sábado, 30 de julho de 2011

O poder da Copa do Mundo

É estranho dizer isto, mas... é incrível a atmosfera que uma Copa do Mundo nos trás, mesmo antes de seu princípio, num sorteio de grupos para eliminatórias continentais. São tantos escândalos de corrupção envolvendo entidades como a FIFA e CBF, obras que rolam superfaturadas de lá para cá e vice-versa, atraso nas liberações e tantos outros casos que nos faz, por vezes, pensar se é realmente válido ter um mundial no Brasil.
Em meio a todos estes problemas, começa a cerimônia e a abertura oficial da Copa de 2014 é transmitida pela primeira vez ao mundo. A boca se cala, o coração aperta e uma lágrima cai. Com o maravilhoso hino da FIFA ao fundo, vejo alguns jogadores brasileiros, o zagueiro Puyol, vários outros craques e, por fim, a taça mais valiosa do planeta.

Automaticamente alguns lances aparecem como flash em minha cabeça, lances que representam a verdadeira essência do futebol e de uma Copa do Mundo, tal qual o gol de Carlos Alberto Torres na final de 70, os biquinhos de Ronaldo em 2002, além da genialidade de Iniesta para dar o primeiro título à Fúria em 2010.
Mas não só de lances bonitos são feitas as Copas, há um tempero para que possamos apimentar um pouco mais as partidas. Em 1966, durante a final do torneio, o inglês Hurst chutou, a bola pegou no travessão alemão, caiu fora, e a zaga afastou. Gol dado pelo árbitro e a Inglaterra conquistava seu primeiro mundial. O troco demorou, mas apareceu. Mais de quarenta anos depois, em 2010, Frank Lampard chutou para empatar o duelo válido pelas quartas-de-final, a bola bateu no travessão e atravessou 33 centímetros antes de quicar com muito efeito e voltar para as mãos do goleiro Neuer. Para o desespero do meia autor do gol e de Wayne Rooney, que já comemoravam, o gol não foi validado e a Alemanha goleou por 4 a 1.

E o que dizer do gol? O grande momento do futebol deve ter uma comemoração a altura, ainda mais durante um mundial. Pode ser extravasando, dançando ou gritando, o importante é jogar tudo que está dentro de si para fora, assim contagiando todo o público que assiste ao jogo. A Coca-Cola, as vésperas da Copa da África, produziu uma propaganda brilhante que mostra exatamente o que se passa durante o mesmo. Clique aqui para visualizar o tal.
Só quem já viu um gol de seu time ou de sua seleção em momento de extremo nervosismo é passível de compreensão da loucura que toma conta de um ser humano neste momento. É gol!

Foi dada a largada. Que o Brasil se prepare, dentro de campo comandado pelos garotos e fora pelos dirigentes, para que em 2014 possamos realizar a maior Copa da história e, como disse Zagallo: "Nós vamos vencer!".

Furacão manso

Há alguns anos, desde 2006 para ser mais preciso, que o Atlético Paranaense sofre momentos de mais baixas do que altas, se comparado à sua recente história. Campeão brasileiro em 2001, o Furacão viveu o melhor momento de sua história até 2005, quando fechou o nacional na sexta posição e ainda faturou o vice-campeonato da Taça Libertadores.
De lá pra cá muitos sustos e um namoro que está prestes a virar casamento.
No dia 14 de julho de 2005, o São Paulo goleou um aspirante à grande brasileiro por 5 a 1 e o mesmo caiu, não mais conseguindo levantar-se. O resultado era esperado após um empate em casa (a primeira partida foi realizada no está
dio Beira-Rio, já que a Arena da Baixada não possuía a capacidade necessária para tal evento) por 1 a 1, porém o sonho de conquista ainda era vivo no coração de cada rubro-negro. A derrota pesada no jogo de volta, mandado no Morumbi, parece mesmo ter sido um divisor de águas na história do clube paranaense.

