segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tranquilidade. Figueira na final!

No estádio Orlando Scarpelli, nem de longe o Figueirense passou na semi-final contra o JEC o que aconteceu com o Tigre frente a Chapecoense. O confronto esteve nas mãos do Figueira em todos os momentos, apesar do bom início de segundo tempo da equipe do norte.

Precisando da vitória, o Joinville entrou em campo desligado e não demorou muito para sofrer o primeiro gol, marcado pelo camisa 11 alvinegro Breitner, também conhecido como quarto reserva do Santos. Sete minutos depois, linda jogada de bruno na direita, até que Breitner tocou de cabeça da linha de fundo para Fernandes concluir quase em cima da linha. Afirmo com orgulho: eu vi o centésimo gol de Fernandes pelo Figueirense. Um gol que ficará marcado para sempre na história do clube e do atleta.

O relaxamento veio naturalmente na segunda etapa, sendo que o Figueira só perderia a vaga na final caso sofresse três gols. O Joinville tirou proveito e diminuiu com Ramón, jogador mais lúcido da equipe do norte, que frente a frente com Wilson não deperdiçou. Ainda tinha mais Fernandes, que recebeu de Wellington aos 30 minutos após toque de mão e mais uma vez marcando, era seu segundo na partida, 101° pelo Figueirense.

O resultado por 3 a 1 classifica o Figueira à final com ireito a empatar em casa para sair com o título. Com o Criciúma tendo a obrigação de sair pra cima para conquistar o título, deverá deixar os espaços necessários para o Figueirense, saindo assim como campeão do primeiro turno.

No sufoco. Tigre na final!

Precisando somente de um empate, o Tigre já via o jogo definido nos minutos finais. Vencendo a Chapecoense por 1 a 0, seria necessária uma catástrofe - dois gols da Chape - para perder a vaga na decisão. As coisas caminhavam normalmente quando num chute despretensioso de Everton César, que acabara de entrar, o melhor goleiro do Campeonato Catarinense levou um "frango" daqueles.
A tranquilidade que dominava o Heriberto Hülse e os torcedores do Tigre se transformou em apreensão. Três minutos após o empate, Neílson aproveitou a falha da zaga e driblou Andrey antes de desiquilibrado bater com a canhota pra fora.
A angústia só aumentou após os minutos acrescentados por Célio Amorim. O Verdão tentou, persistiu, contudo não conseguiu ultrapassar a barreira da zaga do Tigre. Um a um no marcador e Criciúma Esporte Clube na final do Catarinense.

O gol do tricolor do sul do estado saiu aos 10 minutos da segunda etapa, quando o ex-centro-avante alvinegro Schwenk apenas completou o cruzamento da esquerda de Pirão para o fundo das redes. O resultado fazia juz ao que faziam as equipes até o momento, já que o Criciúma era superior no jogo e já havia perdido alguns gols.

Com o resultado final, a Chapecoense já começa a pensar no segundo turno. A equipe comandada por Mauro Ovelha, técnico 4 vezes vice-campeão do estado, foi terceira colocada na primeira fase, perdendo a chance de decidir tudo em casa por um ponto, ou seja, no empate contra o Concórdia em casa.

Pelo lado vencedor, o Tigre se prepara para ir à capital enfrentar o Figueirense precisando da vitória para conquistar o título. E mais do que isso, uma vaga na final e na Copa do Brasil.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Pastor voltou!

Depois de um ano afastado da Ressacada, algumas poucas glórias e muitas insatisfações, Paulo Silas do Prado Pereira regressa para reconquistar a torcida avaiana e fazer sua equipe voltar aos trilhos para ainda lutar pela conquista do tricampeonato. Sob muita disconfiança, o treinador se apresenta as 10h da manhã desta quarta-feira para iniciar os trabalhos visando o próximo jogo, contra o Vilhena pela Copa do Brasil, na próxima quarta.

Tudo começou como um sonho, ainda em 2008. Contratado para substituir Sérgio Ramirez após uma derrota por 3 a 0 para o Figueirense em plena Ressacada, Silas venceu um clássico no Scarpelli pelo Campeonato Catarinense após 20 anos sem conseguir tal feito.
Ainda em 2008, terminou em terceiro lugar na segunda divisão conquistando o acesso à Série A depois de anos e anos de luta, enquanto viu seu maior rival ser rebaixado.
Um ano depois, em 2009, levou o Leão ao título do Campeonato Catarinense após 11 anos de fila, onze longos anos já que enquanto esperava, viu o Figueira ganhar por seis vezes. Ainda em 2009, fez o Avaí sair da situação crítica que ocupava nas primeiras rodadas da Série A até à sexta posição, melhor campanha de um time catarinense na história.

A despedida, na última rodada do Brasileirão 2009, soava como "até logo", e não como um "adeus". Silas deixou a Ressacada e partiu para o Rio Grande do Sul, para dirigir o Grêmio onde teve altos e baixos. Em seis meses, conquistou o Gaúchão e levou o tricolor as semi-finais da Copa do Brasil, onde foi parado pelo imbatível Santos de Neymar, Ganso e Robinho.
Falando em Copa do Brasil, nas oitavas-de-final, Silas reencontrou o Avaí. Um péssimo encontro foi marcado por declarações polêmicas, controvérsias à beira do campo e uma eliminação que feriu o orgulho avaiano. O "até logo" ficou improvável.

Após péssima campanhava que credenciava o Mosqueteiro gaúcho a segunda divisão, Silas deixou o Olímpico e foi em direção a Gávea, para dirigir o Flamengo.
Seu imbróglio com o presidente Zunino e a cúpula azurra aumentou após levar o preparador físico Emerson Buck para o rubro-negro.
Silas continuou seu péssimo ano fazendo uma péssima campanha em 10 jogos e sendo demitido precocemente.

Depois de um péssimo início em 2011 chegando a ficar fora das semi-finais do turno, o Avaí voltou a apelar para Silas. Resta saber se este encontro dará tão certo como o primeiro.

Geração de ouro

Não existe uma palavra que possa definir o que fizeram os garotos da Seleção Brasileira no Sul Americano sub-20, mas existem várias. Contudo, se eu citar todas elas, este seria o maior post deste blog, apenas com elogios e sem nenhuma informação. Então tratarei apenas de analisar o que foi este campeonato, e onde pode chegar esta equipe dirigida por Ney Franco.

Pra começar, o que foi aquele jogo contra o Uruguai? Coisa de outro Mundo. Como afirmou o próprio Lucas, o melhor jogo de sua vida. Foram três gols, lindas jogadas, e para coroar a taça ao apito final.
Lucas, outrora chamado por Marcelinho, me chamou muita atenção logo no primeiro jogo deste Sul Americano por ter um estilo diferente dos outros atletas de sua idade: o menino do São Paulo vestia a camisa por dentro do calção. Pensei bastante a respeito e no dia seguinte li uma entrevista com o craque que falava justamente a respeito disso. Segundo ele, aquilo representava a responsabilidade que um camisa 10 carrega em campo. Na mesma entrevista ele ainda citou que enquanto os outros jogadores preferem ficar no videogame ou ouvir música, ele tem por hobby ler livros.

Outro que não só merece Seleção principal como já a integra é Neymar. O menino da Vila é considerado a maior jóia do futebol brasileiro nos dias de hoje. Contra a Celeste Olímpica fez mais uma grande partida e ainda conquistou os prêmio de artilheiro e melhor jogador do campeonato. Lógico, além de faturar o título, juntamente com toda delegação tupiniquim.

Para os jogos de Londres 2012, muita coisa poderá ser mudada. Só para início de conversa, a idade limite passa de 20 anos para 23, além de poder convocar três jogadores de qualquer idade. De qualquer forma, apostaria nesta base. Vamos dar chance à estes moleques, moleques de ouro.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Valeu, Fenômeno!

Desde 1994, Ronaldo, outrora Ronaldinho, desfila pelos gramados do mundo inteiro desmonstrando todo talento que Deus lhe deu. Pode até ter uma parcela de treino técnico e físico, mas tenha certeza que ele não conquistaria nada se não fosse o dom com que nasceu. Infelizmente, como tudo na vida, sua carreira chegou ao fim. Quem teve a oportunidade de vê-lo jogando viu, quem não teve, só em arquivo.

