terça-feira, 26 de julho de 2011

O Barcelona brasileiro

É fato que o Barcelona tornou-se o time da moda na temporada 2010-2011. E quando me refiro ao "time da moda", não estou sendo irônico, mesmo tendo minhas preferências pelo Real Madrid. É maravilhoso ver o time catalão jogar. Defesa segura, mesmo que improvisando Busquets e Mascherano por vezes, meio-campo que envolve equipes adversárias no bom toque de bola com Iniesta e Xavi, e por fim, é claro, Messi. Campeão do Espanhol e vice da Copa do Rei, o Barça ainda conquistou a UEFA Champions League e garantiu o direito de disputar o mundial do Japão, em dezembro.

Com tal referência, os clubes do Brasil entraram com tudo na briga pelo título de 'o Barcelona brasileiro'. Candidato natural já que era até então o campeão da América, o Internacional decepcionou. Nem Celso Roth, muito menos seu substituto, o ídolo Paulo Roberto Falcão, na temporada 2011 o Colorado ainda não conseguiu deslanchar. Mesmo vencendo o Gaúchão, Falcão não conseguiu a confiança da diretoria do Inter e caminhou para sua demissão, que ocorreu na 9ªrodada do Campeonato Brasileiro.

O fracasso colorado credenciou o Cruzeiro do técnico Cuca à taça inexistente. E a Raposa fez por merecer com um início de ano avassalador. Vitórias convincentes com o time reserva no estadual e goleadas em clubes como o Estudiantes por exemplo, na Taça Libertadores da América ditaram a realidade: o celeste tinha não só um excelente elenco, como um time titular muito entrosado.
Tudo ia muito bem, até que o Cruzeiro recebeu o Once Caldas em Sete Lagoas e perdeu um jogo que poderia até empatar, devido ao bom resultado fora de casa. Crise na Toca da Raposa, Cuca demitido em seguida, e o Cruzeiro ainda não voltou a repetir as boas atuações.

Então, o Barcelona brasileiro é... Santos Futebol Clube!
Ué, mas logo o Santos? Tudo bem que ganhou tudo que disputou este ano, que tem Neymar, Ganso e Elano, mas e o Muricy? Ele bota o time todo atrás, foi assim que ganhou a Libertadores. Teve muita sorte na final do Paulista contra o Corinthians, afinal, não é atoa que hoje o Timão é líder isolado do Brasileirão.
Usei destes argumentos, os mais encontrados na internet "cornetando" o time alvinegro, para contrariar qualquer possível dizer que venha a tirar este título imaginário do time santista.
No primeiro semestre, liderado por três estrelas - Neymar, Elano e Ganso, o Santos venceu o Campeonato Paulista e a Libertadores, o último levando o clube ao Mundial Interclubes. Mas faltava algo, o futebol ainda não estava redondo. Isso ficou claro quando Muricy Ramalho necessitou jogar com os 11 atrás no México, no jogo de volta contra o América, para conquistar a classificação às semi-finais do torneio continental. A coisa piorou quando suas estrelas começaram a ser convocadas por Mano Menezes para amistosos e Copa América, e jogadores coadjuvantes foram chamados à sub-20 para a disputa do Mundial. Com o time praticamente reserva no Brasileiro, o Santos ainda fechou esta fase em 14º lugar, mesmo com três jogos a menos em relação ao líder.

Até que a diretoria Santista resolveu e investiu pesado durante a janela trazendo Ibson, Henrique, Alan Kardec e Borges. Somando estes craques ao elenco fortíssimo do Santos, falta espaço no time titular. No ataque, por exemplo, quem será o parceiro ideal para Neymar com Diogo, Keirrison e os recém-chegados para disputar apenas uma vaga? Além de titulares absurdos, o Peixe agora terá suplentes capazes de faturar mais uma Libertadores.

E o Muricy? Melhor técnico do Brasil há pelo menos cinco anos, sabe o que faz. Já avisou que para a próxima partida - contra o Flamengo, a primeira com o time completo, jogará para frente. É necessário defender, como foi feito durante a Libertadores, quando não temos time para atacar durante todo o jogo. Mas com esta seleção...

Com o melhor elenco brasileiro da atualidade, o Santos, ou 'Barcelona brasileiro', é o único capaz de deter o Barcelona Original no Mundial. Portanto, o Peixe tem até o fim do ano para levar o time perfeito que tem no papel, como descrito anteriormente, para dentro das quatro linhas.

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