O período entre 2006 e 2009 foi muito conturbado, porém sem grandes derrotas. Nesta fase, por exemplo, o Furacão não ficou nenhuma vez entre os dez primeiros do campeonato brasileiro, situação habitual na primeira metade da década passada.
Até que em 2010, quando tudo parecia ir de mal à pior - mais uma vez, chegou o salvador Carpegiani. Pegando o time na zona de rebaixamento, Paulo César pôs um ponto final na má fase e levou à briga pela disputa no principal torneio continental. O desfecho tinha tudo pra ser perfeito, se o técnico não aceitasse uma proposta do São Paulo para largar o rubro-negro e treinar o Tricolor. Com a saída do ex-craque colorado, o clube liderado por Maikon Leite, Paulo Baier e Guerrón viu-se em situação normal, não mais candidato à vaga na Libertadores como em outrora, no entanto, o sexto lugar foi perfeito para quem achava que por mais uma vez o Atlético lutaria para não ser rebaixado.

Lembra do tal ponto final que Carpegiani colocou na má fase recente do Atlético? Então, esqueçam o "final". No futebol nada é eterno, o futebol é momento!
E o momento do Atlético, mais uma vez parece ser delicado: na décima segunda rodada, o rubro-negro venceu apenas uma partida e é lanterna absoluto da peleja.
Depois do sucesso de Geninho e Carpegiani, chegou a vez de Renato Gaúcho fazer o Furacão voltar a ventar mais forte.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Santos 4x5 Flamengo - Pra sempre

Uma quarta-feira em que jogadores voltaram a ser artistas e que os gramados voltaram a ser palco para seus shows. Foi assim no Couto Pereira, onde o São Paulo de Adílson Batista abriu quatro tentos de vantagem sob o Coritiba que, não abalado, partiu pra cima marcando três vezes e bateu na trave quando o objetivo era o empate.
Mas o grande jogo (lê-se espetáculo), ocorreu na Vila Belmiro. Santos e Flamengo entraram em campo para protagonizar um evento que jamais sairá da história ou da cabeça daqueles que tiveram o prazer de acompanhar.

Que jogo! Roteiro magnífico, direção perfeita e, é claro, atuações dignas de Oscar.
De um lado Neymar. Ele viu Borges matar a bola após belo lançamento de Elano e colocar no contrapé do goleiro Felipe. Depois puxou a bola numa espécie de bicicleta para o camisa 9 santista fazer seu segundo no jogo, ampliando o marcador. Mas o climax de sua atuação ficou para o terceiro gol: o menino prodígio da Vila, de letra, deixou dois flamenguistas pra trás, tabelou com seu companheiro para sair mano-a-mano com Ronaldo Angelim, em quem deu uma meia lua antes de encobrir o arqueiro do time carioca. Pintura!
O Santos abriu 3 a 0 no primeiro tempo e uma virada não mais parecia ser possível. Engana-se quem pensa isso de um time que tem em seu grupo o mágico Ronaldinho. Foi ele quem abriu o caminho para reação tocando para as redes desprotegidas após falha de Rafael. Responsabilidade do camisa 10 também, por duas vezes melhor do mundo, foi o cruzamento do terceiro gol, o do empate, quando a bola foi de encontro a cabeça de Deivid e depois para o fundo da meta.
Houve ainda um lance descrito em roteiro como ataque, o início da confrontação, que mudou pela primeira vez o rumo do jogo. Elano teve, em pênalti sofrido por Neymar no primeiro tempo, a chance de fazer 4 a 2 e assim voltar a ter conforto no jogo. Pressionado pelo erro na Seleção Brasileira e por problemas pessoais, era nítido o apavoro do homem-da-bola-parada, que em um insight paradoxal de medo e coragem resolveu dar uma cavadinha. Ele não tinha nada a ganhar e resolveu perder mais um pouquinho, afinal, quem tá na chuva é pra se molhar. Felipe, que ficou plantado no meio do gol, pegou e ainda tirou onda com algumas embaixadinhas mequetrefes e, principalmente, dignas.

Com o placar igualado, as equipes e o futebol brasileiro voltaram para o segundo tempo, este menos intenso, mas tão emocionante quanto seu antecessor.
E foi Neymar quem começou ditando o ritmo quando botou o Peixe mais uma vez a frente do marcador. O talentoso camisa 11 deixou David Braz no chão e colocou onde Felipe jamais chegaria para fazer o quarto, terminando assim sua apresentação.
Cedo demais, monstrinho. Ronaldinho voltou a fazer, de repente, a obra que havia deixado inacabada em 2005: o futebol. Um golaço imaginativo de falta e mais um gol de oportunismo selaram o placar em uma virada histórica por 5 a 4 para o Flamengo.