De São Cristovam para o Mundo. Começou no Cruzeiro, magricela como nunca antes visto. Foi jogar na Holanda pelo PSV onde adquiriu massa muscular para se tornar um touro e viver sua melhor fase no Barcelona, logo em seguida. Transferiu-se para a Itália onde ganhou o apelido de Fenômeno na Internazionale de Milão.
No Real Madrid, em 2002, começou jogando bem, mas o tempo desgastou sua relação com a torcida espanhola, e pela primeira vez em sua vida foi chamado de "gordo". Com a chegada de Van Nisterooy e a reserva, Ronaldo voltou para Itália para jogar no Milan. No fim de 2008, assinou com o Sport Club Corinthians Paulista, após treinar por quase um semestre no Flamengo. Em duas temporadas conquistou um Campeonato Paulista, em 2009, e uma Copa do Brasil, também em 2009.

Nem só de glórias viveu este ídolo mundial. Passou por diversas cirurgias, duas contusões gravíssimas nos joelhos, que segundo fontes obscuras seriam provenientes da massa muscular adquirida de forma contra-indicada enquanto jogava na Holanda.
A primeira no joelho direito, enquanto jogava na Internazionale, fez o mundo se emocionar ao ver a dor estampada no rosto do fenômeno.
A segunda veio quase dez anos depois, também jogando na Itália. Mais uma vez não teve como encarar aquela situação como se fosse qualquer um. Muitos apontaram o fim de sua carreira, mas como na primeira vez, ele deu a volta por cima.

Poucos combinaram tão bem com a amarelinha quanto ele. A camisa mais vitóriosa do planeta Terra parecia não pesar sob seus ombros. Jogou quatro Copas do Mundo. Em 1994, com apenas 17 anos, viu do banco de reservas o Brasil sair da fila e conquistar o tetra comandando por Romário e Bebeto.
Quatro anos depois, em 1998, Ronaldo já era a grande estrela brasileira. Um Mundial perfeito, até a final. Um mal súbito o tirou das três primeiras escalações divulgadas à imprensa. Sem entender nada, os brasileiros viram Ronaldinho entrar em campo diferente, sem a mesma pegada de sempre. França vence por 3 a 0 em um subúrbio de Paris, e adia o sonho do penta por 4 anos.
Alias, anos dificeis estes. Com pouquíssimo tempo em atividade devido a sua contusão no joelho, Ronaldo foi bancado por Felipão e levado à primeira Copa do Mundo sediada por dois países, Coreia e Japão, em 2002. Juntamente com Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo, os quatro "Rs", o penta foi conquistado e enfim Ronaldo tornou-se um ídolo também no Brasil.
Em 2006, em meio a um clima de muito oba-oba, Ronaldo e o quadrado mágico deixou a Alemanha nas quartas-de-final, após perder novamente para a França. Apesar do saldo negativo, o Fenômeno fez três gols durante este último Mundial e tornou-se o maior artilheiro da história das Copas, com 15 gols.

"Sou Ronaldo/ Nasci no Rio de Janeiro/ Alô alô Bento Ribeiro é minha área/ eu sou Ronaldo", conta Marcelo D2 em uma de suas mais brilhantes composições. Ronaldo foi o melhor jogador que vi em campo, e o segundo maior da história, perdendo somente para Pelé.

Valeu por tudo, Fenômeno! Pelo encantamento, pela magia, pelo exemplo. Serás para sempre um ídolo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Benazzi está fora!

Durante a semana que precedeu ao jogo entre Avaí e Concórdia, circulava na imprensa o boato de que o treinador Vágner Benazzi precisava vencer se quisesse continuar no cargo. Inclusive o comentárista da CBN/Diário, Renato Semensati, declarou em seu twitter que a permanência do chefe estava nas mãos dos jogadores azurras.
Pois bem, o Avaí que não jogou bem no oeste do estado deu uma aula de reação, venceu o Galo de virada por 4 a 3 nos minutos finais e de nada adiantou. Benazzi foi demitido pela diretoria do Leão um dia depois.

Será que esta era a melhor atitude a ser tomada no momento? A culpa era realmente de Vágner Benazzi? Respeito quem concordar com isso, mas esta não é minha opinião. O Avaí jogou as duas primeiras partidas com a equipe reserva, contra a vontade do treinador, e acabou perdendo as duas.
Nos jogos seguintes, o time azurra é uma concha de retalhos. Sem poder contar com os principais jogadores, que estavam acertando documentação ou aperfeiçoavam a forma física, mais duas derrotas aconteceram. Situação catastrófica na competição: quatro jogos, nenhum ponto somado.

De lá pra cá tudo melhorou. Isso se deve muito a estreia de Rafael Coelho, ao retorno de William etc. Ou seja, quando Benazzi teve seus principais jogadores a disposição, o time começou a jogar bem. Todos os outros técnicos tiveram seus melhores atletas desde o começo do certame, salve excessões, e por isso fizeram um bom trabalho.
Desde que as grandes contratações entraram em campo, foram cinco jogos, contabilizando três vitórias e dois empates. Avaí invencível desde então.

Por fim, acrescento mais um motivo para que esta demissão seja uma injustiça com o treinador. Benazzi salvou o Leão do rebaixamento ano passado quando poucos ainda acreditavam. Ele concordou em receber um tremendo "abacaxi", conseguiu livrar-se dele, e precisou somente de pouco mais de um mês de trabalho não tão bem sucedido para que tivesse seu contrato rescindido.

Quando as coisas finalmente voltavam aos trilhos, o diretoria avaiana deu um jeito de atrapalhar.

Cheiro de campeão

Quatro a um ao natural contra o Imbituba em casa, e o Figueirense torna-se o grande favorito à conquista do primeiro turno. Isso porque, como já dito neste blog, o líder ao fim da primeira fase joga as finais em casa, além de poder contar com o empate.

No Orlando Scarpelli, o público baixo e mal acostumado depois de enfrentar grandes como Chapecoense, Avaí e Criciúma consecutivamente, viu uma primeira parte sonolenta por parte dos jogadores alvinegros. Apesar do gol de Fernandes aos 25 minutos, após cruzamento de Juninho, e a vitória parcial, Márcio Goiano cobrou muito dos jogadores no intervalo e exigiu uma mudança de postura.

Funcionou. O Figueira voltou bem melhor para a segunda etapa, apesar de continuar comentendo falhas. Héber fez dois, e João Paulo Goiano fechou o marcador pelo lado do Furacão. Tomaz, quando estava 3 a 0 para o Figueirense, descontou em chute que contou com desvio.

A vitória foi mérito exclusivamente do alvinegro, mas para chegar à liderança, o Figueirense contou com tropeços dos principais rivais a conquista. O Criciúma foi até Itajaí para perder por 3 a 2, enquanto o JEC recebeu o Metropolitano, que vivia péssima fase na competição, e foi goleado em casa por 4 a 1.

Com semi-finais entre Figueirense e Joinville, Chapecoense e Tigre, faça suas apostas!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Nada de apagão

Durante o jogo entre Concórdia e Avaí, eu pensava como começar este texto de maneira que representasse bem a partida. Achei que o apagão que se deu aos 40 minutos do primeiro tempo seria perfeito para metaforizar o futebol avaiano quando o Galo vencia por três tentos a um. Também imaginei, durante a derrota parcial do Leão, o título para o post. Algo a ver com "Lanterna Azul" ou "Adeus Benazzi".
Mas é como diria o Dr. Aderbal Ramos da Silva: "Esse Avaí faz coisa!" Uma virada heróica nos minutos finais deu aos avaianos tranquilidade para trabalhar na parada de 10 dias até o confronto da Copa do Brasil contra o Vilhena.

