiro colocado tem direito a jogar semi-final e final como mandante, além de depender somente de empates para conquistar o título. Pedro Carmona fez dois, um deles corretamente anulado, botou uma bola no travessão, e ajudou seu atual clube a sair com uma vitória por 2 a 0 e a liderança da competição.

Com tantos privilégios ao líder no fim da primeira fase do turno, pode-se dizer que é quase certo que o mesmo conquiste o título, assim como fizeram Joinville e Avaí no ano de 2010. Se o Criciúma confirmar a primeira posição na última rodada, e posteriormente o título, o Figueira poderá encher a boca pra falar que perdeu mais que três pontos, perdeu o turno do Campeonato Catarinense.
E podem ter certeza que a segunda parte será muito mais difícil. Com as equipes já entrosadas - coisa que só o Furacão tinha no começo da competição - e com a ascensão de Criciúma, Joinville e principalmente Avaí, tenha certeza que a hora de carimbar a vaga na final da competição é agora.

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