Não só virada histórica como jogo histórico, um marco para o futebol. Não vi Pelé mas vi Neymar e Ronaldinho. Juntos! Um garoto com idade próxima aos 10 anos que está começando a acompanhar futebol agora achará normal um jogo como de ontem. Os anos passarão, ele enfim reconhecerá o que acabara de ver e então se orgulhará de ter visto tal show.

Uma partida antológica como tal não acaba ao fim dos noventa minutos, fica guardada para sempre no coração daqueles que amam o esporte bretão.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Barcelona brasileiro

É fato que o Barcelona tornou-se o time da moda na temporada 2010-2011. E quando me refiro ao "time da moda", não estou sendo irônico, mesmo tendo minhas preferências pelo Real Madrid. É maravilhoso ver o time catalão jogar. Defesa segura, mesmo que improvisando Busquets e Mascherano por vezes, meio-campo que envolve equipes adversárias no bom toque de bola com Iniesta e Xavi, e por fim, é claro, Messi. Campeão do Espanhol e vice da Copa do Rei, o Barça ainda conquistou a UEFA Champions League e garantiu o direito de disputar o mundial do Japão, em dezembro.

Com tal referência, os clubes do Brasil entraram com tudo na briga pelo título de 'o Barcelona brasileiro'. Candidato natural já que era até então o campeão da América, o Internacional decepcionou. Nem Celso Roth, muito menos seu substituto, o ídolo Paulo Roberto Falcão, na temporada 2011 o Colorado ainda não conseguiu deslanchar. Mesmo vencendo o Gaúchão, Falcão não conseguiu a confiança da diretoria do Inter e caminhou para sua demissão, que ocorreu na 9ªrodada do Campeonato Brasileiro.

O fracasso colorado credenciou o Cruzeiro do técnico Cuca à taça inexistente. E a Raposa fez por merecer com um início de ano avassalador. Vitórias convincentes com o time reserva no estadual e goleadas em clubes como o Estudiantes por exemplo, na Taça Libertadores da América ditaram a realidade: o celeste tinha não só um excelente elenco, como um time titular muito entrosado.
Tudo ia muito bem, até que o Cruzeiro recebeu o Once Caldas em Sete Lagoas e perdeu um jogo que poderia até empatar, devido ao bom resultado fora de casa. Crise na Toca da Raposa, Cuca demitido em seguida, e o Cruzeiro ainda não voltou a repetir as boas atuações.

Então, o Barcelona brasileiro é... Santos Futebol Clube!
Ué, mas logo o Santos? Tudo bem que ganhou tudo que disputou este ano, que tem Neymar, Ganso e Elano, mas e o Muricy? Ele bota o time todo atrás, foi assim que ganhou a Libertadores. Teve muita sorte na final do Paulista contra o Corinthians, afinal, não é atoa que hoje o Timão é líder isolado do Brasileirão.
Usei destes argumentos, os mais encontrados na internet "cornetando" o time alvinegro, para contrariar qualquer possível dizer que venha a tirar este título imaginário do time santista.
No primeiro semestre, liderado por três estrelas - Neymar, Elano e Ganso, o Santos venceu o Campeonato Paulista e a Libertadores, o último levando o clube ao Mundial Interclubes. Mas faltava algo, o futebol ainda não estava redondo. Isso ficou claro quando Muricy Ramalho necessitou jogar com os 11 atrás no México, no jogo de volta contra o América, para conquistar a classificação às semi-finais do torneio continental. A coisa piorou quando suas estrelas começaram a ser convocadas por Mano Menezes para amistosos e Copa América, e jogadores coadjuvantes foram chamados à sub-20 para a disputa do Mundial. Com o time praticamente reserva no Brasileiro, o Santos ainda fechou esta fase em 14º lugar, mesmo com três jogos a menos em relação ao líder.