No estádio Domingos Machado de Lima, a bola rolou com dificuldade na primeira etapa devido ao gramado muito pesado, mas quando rolou era por iniciativa azurra. Apesar da pressão nos minutos iniciais, só aos 18 minutos o placar foi inaugurado. Rafael Coelho cruzou para Marquinhos que dominou de barriga, botou no chão e encobriu o goleiro Segala com toda sua categoria que já é de praxe. Golaço!
Inacreditávelmente o Leão se encolheu depois do gol como se já estivesse satisfeito com o resultado tão cedo. O Galo que não tinha nada a ver com isso aproveitou e empatou com Tiago, que na frente da baliza tirou do goleiro Zé Carlos.
Ao chegar aos 40 minutos, o local da partida e toda região ao seu redor perdeu a energia elétrica, fazendo com que o jogo ficasse paralisado por mais de 40 minutos. Quando finalmente voltou, pressão do Concórdia sem sucesso, encerrando a primeira etapa em 1 a 1.

A etapa final começou com tudo. Em três minutos, bola na trave e gol. Após cruzamento do experiente Dedimar, o zagueirão Sig fez o Galo passar a frente no marcador. Apesar da vitória parcial, a equipe do Oeste continuou atacando e dominou a partida até aos 15 minutos de jogo, quando Jorge Anadon, técnico do Concórdia, decidiu perder o jogo. Tirando um atacante para recompor com um zagueiro, o Avaí cresceu novamente e lembrou quem era o time grande da história.
Começou a pressão do time de Benazzi, momentaneamente interrompida por Selmir que em jogada de contra-ataque marcou o terceiro para sua equipe. Enfim o Leão começou a correr atrás do prejuízo.
Lanterna com o resultado parcial, Benazzi viu sua equipe empatar com gols de Estrada e William, fazendo com que a lanterna voltasse ao time do oeste do estado. Quando os refletores estavam próximos de se apagarem novamente, Rafael Coelho fez o quarto e deu números finais a partida. Quatro a três no marcador e a sexta posição na tabela de classificação.

O resultado tira o peso da zona de rebaixamento e mais do que isso, dá tranquilidade para Vágner Benazzi e seus comandados trabalharem até o próximo jogo, que acontece somente daqui a dez dias. Vai começar a Copa do Brasil!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quanto vale uma negocição mal sucedida

Dirigentes negociando com diversos jogadores para montar seu elenco para toda a temporada, é sempre assim nos meses de dezembro e janeiro, quando o futebol está de férias no Brasil. Entre tantos atletas que conversam com os clubes, alguns fecham contrato e outros não, pelos mais variados motivos.
Normalmente não conseguimos enxergar o preço que se paga quando um jogador não acerta com um time, já que quando isso acontece provavelmente é para jogar em um clube do eixo Rio-São Paulo ou no exterior, mas este ano aconteceu um caso em Santa Catarina que nos mostra as proporções exatas de uma negociação mal sucedida.

Pedro Carmona é um atleta gaúcho de 22 anos de idade que transferiu-se do São José para o Figueirense na metade da temporada passada. Sem muitas chances por parte do técnico do alvinegro do estreito, Carmona raramente foi aproveitado durante a Série B.
Quando já estava muito próximo da conquista do acesso, Márcio Goiano começou a fazer testes visando o ano de 2011, para ver quais jogadores daquele grupo poderiam ser aproveitados para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Pedro começou a ganhar mais oportunidades e foi mostrando seu talento. Em pouquíssimos jogos foram muitos gols marcados, muita qualidade com a bola no pé, e uma técnica impressionante em cobranças de falta. Chico Lins, gerente de futebol do Figueira, chegou a declarar que Carmona era a grande aposta do Furacão para o ano seguinte.
A segunda divisão acabou e o futebol brasileiro entrou em recesso, e com isso começaram as negociações para renovar contrato daquele que encantou os torcedores do Figueirense no fim de 2010. Sem sucesso, o São José, clube que possui os direitos federativos do atleta, dificultou o negócio fazendo com que o Figueira desistisse de manter a promessa para o Catarinense.
No dia 28 de janeiro, inesperadamente o Criciúma apresentou o atleta como mais novo jogador do Tigre. Carmona começou de imediato a trabalhar e não demorou muito para se firmar como titular.

Figueirense e Pedro Carmona enfim se reencontraram no dia 9 de fevereiro de 2011, em jogo válido pela penúltima rodada do turno, no Heriberto Hülse. Em disputa, a liderança do turno, algo muito importante neste método de disputa já que o primeiro colocado tem direito a jogar semi-final e final como mandante, além de depender somente de empates para conquistar o título. Pedro Carmona fez dois, um deles corretamente anulado, botou uma bola no travessão, e ajudou seu atual clube a sair com uma vitória por 2 a 0 e a liderança da competição.

Com tantos privilégios ao líder no fim da primeira fase do turno, pode-se dizer que é quase certo que o mesmo conquiste o título, assim como fizeram Joinville e Avaí no ano de 2010. Se o Criciúma confirmar a primeira posição na última rodada, e posteriormente o título, o Figueira poderá encher a boca pra falar que perdeu mais que três pontos, perdeu o turno do Campeonato Catarinense.
E podem ter certeza que a segunda parte será muito mais difícil. Com as equipes já entrosadas - coisa que só o Furacão tinha no começo da competição - e com a ascensão de Criciúma, Joinville e principalmente Avaí, tenha certeza que a hora de carimbar a vaga na final da competição é agora.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Londres é... logo ali

Quem não se lembra de Fernando Vanucchi alterado após a final da Copa de 2006, exaltando a azurra, agora tetra mundial, e apontando os erros do Brasil. No meio de seu discurso ele solta a celebre frase: "A Africa do Sul é logo ali!", que significava que o Brasil já tinha que focar na Copado Mundo de 2010, para não repetir o que aconteceu.
Pois bem, vamos para a última rodada do Sul Americano sub-20 que dá vaga as olímpiadas de Londres 2012, e a Seleção Canarinho está muito próxima de alcançar o objetivo. O Uruguai foi a primeira a carimbar o passaporte para a Inglaterra com a vitória sobre a Argentina ontem, a celeste chegou aos 10 pontos e termina no mínimo em segundo. A segunda vaga fica entre o Brasil e os hermanos.
Nossa seleção está em vantagem, já que basta um empate contra o líder na última rodada para terminar em segundo. Mas para conquistar o título, como prometeram os garotos ao zagueiro lesionado Bruno Uvini, a Amarelinha será obrigada a vencer. A Argentina, sem chances de título, precisa vencer a lanterna Colômbia, torcer contra o Brasil, e ainda tirar uma diferença de 6 gols de saldo. Improvável.

Quando a bola rolou, na madrugada de ontem para hoje(10), o Brasil não demorou muito para abrir o placar. Depois de cruzamento da direita de Oscar, o volante Casemiro marcou seu terceiro na competição, terceiro de cabeça e deu números finais ao placar com menos de 10 minutos. Não demorou muito para Diego Maurício sair na cara do gol, e escolher o canto errado, perdendo uma grande chance de matar o jogo logo em seu começo. Quase fez falta.
O Equador fez um ótimo jogo daí em diante. Perdeu grandes oportunidades de empatar a partida, e caso tivesse vencido não teria sido de toda injustiça.

Para a partida decisiva, Ney Franco contará com os retornos de Juan na zaga, e do grande craque Neymar no ataque. Com o Campeonato próximo do fim, uma coisa já é certa: um grande estará fora dos jogos olímpicos de Londres. Espero que sejam os hermanos.
De qualquer forma, a classificação do Uruguai é mais do que merecida. Sem participar de uma olímpiada desde 1928, a celeste repete o bom desempenho da Copa do Mundo e está muito próxima de conquistar o título.

A igualdade do Catarinense

Nada melhor para se comprovar o equilíbrio do Campeonato Catarinense deste ano do que um confronto entre o vice-líder e o lanterna. A Chapecoense, na segunda posição, jogava em casa, e com a vitória poderia fechar a rodada na liderança. Do outro lado estava o frágil Concórdia, com apenas 5 pontos somados e ameaçando não terminar a competição.

