sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Feliz natal e próspero ano novo

São os votos de todos aqueles clubes que ao final da temporada não brigam por mais nada. A libertadores ficou longe e inalcançável, do outro lado, a zona de rebaixamento não assusta mais. Mas o calendário não acabou, e como afastar-se da competição não é uma alternativa, tal clube acaba prejudicando outros que lutam por dias melhores.
A displicência desses times do centro da tabela é notável, e para bater de frente com isso aparecem os fatores extra-campo. A rivalidade é um deles, times que não brigam por mais nada podem deixar o Brasileirão ainda mais a margem para ver seu rival perder aquele tão sonhado título. Um exemplo recente e muito didático está na última rodada do Campeonato Brasileiro 2009 onde o Grêmio facilitou a vida do Flamengo, para ver seu maior rival, o Inter, ser vice mais uma vez. Já em 2010, o Fluminense, que briga pelo campeonato, enfrenta Palmeiras e São Paulo nas últimas três rodadas, rivais do Corinthians, que luta contra o Fluminense. Toda esta situação abre julgamento para um crime que ainda não ocorreu: o que fazer para que Porco e Tricolor levem seus jogos com seriedade?

No lado inverso dos times que entregam seus jogos, estão aqueles que endurecem na busca de uma reconpensa, seja ela a infelicidade de um rival, ou o mais comum, a mala branca. Em 2009, o goleiro Renê e o atacante Val Baiano foram afastados do Grêmio Barueri por afirmarem ter recebido a mala branca para dificultar uma partida. Estaria isto errado? Particularmente, eu prefiro isso, que torna os jogos mais emocionantes, do que partidas com um vencedor antes mesmo do apito inicial.

Por fim, aparece a temível e desaparecida mala preta. A mala preta consiste em jogadores receberem dinheiro do time adversário para facilitarem na partida e entregarem o resultado. Apesar de condenável e não mais falada como em anos anteriores, é nítido que ela ainda ocorre.

Mais um Brasileirão vai chegando ao fim. Desde 2003, ano em que foi aplicado o método dos pontos corridos, temos visto times coadjuvantes decidindo campeonatos. Seria a volta do mata-mata o ideal para reverter o quadro? O certo é que a podridão é o caminho para os esportes que envolvem tanto dinheiro.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A volta do Imortal

Um início para animar qualquer um, um meio desesperador, e um final feliz? Parece até roteiro de filme, mas estou falando do 2010 que viveu o tricolor gaúcho. Altos e baixos marcam a temporada que pode ter um desfecho magnífico.

Tudo começa com a chegada de Paulo Silas, treinador que havia alavancado o Avaí do anonimato para uma competição internacional. Apesar das vitórias nas primeiras partidas do Gaúchão, o time não convencia sua torcida, que ficou ainda mais decepcionada após a derrota no Gre-Nal de Erechim. Mas o tempo passou e o imortal justificou o estigma, dando a volta por cima e conquistando o regional contra seu maior rival. Silas e companhia que eram tão criticados surgem então com status de herói.

A ótima campanha na Copa do Brasil também empolgava, torcedores já planejavam a conquista do torneio que não vinha desde 2001. Mas havia um Santos no caminho, ou melhor, Santástico. Munido de Robinho, Neymar, Ganso, André e companhia, os Meninos da Vila eliminaram o Grêmio nas semi-finais, e de uma só vez acabou com toda a moral do grupo.

Começava assim a maior tempestade sofrida pelo Tricolor na temporada. A queda de rendimento no Campeonato Brasileiro era nítida, alguns torcedores mais pessimistas já podiam ver o segundo descenso em menos de dez anos. O ápice da crise chegou na décima terceira rodada, após a derrota para o Fluminense no Olímpico. A 18ª posição na classificação custou os empregos de Silas e Meira.

Tudo que o Grêmio precisava naquele momento aconteceu, a vinda de um salvador, Renato Gaúcho. O homem que havia dado o Mundial de 1983 ao Tricolor agora tinha a missão de tirar o mesmo do buraco. E não é que deu certo? Mesmo após alguns tropeços no começo e muita desconfiança Renato foi desenvolvendo um bom trabalho, com resultados. O time deixou a briga contra o rebaixamento para lutar por uma vaga na principal competição continental. Douglas, Jonas e alguns jogadores contestados intensamente passaram a ser peças importantes no time de Portaluppi e ganharam espaço no coração da torcida.