Até que a diretoria Santista resolveu e investiu pesado durante a janela trazendo Ibson, Henrique, Alan Kardec e Borges. Somando estes craques ao elenco fortíssimo do Santos, falta espaço no time titular. No ataque, por exemplo, quem será o parceiro ideal para Neymar com Diogo, Keirrison e os recém-chegados para disputar apenas uma vaga? Além de titulares absurdos, o Peixe agora terá suplentes capazes de faturar mais uma Libertadores.

E o Muricy? Melhor técnico do Brasil há pelo menos cinco anos, sabe o que faz. Já avisou que para a próxima partida - contra o Flamengo, a primeira com o time completo, jogará para frente. É necessário defender, como foi feito durante a Libertadores, quando não temos time para atacar durante todo o jogo. Mas com esta seleção...

Com o melhor elenco brasileiro da atualidade, o Santos, ou 'Barcelona brasileiro', é o único capaz de deter o Barcelona Original no Mundial. Portanto, o Peixe tem até o fim do ano para levar o time perfeito que tem no papel, como descrito anteriormente, para dentro das quatro linhas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ciúmes de vocês

Dia de convocação para a Seleção Brasileira é sempre cercado de expectativa, mesmo que seja somente para mais um amistoso. Mas dessa vez a coisa foi diferente. Engasgado pela fumaça que invadiu a CBF pós-fracasso na Copa América, o técnico Mano Menezes ainda viu-se pressionado por um outro treinador, tido por muitos como sua principal ameaça. Muricy Ramalho foi duro quanto à possível convocação de seus principais jogadores para mais um amistoso: "Querem levar os jogadores de novo? Tudo bem. Então não tem jogo. Outra vez contra o Corinthians?" - esbravejou o treinador.
Mano fingiu não ouvir ou, ao menos, deu alguma importância para declaração do santista. Tirando Elano, que foi barrado da Seleção pelo pênalti perdido contra o Paraguai, - "conta aqui pro bonequinho" - as outras jóias santistas foram convocadas.

Veja a convocação completa:
Goleiros: Júlio César (Inter-ITA) e Victor (Grêmio)
Laterais: André Santos (Fenerbahçe), Dani Alves (Barcelona) e Maicon (Inter-ITA)
Zagueiros: David Luiz (Chelsea), Dedé (Vasco), Lúcio (Inter-ITA) e Thiago Silva (Milan)
Meias: Elias (Atlético de Madrid), Fernandinho (Shaktar Donetsk), Lucas (São Paulo), Lucas Leiva (Liverpool), Luiz Gustavo (Bayern de Munique), PH Ganso (Santos), Ralf (Corinthians), Ramires (Chelsea) e Renato Augusto (Bayern Leverkusen).
Atacantes: Alexandre Pato (Milan), Fred (Fluminense), Jonas (Valencia), Neymar (Santos) e Robinho (Milan).

Brasil e Alemanha se enfrentam em um amistoso no dia 1o de agosto, em Stuttgart.

A grande novidade ficou por conta da convocação de Dedé, zagueiro do Vasco. Aclamado por 'cartoleiros' e considerado por muitos o melhor zagueiro atuando no Brasil, o xerife cruzmaltino finalmente terá sua oportunidade, na vaga do experiente Luisão.
No entanto, algo que realmente me surpreende é a chamada de Fernandinho. Tudo bem, não é a primeira vez que o meia, que fez muito sucesso atuando no Atlético-PR em 2003/04, é convocado, entretanto não vive boa fase. O atleta, que já fora convocado anteriormente pelo ex-corintiano, hoje não passa de um bom banco na Ucrânia, em um clube tomado por brasileiros.

A fase não é boa, devemos admitir. Mas é preciso continuar a renovação para que em 2014 possamos ter alguma chance de erguer a taça mais famosa do mundo pela sexta vez.

domingo, 24 de julho de 2011

Si, se puede!

Coisa de louco essa Copa América 2011. Enquanto os favoritos ficaram pelo meio do caminho, coadjuvantes se aproveitaram para obter a glória. Em uma análise pré-torneio, quem ousaria arriscar que o Peru seria o terceiro colocado? Ou pior: quem seria corajoso o bastante para apontar a Venezuela na frente de Argentina e Brasil na classificação final? Tirando os mais otimistas Peruanos e Venezuelanos, ninguém.
"Vamos muchachos! Viva Venezuela! Viva la Vinotinto!" - Até o detestável presidente da Venezuela se rendeu aos bons resultados de sua seleção no twitter. Hugo Chávez, ou @chavezcandanga, enalteceu o bom futebol da Vinho Tinto mesmo após a goleada sofrida para o Peru na disputa do terceiro lugar. - "Se lo merecían, campeonísimos!".