Quando a bola rola, tudo isso fica à margem das quatro linhas, e lá só o que importa é a técnica e a determinação dos jogadores para sair com o resultado positivo.
O atacante Neilson abriu o placar ainda na primeira etapa após cruzamento do lateral Thoni e ajeitada de Badé. Chape na frente no marcador e no campeonato.
Mazinho, ex-Chapecoense e Figueirense, deixou tudo igual aos 30 minutos da segunda etapa, complicando a situação do Verdão.
A torcida já estava pessimista no Índio Condá quando Neilson, mais uma vez, marcou, dando a vitória parcial à Chapecoense aos 46 minutos do segundo tempo. O resultado levava o seu clube novamente ao primeiro lugar na tabela.
Mas lembra do tal equilíbrio do Campeonato Catarinense? Ele foi aparecer logo aos 49 minutos, quando ninguém mais sabia que ainda tinha jogo. Mazinho acertou um chute de fora da área no cantinho da meta defendida por Alencar e mostrou a todos que não existe jogo ganho enquanto o árbitro não determina o fim da partida.

O apito final de Célio Amorim , juntamente com o gol do camisa 6 do Galo, jogaram a Chapecoense da liderança para a quarta posição com ressalva. O Verdão depende do jogo entre Joinville e Imbituba, que acontece hoje(10), às 19h30, para seguir no grupo de classificados para a semi-final do turno.
Não há nada perdido, tanto para a Chapecoense na parte de cima, quanto para o Concórdia na parte de baixo. O jeito é esperar pra ver.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um novo favorito

Líderes do Campeonato Catarinense, Criciúma e Figueirense tinham tudo pra fazer um bom jogo. E fizeram. Teve de tudo, emoção, grandes lances, defesas plásticas e até mesmo um pouco de catimba para acalmar o jogo. Digo com tranquilidade que o Heriberto Hulse foi palco de um dos melhores jogos deste campeonato até então.

O primeiro tempo foi bastante equilibrado. Tanto o Tigre, quanto o Figueira tiveram boas chances para abrir o placar, mas ambas não conseguiram concretiza-las a gol. O tricolor do sul de Santa Catarina chegou muito perto em falta cobrada por Pedro Carmona que carimbou o travessão, a bola ainda caiu dentro da pequena área mas aí Wilson foi derrubada pelo atacante adversário. A melhor chance do alvinegro veio no fim da etapa inicial, após escanteio cobrado por Breitner, Héber tocou de cabeça e Andrey fez defesa espetacular.

Lá e cá, boas oportunidades de gol, jogo eletrizante. A segunda etapa começou com tudo e não demorou muito para o marcador ser inaugurado. Roni invadiu a área pela direta e bateu cruzado, Wilson fez ótima defesa e no rebote Pedro Carmona deixou sua marca.
Atrás do placar e precisando pelo menos de um empate para se manter na liderança, o Figueira atirou-se pra cima do Tigre tentando igualar. Apesar da maioria das finalizações terem saído por cima da meta, como as de Ygor, Wellington e Coutinho, Andrey também foi obrigado a salvar o Tricolor. Em uma de suas melhores oportunidades, o Figueirense carimbou a trave após finalização do camisa 9. Dudu, que entrou nos minutos finais também teve boa chance pela esquerda, mas parou no goleiro rival.
Já havia passado dos 40 minutos quando Diego Felipe driblou Ygor, e ficou cara a cara com Wilson antes de fuzilar ampliando a vantagem do Tigre. Fim de jogo: 2 a 0.

Bem montado por Guilherme Macuglia, o Criciúma chega a liderança tendo um trio ex-Figueirense como pilar do time. No gol, a segurança e as belas defesas de Andrey. No meio Pedro Carmona, por quem o alvinegro brigou mas não conseguiu mantê-lo para a temporada 2011. Excelência em bola parada. Mais a frente, o atacante Schwenk, brigador e matador.

Pelo lado alvinegro, Márcio Goiano precisa tomar cuidado com o desequilíbrio de Wellington. Neste jogo ele deu uma cotovelada no goleiro Andrey, e na partida contra o Marcílio Dias pediu pra receber o cartão vermelho abusando das faltas, fazendo um pênalti não marcado e metendo a mão na bola no meio de campo matando uma jogada de contra-ataque. Se não é a conivencia dos árbitros para com Wellington, ele já poderia ter sido expulso por duas vezes.

Primeiro colocado, com jogo frente ao Marcílio em Itajaí na última rodada, o Criciúma sobe um degrau e se iguala ao Figueirense como grande favorito ao título do turno.
Foto: Maurício Vieira

Ele era o que faltava

Reserva no acesso avaiano para a Série A em 2008 e um dos destaques na melhor campanha de um catarinense na elite do futebol brasileiro jogando pelo Leão em 2009, William deixou o Avaí em 2010 para seguir os passos do comandante Silas no Grêmio. Não deu certo, após pouco tempo de clube e uma escassez de gols marcados de sua parte, a torcida tricolor não aceitava mais vê-lo defendendo as cores do imortal e por isso foi cedido por empréstimo à Ponte Preta para disputar a Série B até o fim da temporada. No começo deste ano, quando menos se esperava, William apareceu na Ressacada pronto para voltar a atuar pelo Leão, para a alegria de ambos.

Depois de marcar na sua reestreia logo no clássico do Orlando Scarpelli, William marcou mais dois gols no jogo contra o Marcílio Dias na noite de hoje, garantindo mais três pontos para o Avaí no campeonato. O primeiro saiu do cruzamento do volante Bruno pelo lado direito, o camisa 9 esticou-se todo pra cutucar para o fundo das redes. O segundo pintou só na etapa final: após ótimo lançamento do goleiro Zé Carlos o centro-avante avaiano saiu na cara do gol, William teve então apenas o trabalho de tirar de Márcio e correr pro abraço.
Já passava dos 40 minutos da segunda etapa quando Dioney recebeu dentro da área e acertou um ótimo chute cruzado tirando de Zé Carlos e dimiuindo a diferença no marcador. Não foi o bastante, o jogo terminou em 2 a 1 e William e seus companheiros voltaram felizes para casa.

Com o resultado, o Avaí atinge a marca de 4 jogos sem derrota e começa a dar esperanças para seu torcedor. Tudo começou no empate contra o Metropolitano, depois veio a vitória em casa contra o JEC, empate contra o líder e rival Figueirense e por fim esta vitória contra o Marinheiro. Sem nenhum ponto até a quarta rodada, o Avaí somou 8 pontos nas quatro partidas seguintes, começando a recuperação que já pregava William quando ainda estava no departamento médico, dizendo que quando o time estivesse completo o futebol ia mudar. Não deu outra.

Além de ser um ídolo da torcida avaiana, William encaixou no time de forma sublime pois ocupa justamente a posição que o Leão foi carente enquanto esteve de fora. Vágner Benazzi começou testando Arthuro que tem tudo para ser um ótimo atacante, menos futebol. Com a chegada de Rafael Coelho, Maurício Alves se tornou a bola da vez. O camisa 17 tem muita raça e velocidade, porém peca na finalização. William caiu como uma luva no esquema de Benazzi, ele prende a bola, tem muita raça, e o mais importante para um centro-avante, sabe fazer gols.

William era o que faltava no Avaí. William é a cara do Avaí.
Foto: Flávio Neves

Como é vencer a França?

Impossível esquecer o dia 12 de julho de 1998. Apesar de ter apenas 5 anos e não saber exatamente do que se tratava, ainda lembro de minha casa toda decorada por balões em verde e amarelo, meus pais, avós e amigos em frente a TV extasiados. Não demorou muito e todos foram embora, inclusive a alegria que ali reinava. Eu, que não tinha nada a ver com aquilo, voltei para meu "Cantinho da Copa", que consistia em algumas bandeiras do Brasil, uma espécie de jaula, uma pequena bola do Pato Donald e uma caçamba de plástico.
Se passou aproximadamente um ano, comecei a acompanhar futebol, e descobri o que aconteceu naquele dia tão incomum. A Seleção Brasileira de Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo e Ronaldo, em seu auge, havia perdido uma final de Copa do Mundo para a França, que até então não tinha ganho uma sequer. Oito anos mais tarde, tive a chance de acompanhar na Copa do Mundo sediada pela Alemanha a revanche pintada em verde e amarelo. Mais uma vez liderada por Zinedine Zidane, a França despachou o Brasil de um Mundial, desta vez nas quartas de final. Como se não fosse o bastante, ainda descobri que em 1986, comandada por Platini, a França eliminou o Brasil da Copa do México, também a dois jogos da taça.