E o que dizer do Paraguai? A seleção de camisa alvi-rubra e calções azuis ficou muito próxima de uma façanha que arranharia o orgulho do bom futebol. Em seis jogos foram cinco empates, uma derrota e absolutamente nenhuma vitória. Mesmo assim, vice-campeã. A seleção Paraguaia chegou a final sem vencer um jogo sequer.
Até que os deuses que protegem o futebol bem jogado decidiram pôr um ponto final na maré de sorte que vivia o Paraguai e, para isso, colocaram a melhor seleção das Américas para encará-la na final, o Uruguai.

A Celeste Olímpica fez por onde conquistar a Copa América 2011. Além de um time que envolve - de diferentes formas - o adversário e sua torcida, o Uruguai tem uma fibra que conquista todos que o assistem jogar. Na final, goleada sobre o Paraguai por 3 a 0, título de melhor jogador do torneio para Luis Suárez e pasmem, troféu fair-play erguido por Diego Lugano. Desfecho perfeito para um torneio tão estranho.
Com a conquista, o Uruguai chegou à 15ª conquista e se isolou como maior vencedor da competição. O título também é outro passo na reconstrução da Celeste bi-mundial, que desde o quarto lugar na Copa do Mundo da África vai retomando seu posto entre as maiores seleções do planeta.

Maluco, as avessas... bizarro! Adjetivos não faltam para qualificar a Copa América da Argentina. Mas sem nenhuma dúvida, o que prevalece entre tantos, chama-se justiça.
O troféu termina em boas mãos, o Uruguai foi o único digno de o levar para casa. Mesmo assim fica o recado: o futebol está cada vez mais equilibrado e todos podem entrar nas competições pensando no título. Sim, todos! Até mesmo vocês, azarões, Argentina e Brasil.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Gladia(dor)

Na última quarta-feira(20), durante o confronto entre Palmeiras e Flamengo, um lance em especial levou o jogo à uma outra atmosfera, inferior. Kleber, atacante do Verdão, jogou o fair-play no lixo ao não devolver a posse de bola para os rubro-negros, e ainda por cima partiu em direção de sua meta e por muito pouco não ampliou a confusão fazendo um gol.
Ok, ok. Eu sei que tem muita coisa errada na CBF, sei que tem jogador que força terceiro cartão amarelo para se poupar, sei que existe mala branca e também mala preta. Mas não é o caso. Não se justifica um erro com outro. Se soubéssemos o quanto de podridão que há por trás do esporte, desistiríamos de acompanhá-lo.

Não é a terceira ou quarta vez que acontece, muito menos a primeira. Kleber tem um longo histórico de polêmicas dentro e fora dos gramados. Franzino, começou no São Paulo e sem muitas oportunidades foi jogar na Ucrânia, no Dínamo de Kiev. O menino voltou um Gladiador para o Brasil. Não precisou de muito tempo para se tornar ídolo de sua nova torcida. Sua raça e determinação elevaram por inúmeras vezes a satisfação dos palmeirenses.
Pois é, torcedor é assim mesmo. Quem não gosta de ver um jogador defendendo seu clube com a alma de quem vibra na arquibancada? Só que, por vezes, esta paixão nos cega.
Creio que não seja necessário descrever toda a ficha corrida do atleta, então preparei um breve resumo em tom de receita: algumas cotoveladas daqui, declarações bombásticas de lá, uma pitada de deslealdade e muito egocentrismo.
É assim que Kleber sutilmente submeti palmeirenses a sessões de menosprezo sem que os mesmos percebam. Não é novidade pra ninguém ver o Gladiador ser expulso de campo por faltas grosseiras, muitos menos arrumar confusão com os adversários para justificar as anteriores. Ao fim da partida, chama esse ou aquele jogador com quem discutiu para a porrada. E depois 'xinga muito no twitter' (imagem).
E se todo este circo não foi o bastante, o que dizer a respeito de uma contusão prestes a estourar o limite de jogos que impede a transferência para outro clube da primeira divisão? Lembra muito a história de um atacante cruzeirense que, em 2010, enquanto estava lesionado com o limite de jogos prestes a ser estourado, foi jogar uma "pelada" com a principal organizada do Palmeiras, a Mancha Verde. Não demorou muito para que o atacante acertasse com o Verdão. Quer saber mais? Estou falando do Gladiador novamente.