Em 2011, as seleções que hoje protagonizam um dos maiores clássicos do Mundo voltaram a se enfrentar, e diferente do que parte da imprensa tentou plantar durante toda a última semana, sem clima de revanche. Brasil e França fizeram hoje apenas um amistoso, sem nenhum adicional histórico.
Antes mesmo da bola rolar, a Seleção Francesa já estava vantagem. Enquanto o fornecedor de material esportivo fixou uma faixa verde na horizontal que estragou o uniforme brasileiro, caprichou no uniforme francês, principalmente na camisa.

Após o pontapé inicial, Brasil e França trataram de mostrar a todos que aquele clássico não era uma revanche de 1998 ou 2006. Jogo calmo, com a Seleção do técnico Mano Menezes dominando no quesito posse de bola apesar de não assustar o goleiro Lloris.
As equipes faziam um jogo tranquilo quando Hernanes, ao que me parece sem intenção, acertou um chute no peito do francês Benzema, e foi expulso corretamente. A algoz brasileira ainda tentou algo no primeiro tempo, sem sucesso.
A segunda etapa começou e o gol que era apenas tendência concretizou-se aos 10 minutos. Menez fez ótima jogada pela direita e deixou Benzema na cara do gol tendo somente o trabalho de empurrar pro fundo das redes.
Apesar de estar na frente, a França não se recolheu e partiu para o ataque buscando ampliar sua vantagem. Julio César, que dizia se sentir um novato na nova Seleção Brasileira, fechou o gol e evitou um resultado maior. No fim da partida, Jadson deixou Hulk na cara do gol, mas o centro-avante deixou a bola escapar, concretizando mais uma derrota para a seleção de Zidane, desta vez por 1 a 0.

Contra uma França não tão forte quanto a dos últimos confrontos, a Seleção Brasileira perdeu uma grande chance de derrotar a algoz, que não perde para o rival à 19 anos. Triste para um garoto de apenas 18 anos, que não sabe o que significa vence-los.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Breitner x Marquinhos

O clássico não é um jogo qualquer, e a maior prova disso é que ele não acaba quando o juiz aponta o centro de campo após 90 minutos de bola rolando. O clássico se estende por toda semana seguinte, fazendo a alegria de comentaristas, torcedores do time que ganhou, e tristeza dos torcedores derrotados.

Após o clássico entre Avaí e Figueirense, que aconteceu no último domingo, o ídolo e detentor da braçadeira de capitão avaiana Marquinhos, disparou gratuitamente contra o garoto Breitner, do Figueirense, que foi seu companheiro de clube ano passado no Santos. Segundo Marquinhos, o venezuelano não era nem o quinto reserva no alvinegro praiano.
Breitner, que não gostou nem um pouco das declarações do ex-colega, não titubeou quando perguntado sobre a polêmica em entrevista coletiva na segunda-feira: "Ele falou besteira, não precisava disso. Ele é um profissional como eu também. Ele tem uma idade que já está perto do fim enquanto eu tenho apenas 21 anos, tenho uma carreira inteira pela frente. [...] Pelo que eu escutei ele falou que eu era o quarto reserva do Santos, não havia necessidade de falar isso porque ele foi praticamente dispensado do Santos também, não quiseram ele mais lá, não tem porquê dele falar isso. [...] Eu respeitava ele como jogador e como pessoa mas... hoje vejo que perdeu meu respeito."

O que leva um profissional como Marquinhos a ofender gratuitamente um companheiro de profissão, ainda mais um jovem tão promissor, como Breitner? Provavelmente ele estava buscando apenas ratificar ainda mais sua aproximação com a torcida avaiana, e para isso atiçou um jogador do rival.
Antes do clássico, enquanto o clima era de paz por ambos os lados, inclusive com aposta entre os presidentes visando o lado social, Marquinhos deu uma infeliz declaração, dizendo que não servia para prefeito ou governador, já que seu desejo era ver o Avaí pra sempre na Série A, e o Figueira pra sempre na Série B.

O que o camisa 10 avaiano certamente não sabe é que não é necessário ser um mau caráter - ou fazer uso de recursos tão nojentos - para conquistar a condição de ídolo de sua torcida. O maior exemplo disso é Fernandes, ídolo do Figueirense, exemplo dentro e fora de campo. Atualmente no banco de reservas, o alvinegro apoia o treinador e os titulares, mas afirma que sempre que entrar em campo fará tudo para ver o Figueira saindo com a vitória e por consequencia recuperar a posição.
O próprio Breitner, em tão pouco tempo, já conquistou a torcida do Figueirense apenas com seu talento dentro de campo. Não foram necessárias declarações bombásticas ou xingamentos ao rival para que ele ganhasse espaço tão rápido no coração dos alvinegros.

Quero deixar claro que sou muito fã do futebol do atleta Marquinhos, tanto é que o considei melhor que o rival na comparação que fiz neste blog para esquentar o clássico. Só quero que ele saiba, que um ídolo é mais do que um jogador que corre, se esforça, faz gol etc dentro das quatro linhas. O ídolo interfere tanto quanto ou até mais fora delas, e é por isso que é necessário pensar duas vezes antes de falar nos microfones, porque uma declaração equivocada pode propagar a violência, e o esporte não foi feito pra isso.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Não era uma sexta-feira 13

Todo mundo tem aquele dia que acorda com o pé esquerdo. Depois de levantar-se atrasado, o cidadão veste seu traje de trabalho e quando está pronto para sair percebe uma mancha bem no meio de seu terno. Ele volta pra casa, troca de roupa, e quando está indo novamente para o carro pisa nas fezes do cachorro do vizinho mala, com quem já bateu boca diversas vezes por levar o animal para fazer suas necessidades em lugar inadequado. Como se já não bastasse por um dia, ao chegar no trabalho, o chefe revoltado com o atraso resolve demiti-lo. Foi mais ou menos isso que aconteceu ao Ney Franco no jogo de ontem, justamente contra a Argentina. Ao menos ele não perdeu o emprego.

Argentina e Brasil fazem sempre um grande jogo, independente de esporte ou categoria. "Ganhar é bom, ganhar da Argentina é melhor ainda", diria Galvão Bueno, mas perder deles é tão duro quanto.
Com sangue nos olhos, o Brasil adentrou ao gramado focando a vitória, mais do que isso, a vitória sobre o maior rival. Se afobou, isso ficou claro quando Juan jogou seu braço direito contra o rosto de um atacante argentino enquanto a bola era alçada na área. Pênalti para os hermanos e cartão vermelho para o defensor brasileiro que parecia não acreditar na expulsão, ou no que havia acabado de fazer. Funes Mori foi o encarregado de converter o lance em gol e fazer tudo desandar para o lado canarinho com menos de 10 minutos de jogo.
Assim como na história do primeiro parágrafo, tudo dava errado para Ney Franco. Pouco antes de perder seu quarto zagueiro, Bruno Uvini teve uma fratura e precisou ser substituído. Com a defesa reserva, as coisas pareciam ir de mal a pior.

Veio a segunda etapa e com ela uma réstia de esperança para cada torcedor brasileiro. Após receber passe de Neymar, Willian José acertou uma bomba no canto da meta defendida pelo goleiro Andrada. Foi neste momento que deu pra perceber o quanto os brasileiros queriam vencer aquele jogo. Gabriel pulava lá do outro lado como se fosse uma criança que acabou de ganhar seu brinquedo favorito enquanto Danilo, também do outro lado do campo, batia no peito e beijava o escudo da CBF.
Uma pena que o sonho dos garotos não tenha se concretizado. Passaram alguns minutos e Iturbe lançou novamente a Argentina a frente do placar após passar por todos os defensores brasileiros que pareciam não saber como tirar aquela bola dali.
Se já não bastasse perder a dupla de zaga titular, sendo um deles por fatura, ter ficado o jogo todo com um a menos em campo e ter perdido o clássico, Ney Franco ainda viu Neymar perder a cabeça e tomar o terceiro amarelo, que o tira da próxima e decisiva partida, na quarta-feira, contra o Equador.
Não era uma sexta-feira 13, mas bem que poderia ter sido.

Impossível ser mais justo

Com o estádio Orlando Scarpelli lotado, Figueirense e Avaí entraram em campo em situações bem diferentes para realizar o maior clássico de Santa Catarina. De um lado o alvinegro, líder do campeonato e com futebol de gente grande. Do outro o Leão, vivendo uma situação crítica no campeonato, com apenas uma vitória em seis jogos, agora sete. Acontece que o atributo mais relevante neste duelo não está nos pés dos jogadores, e sim na cabeça.

Para saber como foi o jogo é fácil, é só olhar para as arquibancadas. Com um início arrasador, a torcida do Figueira era só alegria, ainda mais quando Héber se desmarcou do zagueiro Gian para abrir o placar logo aos 5 minutos de partida. O sentimento não durou muito tempo, pois bastaram 6 minutos para Túlio, volante do Figueira, deixar o atacante azurra Rafael Coelho na cara do gol para empatar a partida. Rude golpe na torcida alvinegra que parecia não ter mais forças para levantar-se e voltar a apoiar sua equipe.
Com a torcida avaiana em alta, o jogo foi equilibrado até o fim da primeira etapa, mas sem grandes chances de ambos os lados.


Com o intervalo, a esperança do lado alvinegro era que o ânimo da torcida e da própria equipe voltassem a contagiar um ao outro. Não aconteceu. O Avaí e sua claque voltaram pressionando, e após bela jogada de Rafael Coelho pela direita, William marcou na sua reestreia. Precisando do empate, o Figueira lançou-se ao ataque e foi após Bretiner cobrar escanteio que Wellington igualou novamente o marcador e acordou a torcida do Figueira que apenas assistia desde o primeiro gol avaiano.

Fim de jogo, 2 a 2 no marcador, e um sentimento de justiça para ambas as equipes. Tanto Figueira, quanto Avaí não mereciam deixar o Scapelli sem pontos, ainda mais diante de suas torcidas que fizeram uma bela festa. Clássico é clássico, já diz o mané, e mais uma vez está provado que qualquer previsão antes de um deles é pura conversa fiada.

Fotos: Alvarélio Kurossu

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Clássico de opostos

Domingo, as 19h30, Figueirense e Avaí entrarão em campo para fazer o maior clássico de Santa Catarina em situações bem diferentes. A partida será realizada no estádio Orlando Scarpelli e poderá contar com sua lotação máxima pela primeira vez no ano de 2011. Isso porque finalmente foi instalado o sistema de monitoramento através de câmeras por todo o estádio. Dos 9 mil ingressos a disposição, quase todos já foram vendidos.

Líder do campeonato, o Figueirense está invicto e tem 100% de aproveitamento como mandante das partidas. Tem em Maicon, novo capitão da equipe, o seu grande destaque. Funcionando como terceiro homem de meio-campo, o camisa 8 dribla, passa com qualidade, e costumeiramente deixa os atacantes alvinegros na cara do gol. No caso de uma marcação individual no craque, que já virou rotina neste campeonato, outros jogadores tem qualidade suficiente para assumir a responsabilidade de organizar o time, caso do ala esquerdo Juninho e da promessa santista Breitner.

Já o visitante Avaí passou por muitos problemas em apenas 6 rodadas de campeonato estadual, mas já começa a enxergar uma luz no fim do túnel. Desde que Rafael Coelho estreou foram dois jogos, nenhuma derrota e muito futebol. Em Blumenau ele deu tudo de si, teve pelo menos três grandes oportunidades de gol, mas acabou parando no goleiro Flávio Kretzer, do Metropolitano. Na sexta rodada, ele abriu o caminho para a vitória sobre o Joinville com um gol de cabeça e mais uma vez não poupou esforços para ver o Leão saindo com os três pontos.

Avaí e Figueirense já realizaram este clássico por 392 vezes, e se não contar os confrontos realizados pela Copa Santa Catarina, o último vitorioso foi o Avaí somente em 2008. O jogo válido pelo returno do Catarinense daquele ano, terminou com vitória azurra por 2 a 0 com gols de Emerson e Bebeto. A última vitória do Figueira foi naquele mesmo ano. Em jogo válido pelo turno, o Figueira goleou o Leão por 3 a 0 na Ressacada com gols de Fernandes, Edu Sales e Alexandre, vulgo Pedalada. De lá pra cá, foram dois empates em 2009, e mais três empates em 2010.

Montei as prováveis escalações dos times para o clássico de domingo e comparei jogador a jogador pra ver quem leva vantagem, pelo menos no quesito qualidade. O atleta, que na minha opinião, leva vantagem, ganhou um estrela ao lado do seu nome. As notas para os atributos dos jogadores vão de 1 à 5. O resultado foi esse:

FIGUEIRENSE X AVAÍ
Zé Carlos é um dos melhores goleiros do estado e tem em sua reposição, principalmente com o pé, o seu ponto mais forte. Contudo, Wilson é ídolo do Figueirense e há alguns anos o melhor goleiro do estado. Ponto para o Figueirense.Bruno cresceu muito de produção em relação ao ano passado. Agora, além de defender bem ele vai ao ataque proporcionando perigo as defesas adversárias. Gustavo apenas começou a ganhar seu espaço no Avaí, ainda tem muito a crescer. Ponto para o Figueirense.Apesar de goleador, boa parte das bolas que entram na área alvinegra são nas costas do garoto vindo do Corinthians. Emerson Nunes tem mais qualidade, além de sair bem pro jogo. Ponto para o Avaí.Desde o fim do ano passado, quando conquistou a posição de titular do Figueirense no lugar de João Felipe, João Paulo tem feito grandes partidas; com a ausência de Roger Carvalho, tornou-se o xerife da defesa. Gian, ao que parece, ainda está se encaixando ao time azurra. Ponto para o Figueirense.Velocidade máxima com Juninho no corredor esquerdo do Figueirense, caso Maicon receba marcação forte, ele pode virar armador do time. Pará oscila entre boas e más partidas. Ponto para o Figueirense.Ygor, capitão até a quarta rodada, alia técnica e marcação, um volante completo. Já Bruno é o ponto fraco do Avaí, a qualquer momento pode perder a cabeça e ser expulso. Ponto para o Figueirense.Apesar das boas atuações de Diogo Orlando nas últimas rodadas, principalmente contra o JEC, Túlio é mais jogador. O camisa 7 alvinegro ainda tem muita experiencia, que conta muito em clássico.
Maicon é o melhor jogador do campeonato enquanto Fabiano é uma incógnita. Maicon é o típico jogador que pode decidir um jogo a qualquer momento.
Vindo do Santos, o garoto Breitner tem chamado a atenção dos alvinegros com sua velocidade e assistências precisas. Entretanto Marquinhos é um ídolo avaiano e se tem alguém que pode decidir este clássico a favor do Leão é ele. Ponto para o Avaí.
Héber a Maurício Alves tem muito em comum. Ambos são velocistas e jogam pelo lado de campo. A grande diferença é que o alvinegro é grande finalizador enquanto o atacante azurra treme ao encarar frente a frente os arqueiros adversários. 
O duelo entre atacantes fixos talvez seja o mais duro de todos. Mas acho que o momento que Rafael Coelho vive atualmente lhe dá vantagem na briga contra o centro-avante adversário.

Certamente muitos virão me cobrar caso algo que declarei acima aconteça completamente invertido. Vai que Wilson falhe, que o lateral Gustavo faça dois gols e acabe com o jogo... Por isso que o futebol é fascinante, porque não se pode prever nada.