"Tem gente que fala demais", afirmou o camisa 30. E isso é verdade, eu mesmo acabei de escrever um texto que expõe seu histórico dentro de campo. Apesar de muitos gols, existe uma mancha que os cobrem por culpa sua.
Está na hora de repensar, prove o contrário! Prove que você é um ótimo jogador e apenas um ótimo jogador, que já basta para tornar-se um ídolo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Eu aposto no Adílson Batista!

Três trabalhos ruins em 11 meses e a promissora carreira do técnico Adílson Batista parecia ir de mal a pior. Passagens terríveis por Corinthians, Santos e Atlético Paranaense o credenciaram a um patamar inferior no seus próximos clubes. Eis que um dos maiores do Brasil decidiu dar uma nova chance ao talentoso treinador. Clube que se intitula o primeiro entre os fortes e grandes, mostra-se agora bastante corajoso.

Todos o conhecem pelo grande trabalho no Cruzeiro, onde foi bicampeão mineiro e chegou a uma final de Libertadores, mas poucos lembram o que o Capitão América havia feito para chegar a este degrau. Espetacular no início da década passada, Adílson ficou conhecido por salvar desesperados da briga contra o rebaixamento: Grêmio (2003), Paysandu (2004) e Figueirense (2005).
E foi neste último que teve enfim a chance de começar um trabalho. Com o sucesso obtido em Santa Catarina, Adilson teve a oportunidade de montar o elenco do Figueira para a temporada 2006. Em um semestre, conquistou o Campeonato Catarinense e deixou o alvinegro na parada para a Copa do Mundo em uma excelente condição no Brasileiro.

Depois de deixar o Cruzeiro em 2010 com 63,7% de aproveitamento comandando o clube mineiro, transferiu-se rapidamente para o Corinthians, onde não teve a mesma sorte. Assumiu o Timão brigando pelo título e se demitiu após 17 partidas.
No Santos desde a primeira partida de 2011, não conseguiu produzir com o time de Neymar e Elano, que posteriormente veio a tornar-se o campeão da América.
No Atlético-PR conseguiu piorar. Em 14 jogos foram 6 derrotas, 4 empates e apenas 4 vitórias. Na lanterna do Campeonato Brasileiro, avisou que não teria competência para reverter a situação e deixou o abacaxi nas mãos de Renato Gaúcho.

Apesar da má fase, não acho que o Tricolor do Morumbi tenha feito uma aposta ao contratar Adílson Batista. Num clube que gosta de jogar defendendo e conta com grandes talentos na frente - caso de Lucas, Dagoberto, Rivaldo etc. - o treinador paranaense tem tudo para voltar a alçar voos mais altos e longos.
Um pouco de sorte, essencial no futebol, e uma "cabeça-menos-dura", seu pior demérito, serão fundamentais para o sucesso no São Paulo. Sucesso que eu julgo justo e previsível. Eu não aposto em Adílson Batista, eu acredito.

domingo, 17 de julho de 2011

O fracasso da nova geração - Brasil 0(0)x(2)0 Paraguai

Eu não sei nem por onde começar. É muito difícil escrever algo enquanto torcedor, mas por vezes é necessário que isso aconteça. Até o dia de hoje encarei o tímido futebol da Seleção Brasileira - que não nos deixa desde o comando de Carlos Alberto Parreira na sua passagem entre 2002-2006 - normal.
É sério. Apesar do bom toque de bola e das vitórias convincentes terem sumido desde então, eu sempre achei que a qualquer hora tudo voltaria aos trilhos. Talvez eu estivesse como os atuais jogadores da seleção, achando que o gol brasileiro sairia na hora que quisessem. Poderiam também estar esperando um toque de bico do Ronaldo, um lançamento perfeito de Rivaldo ou uma falta bem batida por Roberto Carlos que pudesse definir a classificação.
No fundo, o que acontece, é que é muito duro para brasileiros, os mais vezes campeões mundiais, admitirem que não têm mais o melhor futebol do mundo. Que não há mais um centroavante genial que decida o jogo a qualquer momento ou um camisa 10 que jogue com a amarelinha o que não faz com a camisa do clube.