Bom clássico a todos!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Seleção que o povo gosta

Ontem eu acabara de sair do gramado onde pratico a pelada semanal, quando começou o segundo jogo do hexagonal final do Sul Americano sub-20, que dá duas vagas aos jogos olímpicos de Londres. Sentei ao lado de meus amigos para discutirmos o futebol, como sempre fazemos após os jogos, quando recebo o alerta: gol do Brasil.
De imediato começaram os elogios ao time comandado por Ney Franco. "Esses meninos estão jogando demais", "vamos ser campeões", "não foi no Neymar?". Será que realmente é pra tudo isso? Nenhum deles imaginária o que ainda estava por vir.

A Colômbia fez um jogo duro, marcou, defendeu, atacou - sem tanta qualidade, o que explica a falta de gols marcados - e por muito pouco não chegou ao empate. No fim, Lucas deixou Diego Maurício na cara do gol e o atacante do Flamengo ampliou a vantagem, mascarando com 2 a 0 o que poderia ter acabado com um empate.

O momento é de euforia, de elogios, como já dito anteriormente, mas ainda há muito a ser corrigido, a começar pela irregularidade desta Seleção. Um jogo muito bom, seguido de um jogo muito ruim, e assim por diante. Tem sido assim neste pré-olímpico. As vezes a irregularidade está dentro de um só jogo. Contra o Chile por exemplo, o Brasil fez um primeiro tempo com mais baixos do que altos, porém voltou com tudo na segunda etapa transformando o empate em diferença de quatro tentos.

Outra coisa que tem me deixado furioso é a rotatividade do ataque. Qual foi a última vez que Ney Franco escalou o mesmo ataque por dois jogos seguidos? Tem sido sempre Neymar mais um. Já foi Henrique, Willian José, e ontem a vez do Drogbinha, que na minha visão, é o que mais merece a titularidade pelo que tem feito nos jogos. Aliás, como diria Tiago Cordeiro, acho equivocado chamarem o Diego de Drogbinha, o certo seria passar a chamar o tal Drogba por Diegão.

Por fim, chamo a atenção de Ney Franco quanto ao posicionamento de Lucas. Já havia passado dos 30 minutos da segunda etapa quando percebi que o garoto estava em campo. Ficou completamente sumido enquanto fazia o papel de segundo volante pelo lado direito. Com a habilidade, velocidade e técnica que ele tem, coloca-lo para jogar onde jogou é quase um crime. A maior prova disso é que bastou uma bola cair em seu pé para assistir Diego Maurício com muita qualidade no segundo gol brasileiro.

Pela frente o maior desafio destes jogos, a bicampeã olímpica Argentina. Além de toda a rivalidade que orbita ao redor do confronto, os hermanos precisam da vitória já que começaram o hexagonal com derrota. O jogo será as 23h10 de domingo. É esperar pra ver.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A força das arquibancadas

Desde que voltei a escrever aqui, já fiz textos elogiando times do interior como o Brusque por exemplo, logo após a vitória sobre o Avaí na segunda rodada. Ontem, escrevi sobre o jogo entre Chapecoense e Figueirense, e fui obrigado a me curvar sobre o belo futebol apresentado pelo time do oeste de Santa Catarina. Apesar do bom futebol, o que realmente tem feito a diferença para estes clubes que não tem tanta tradição quanto os da capital, Joinville e Criciúma, são seus torcedores.

O que mais poderia explicar a situação do Figueirense que não isso? Líder do campeonato, o alvinegro já realizou três partidas em casa, e acabou vencendo todas goleando. Fora de casa, o time que é tão temido em seus domínios tem passado por apuros. Na estreia, empate contra o Metrô, que jogou melhor. Em Itajaí mais um empate, com o Marcílio dominando a partida. E por fim, ontem a Chapecoense mandou no primeiro tempo e jogou de igual para igual na segunda etapa, com sorte, o alvinegro saiu com um ponto de Chapecó.
Outra prova que a torcida está ajudando, e muito, os chamados "pequenos" neste estadual, é que os dois que menos botam torcida são os que menos pontuaram até então: Concórdia e Imbituba.

Eles são torcedores, eles são apaixonados, eles são chatos. Cantam durante noventa minutos jogando seu time pra frente, e quando sobra tempo ainda conseguem enfurecer os adversários. Reinaldo do Figueira, por exemplo, deixou explícito sua raiva na partida contra o Márcilio. Enquanto a torcida ia o depreciando, ele ia perdendo a cabeça e chegou até a tomar cartão amarelo por reclamação.

Marquinhos Santos do Leão é outro caso. A torcida do CA Metropolitano o ofendeu como pôde durante os 90 minutos do jogo entre a equipe de Blumenau e o Avaí. No fim da partida, Marquinhos perdeu um pênalti. É claro que não foi diretamente por isso, mas que o psicológico interfere nessas horas, ah interfere!

Eles não tem muito dinheiro disponível para contratações, eles não tem uma folha salarial alta, mas eles tem torcedores de verdade. A torcida está para o futebol hoje, assim como Jesus está para o natal. Ela é o verdadeiro motivo para aquilo tudo existir, mas a maioria nem se lembra mais disso.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Prazer, Vitória!

O Avaí Futebol Clube finalmente venceu seu primeiro jogo no Campeonato Catarinense de 2011. O jogo contra o Joinville, no estádio da Ressacada, recebeu um público pouco superior ao de 4 mil pagantes.

O Leão começou arrasador, buscando o gol a qualquer custo para enfim conquistar sua torcida, que andava cabisbaixa pelas ruas de Florianópolis. O placar foi inaugurado no primeiro tempo com Rafael Coelho, que tocou de cabeça com precisão no canto do goleiro Paulo Sérgio. Ainda na primeira etapa, aos 40 minutos, Lima empatou de cabeça após bom cruzamento do veterano Ramón.
Na segunda etapa, o Avaí fez o suficiente para conquistar seus primeiros três pontos. Marquinhos foi derrubado por Renato Santos dentro da área, pênalti assinalado por João Fernando da Silva. O próprio Marquinhos bateu e se redimiu da cobrança desperdiçada no último jogo, em Blumenau.
O JEC até pressionou no fim da partida para conseguir um empate, sem sucesso. Fim de jogo do estádio Aderbal Ramos da Silva: 2 para o Avaí, 1 para o Coelho.

Há um jogador que estreou em Blumenau que era o que faltava ao time do Avaí. Matador, brigador, velocista, qualquer resistência que Rafael Coelho tinha da torcida azurra foi perdida em seu gol. Ele tirou a camisa, e vibrando correu em direção da torcida mostrando toda a garra que já lhe é comum.

A vitória que para alguns pode ser simples, dá moral que o Leão não tinha para o clássico de domingo no Scarpelli.

Digno de uma final

Não, ainda não era a final do turno, mas bem que poderia. Quem viu não se arrependeu, Chapecoense e Figueirense protagonizaram na noite de hoje o melhor jogo deste Campeonato Catarinense até então. Raça, emoção, lances bonitos e é claro, gols, muitos gols.

O técnico do Verdão falou que iria para cima no primeiro tempo, e não estava mentindo. A Chape dominou amplamente o jogo em sua primeira etapa. Ataques atrás de ataques faziam com que Wilson tivesse que dar tudo de si para evitar o resultado negativo. Nem em seus piores pesadelos o técnico alvinegro Márcio Goiano tinha visto o camisa 11 do adversário, o baixinho Aloísio. Ele importunou a zaga do Figueira do inicio ao fim mas não conseguiu furar o bloqueio, pelo menos no primeiro tempo.

A bronca deve ter sido grande nos jogadores do Figueirense no intervalo, e surtiu efeito rapidamente. Aos 2 minutos de etapa final, Breitner levantou bola na área, ela passou por todo mundo até chegar ao zagueiro Renato, que marcou seu terceiro na competição. Dez minutos e a Chape empatou com Aloísio em um pênalti infantil cometido por Bruno.
A grande diferença de Aloísio do primeiro para o segundo tempo, é que ele manteve a técnica mas voltou com a capacidade de finalização aguçada. Aproveitando-se disso, ele virou o jogo a favor do time de Chapecó com um arremate de fora da área que ainda contou com o desvio de João Paulo Goiano.
Dois minutos depois e o Figueirense chegava novamente à igualdade. Após bela jogada de Bruno pela direita, Breitner finalizou de frente para o gol: 2 a 2.
Já passava dos 30 quando Valdanes, que havia acabado de entrar, cruzou para Evérton César botar o Índio em vantagem mais uma vez.
Mais um apagão na Chape e nem dois minutos após fazer o terceiro gol, o time levou o empate. Breitner cobrou escanteio para o zagueiro Cléber Goiano, em uma infelicidade, marcar contra.
Um jogo com tanta emoção não poderia ter um fim qualquer. Aos 45 minutos, quando o árbitro Zé Acácio da Rocha já havia apontado dois minutos de descontos para a partida, o goleiro Wilson fez uma defesa sensacional após o toque de cabeça do atacante Rogério, garantindo o empate em 3 a 3.

A Chapecoense, pouco acreditada no início do campeonato, vai mostrando que é capaz de buscar o título que veio pela última vez em 2007. Em um elenco que mescla experiência com juventude, o ataque vai se destacando. Neilson e Aloisio têm levado as defesas adversárias ao desespero com sua velocidade impressionante.
Já o Figueira tem como ponto forte o entrosamento. Pouquíssimos jogadores que conquistaram o acesso no ano passado deixaram o clube, e esses mesmos são vistos hoje como não fazendo falta ao elenco alvinegro, já que o a diretoria contratou com muita qualidade. O maior exemplo disso é o meia Breitner, que está no Orlando Scarpelli vindo por empréstimo do Santos. Mesmo em um dia pouco inspirado, como no jogo de hoje, ele deu duas assistências e ainda marcou o seu.

Ainda falta muito para o fim do turno, mas não é nenhum absurdo dizer que as duas equipes se credenciam a decidir isso. Mas tem que continuar fazendo por merecer!
Foto: Sirli Freitas

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O que será do Concórdia?

Estreante na divisão principal do Campeonato Catarinense, o Concórdia Atlético Clube deverá lutar até o fim para evitar o rebaixamento. Entretanto, completar a competição já será de grande valia para o time do oeste.

Com uma folha salarial em torno de R$ 80.000,00 mensais, o modesto Concórdia começou 2011 apanhando pra todo mundo, e com todo respeito, como já era esperado. Logo na estreia, goleada por 6 a 1 do Criciúma. Na segunda rodada, a vitória por 3 a 1 sobre o Imbituba trouxe os três pontos que o sustentam até agora a frente do Avaí. Resultado normal no terceiro jogo, derrota para o Metropolitano por 2 a 0 no Sesi.
Veio a quarta partida e aí sim a coisa esquentou. Após abrir 3 gols de vantagem sobre o poderoso Joinville, jogando em casa, a equipe teve um apagão e acabou tomando 6 no segundo tempo. Resultado: técnico demitido, jogadores dispensados, atletas contratados. Um recomeço em plena quarta rodada de Catarinense.
Pela última rodada, no estádio Orlando Scarpelli, derrota pesada por três a zero, e convenhamos, mais do que esperada.

Há duas coisas que precisam ser ditas quanto aos resultados negativos do Galo:
  • Apesar da folha salarial curta, estreia na competição etc, ao olhar para o elenco do Concórdia você consegue ver alguns jogadores de qualidade, que o fazem pensar o porquê do time viver um momento tão delicado. Selmir, Mazinho, Oliveira, Dedimar e Segala disputariam a condição de titular em todos os "pequenos" de Santa Catarina.

  • A queda de produção na etapa final é notável. Contra o JEC, três a zero na primeira etapa, conseguiu sofrer seis no segundo tempo. Contra o Figueira a mesma coisa: 0 a 0 no primeiro tempo, e três gols sofridos na etapa final. Isso leva a discussão a um pouco mais abaixo da esfera técnica. Há algo de errado na preparação física.

A última do Galo do Oeste é a dúvida se a equipe conseguirá cumprir toda a tabela do Campeonato Catarinense, ou terá que abandoná-lo pela metade por falta de verba. Caso aconteça, será uma mancha que jamais será apagada na história do clube, um vexame para sempre, digno de vergonha para qualquer time semi-profissional. Até mesmo o União de Timbó, que não conseguiu fazer um ponto sequer no ano de 2005, conseguiu tal proeza.

Uma coisa é certa: se ninguém esperava muita coisa do Concórdia no início da competição, hoje espera-se muito menos.

Ninguém pára esses moleques!

Jogo de abertura do hexagonal final do Sul americano sub-20, que dá duas vagas as olimpíadas de Londres 2012. Após boa campanha na primeira fase, os jogadores brasileiros tiveram que escutar que os chilenos levavam vantagem por já estarem acostumados com a altitude. Eles pagaram por isso no campo.

Primeiro tempo pegado, corrido, disputado e catimbado. Neymar mostrou toda sua categoria ao abrir o marcador de falta, encobrindo a barreira. Nem um minuto depois o Chile empatou com Carrasco, na falha do goleiro Gabriel.
Mal começou a segunda etapa e mais uma vez Neymar balançou as redes chilenas após o bom passe de cabeça de Bruno Uvini. O terceiro saiu em três toques: Gabriel bate o tiro de meta, Willian raspa de cabeça e Lucas encobre o goleiro, golaço! Tinha tempo para mais! Neymar tocou na direita para Diego Maurício balançar as redes em sua primeira participação no jogo. E o próprio Diego foi quem cruzou para Willian José fechar o marcador numa cabeçada certeira. Cinco a um para o Brasil.

Já havia visto lances e gols desta seleção, mas ainda não tinha parado pra ver um jogo inteiro. Não me arrependi, mesmo com o jogo terminando as 2h da manhã.
Entre tantas coisas positivas, vou começar destacando a atuação de uma dupla digna de Seleção Principal. Com apenas 18 anos, Neymar vai ganhando a experiência que lhe faltou em 2010. Grande nome dessa sub-20, ele puxa a responsabilidade para si, driblando sempre com objetividade, diferente do que fazia Robinho em começo de carreira, e o mais importante: fazendo gols.
Você consegue perceber o outro destaque só de olhar pra campo. Com a 10, e a camisa por baixo do calção, Lucas mostra como ser um exemplo dentro de campo. Ele corre o tempo inteiro, orienta, e quando a redonda cai em seus pés, sabe o que fazer. No jogo de ontem, foi ele quem sofreu a falta onde saiu o primeiro gol brasileiro. Falta essa feita para evitar o golaço que o garoto ia fazendo.

Se o Brasil tinha muito futebol, o Chile tinha muita... catimba? Não só isso, eles também tinham agressividade e até um pouquinho de futebol, que não aparecia, já que na maior parte do tempo eles estavam batendo nos brasileiros.
Um dos responsáveis por isso foi o árbitro da partida, Omar Ponce, que raramente aplicou cartões por faltas. Pra piorar seu desempenho, ele ainda amarelou Neymar por simulação quando o mesmo sofreu uma falta clara.

Tá tudo muito bom, mas devo falar que o setor defensivo do time de Ney Franco me preocupa. A começar pelo goleiro Gabriel que mais uma vez falhou. É o típico goleiro que defende as difíceis e deixa passar as fáceis. Um pouco mais a frente a dupla de zagueiros Bruno Uvini e Juan, que vira e mexe batem cabeça. Nas laterais, Danilo e Alex Sandro, não repetem o bom desempenho que tiveram no Santos em 2010.
Apesar deste defeito, creio que o Brasil é favorito para conquistar a competição, e com ela a vaga para buscar o ouro inédito em Londres. Ainda mais que nossos hermanos não andam bem das pernas. Ontem, na preliminar, eles perderam para o Equador por 1 a 0, com direito a pênalti desperdiçado na segunda etapa a lá Baggio.

O Brasil volta a campo na madrugada de quinta para sexta-feira para encarar a Colômbia. Fica a pergunta: dormir pra quê?