Com mais de um ano a frente da Seleção Tupiniquim, Mano Menezes ainda não conseguiu fazer a mesma jogar. E a grande justificativa para isso é que estamos apenas no início de um trabalho - pelo menos foi o que disse Robinho após a eliminação prematura nesta Copa América. Eu não o culpo, afinal ele foi o único que deu a cara à tapa, mesmo que para ser burocrático.
Se com um ano de trabalho ainda não reapareceu o bom futebol, ou sequer uma vitória convincente - com excessão do 2 a 0 contra os EUA na primeira partida pós-Africa - é que há algo muito errado.
Empate com os pequenos e derrota contra os grandes. Se jogar bonito é conseguir estes resultados, que voltem Dunga e Felipe Melo. Assim, ao menos teremos alguma emoção ao assistir os jogos da seleção brasileira.

No entanto, não acho que deva haver uma nova reformulação em meio a mais um fracasso. Neymar, Ganso e cia. têm um futuro brilhante, inclusive vestindo a amarelinha. Principalmente os citados anteriormente, têm talento de sobra para conduzir o escudo da CBF à sexta estrela na Copa de 2014. O que deve-se mudar com urgência é o comportamento, por completo.
O Brasil não é mais o dono do melhor futebol do mundo e, apesar do clichê, não há mais bobo no futebol. A linha que separa a melhor seleção do planeta e a pior, está cada vez mais tênue. É preciso ter muita raça deste o primeiro minuto até o apito final do árbitro, para que aí sim, possamos comemorar algo ao fim da partida.
Precisamos aproveitar as chances! Um toquinho a mais pode complicar todo um trabalho e até mesmo uma carreira brilhante como a que Neymar deve ter pela frente. Abriu, bate! Pula, pula, cai, levanta, vibra e agradece. Aí sim, terás o povo aos teus pés.

sábado, 16 de julho de 2011

Música no país do futebol

"Aqui é o país do futebol". Era assim que Wilson Simonal justificava as vazias tardes de domingo no Brasil. Praças, parques, "ao longo das avenidas", ninguém à vista. O povo estava nos estádios de futebol para acompanhar Pelé, Garrincha, Rivelino e tantos outros craques, que além de tudo eram profissionais da terapia. Na música composta por Milton Nascimento e Fernando Brant intitulada com a frase que dá início ao parágrafo, os 90 minutos de uma partida de futebol são descritos como únicos capazes de deixar a vida para trás. Do apito inicial ao término do jogo: casa, trabalho, dinheiro, cama, vida, enfim, tudo fica do lado de fora.

E o que dizer de "Umbabarauma"? Essa eu respondo sem titubear: homem-gol! Umbabarauma é um centro-avante à moda antiga: "pula, pula, cai, levanta, sobe, desce, corre, chuta", e depois, é claro, "vibra e agradece". No futebol moderno, pontas-de-lança africanos como tal estão em falta. No entanto, se conseguirmos um dia juntar o estilo grandão e carrancudo de Adebayor, do Real Madrid, com a técnica e velocidade de Samuel Eto'o, da Internazionale, poderíamos recriar o atacante lendário da música de Jorge Ben Jor.
Além disso, Umbabarauma poderia juntar-se tranquilamente ao time composto por Pelé e outros craques citados no primeiro parágrafo, já que é um daqueles jogadores que o cidadão larga tudo para poder ver e assim esquecer de seus problemas. "Olha que a cidade ficou toda vazia nessa tarde bonita só pra te ver jogar".

E é claro, eu não poderia fazer um texto sobre música e futebol sem deixar sequer uma lembrança ao Skank e seu hino "É uma partida de futebol". Em versos simples, Samuel Rosa conta toda a emoção que transborda em meio ao pré- jogo, 90 minutos de bola rolando e pós-jogo. Tal qual "a flâmula pendurada na parede do quarto", "bola na trave não altera o placar" e "mas se ele ganha, não adianta, não há ganganta que não pare de cantar", respectivamente.

O texto acima é inspirado no livro Futebol no País da Música, do jornalista Beto Xavier. Mas afinal: futebol no país da música ou música no país do futebol? Quer saber? Música e futebol no país da genialidade.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Déjà vú - Brasil 4x2 Equador

No dia 26 de junho de 2006, o Brasil entrou em campo fardado de camisa amarela, calção e meiões brancos para encarar o Japão, adversário tradicionalmente trajado em azul, pela terceira rodada da Copa do Mundo da Alemanha. Foram duas vitórias, contra Croácia e Austrália, no entanto a seleção ainda não havia convencido. O camisa 9 era o fenômeno Ronaldo, acima do peso ele não vivia boa fase e precisava de gols para voltar a ter a confiança do torcedor.
No fim deu tudo certo. O centroavante desencantou, marcou duas vezes - chegando assim à artilharia de todas as copas, ao lado de Gerd Müller - e mandou o time do técnico Zico de volta para a Terra do Sol Nascente.

E se eu lhes escrevo a seguinte storyline: uma seleção de camisa amarela, calção e meiões brancos, enfrenta um rival vestido de azul por completo. Dirigida por um técnico questionado por não conseguir fazer os talentos individuais brilharem no coletivo, a seleção que não havia dado esperança de bom futebol para seus torcedores bate seu adversário com quatro tentos anotados na terceira rodada, dois do camisa 9. Déjà vú?

A mesma história acontecendo duas vezes, mas com diferentes atores. Salvo a atuação de Robinho, que foi o parceiro do centroavante nas duas ocasiões. Enquanto estava ao lado de Ronaldo em 2006, foi o colega de Pato em 2011.

Chega de comparações por agora, afinal, é claro que houve diferenças nos dois jogos, alias, muitas. Brasil e Equador se enfrentaram pela terceira rodada da Copa América para definir seus futuros. Previa-se uma partida fácil para a Amarelinha, já que encarava a equipe de pior futebol na competição. Mas não foi exatamente isso que aconteceu. Sufocado pela necessidade de bater seu adversário jogando um bom futebol devido à vitória da Argentina no dia anterior, nossa seleção demorou a se soltar.

Mas quando saiu foi para espantar a má fase. Alexandre Pato aproveitou o cruzamento de André Santos para voltar a marcar para a seleção. Os outros três gols brasileiros foram marcados por Pato(1) e Neymar (2).

A destacar, as duas falhas de Júlio César. Eleito por muitos o melhor goleiro do mundo, Júlio aceitou dois chutes de Caicedo que relançou o time equatoriano por duas vezes no jogo. Apesar disso não acho que deva perder a posição ou sequer ser questionado. Todo atleta tem dia ruim, toda pessoa tem dia ruim. Tomar um "frango" é absolutamente normal, ainda mais o que ele tomou. E cá pra nós, não houve nenhum absurdo.

Fico mais preocupado com Neymar e Ganso. Os dois melhores jogadores brasileiros na atualidade ainda não encontraram a melhor forma quando comandados por Mano Menezes. E não me venha com essa de que o astro de Mogi das Cruzes brilhou porque marcou dois gols. Eu ainda anseio por seus dribles e jogadas maravilhosas.
Quanto a Ganso, onde ficou toda aquela visão de jogo da final da Taça Libertadores? Palavrinhas mágicas de Muricy?

Apesar de tudo, digo com orgulho que temos um lateral direito. Maicon fez nesta quarta-feira tudo que Dani Alves não fez nas duas primeiras partidas. Defendeu bem e quando foi ao ataque deixou os jogadores azuis em pânico. Cruzamentos precisos e dribles-da-vaca foram seu forte.

Ainda creio que seja essa a seleção que irá representar o Brasil em 2014. Alguns ajustes aqui, outros lá, e um novo esquema tático possivelmente darão jeito. Ou quem sabe um outro técnico? Que tal Muricy?