Tinha tudo pra dar certo, deu errado. Tinha tudo pra dar errado, deu certo. Um ano que tinha tudo para terminar em lágrimas para os tricolores vai terminando muito bem. Seria Renato o responsável pela virada tricolor? A fato é que a reação heróica, assim como a do Goiás em 2003 e a do Fluminense em 2009, servirá como espelho para times que enfrentarem maus momentos daqui em diante.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Moda "Modinha"

Pode ficar tranquilo, estamos dentro das quatro linhas, e não em uma passarela. Mas vamos falar do que realmente interessa. Agora é moda entre as torcidas chamar aqueles que tem um ponto de vista crítico de "modinha" ou até mesmo "corneteiro". Bom, talvez eu tenha pego muito leve com os torcedores que fazem isso. São os famosos chatos encontrados em um estádio de futebol, aqueles que pegam no pé daquele metido com sua chuteirinha colorida, que jogam amendoim, e por fim vaiam, palavra esta tão temida pelos amantes do estilo "apoiar até morrer".
O que acontece, e tantos não conseguem enxergar por estarem focados em fazer a vontade da maioria ou talvez minoria que pense ser a maior parte, é que a vaia faz parte do futebol e por vezes é necessária para que algo errado seja retificado.

Um exemplo bobo mas capaz de mostrar isso no cotidiano é uma criança de 8 anos e sua mãe, que tenta educa-lo. Ao pôr suas mãos em uma tomada, a criança ouvirá uma repreensão de sua mãe, um reforço negativo. Por demonstrar-se grossa, a mãe estava querendo o mal de seu progenitor? Claro que não, ela só queria que ele não tomasse mais aquelas atitudes equivocadas.

No futebol é assim, talvez a vaias que os verdadeiros modinhas julgam ser impertinentes mostrando apenas seus deméritos, tenham alguns pontos positivos.
O futebol de Santa Catarina mostrou isso nesta semana: após perder um gol incrível e quase ser crucificado, literalmente, pela torcida do Figueirense em jogo válido pela Série B no sábado, Jean Carioca deu a volta por cima marcando o gol da vitória de seu clube dois dias depois.
De herói a vilão em um curtissímo período de tempo. Será que se nã fossem os "puxões de orelha" da torcida alvinegra, o atleta se motivaria o bastante a ponto de dar a volta por cima?

Uma torcida de verdade não se faz somente com elogios, críticar também é nescessário. Quando se quer o bem de algo tão relevante, não se pondera o sentimento, ele flui naturalmente. Aqueles que dizem se controlar com o argumento de que só o apoio é importante, estão mentindo em primeiro lugar, já que afirmam isso só para estar na moda. E em segundo lugar, não são torcedores, já que o torcedor de verdade não consegue controlar seus sentimentos.

domingo, 3 de outubro de 2010

Indo dessa para uma pior

Na Série A e na Série B, times grandes ou que possuem alguma glória vivem agora o drama de brigar contra o rebaixamento. Como explicar a má campanha mesmo após tantos investimentos e contratações de peso? É exatamente isto que torcidas do Atlético Mineiro e Brasiliense gostariam de saber.

Um início de temporada perfeito, título mineiro que não vinha desde 2007 e foi o suficiente para o Atlético relaxar. Comandados sob Vanderlei Luxemburgo, um dos maiores técnicos do Brasil em atividade, Diego Tardelli e Obina viam assim como seus torcedores o período pré-Copa como um momento de falta de sorte. E cadê essa tal sorte que não deu as caras até agora? O Galo aproveitou os 30 dias de recesso do Campeonato Brasileiro e trabalhou, trouxe jogadores consagrados como Diego Souza (Craque do Brasileirão 2009), Daniel Carvalho e Fábio Costa. O alvinegro também mandou muita gente embora: Carlos Alberto, Coelho, Corrêa etc. O Brasileirão voltou e a cada rodada que passa a Segundona fica mais perto. Drama conhecido da mesma torcida mineira, que já viu o clube cair em 2005 e sabe como é sentir essa dor. A troca de Luxa por Dorival Júnior pode ser o último suspiro do primeiro Campeão Brasileiro da história.

Na Série B não há tanto glamour como na primeira divisão, o Brasiliense também não chega aos pés do Galo, mas em 10 anos já ganhou uma segunda divisão, foi vice-campeão da Copa do Brasil, em uma final muito duvidosa por sinal e chegou a Série A em 2005. Montou um time de veteranos que já deram certo em muitos clubes: Ruy "Cabeção", Iranildo, Beto Acosta, Enílton, Luciano Totó etc. Pelo visto, não no Jacaré, em plena 26ª rodada o time é apenas 17º colocado e a terceirona começar a assombrar o ex-senador Luiz Estevão, dono do clube. Assim como o Atlético Mineiro, o Brasiliense também apostou na mudança de comando para escapar da degola, trouxe o técnico Andrade, campeão brasileiro e melhor técnico do Brasileirão de 2009.

Parece inexplicável, mas não. Problemas de comportamento dos grupos fazem com que a história tenha um pouco mais sentido. No Atlético por exemplo, recentemente foi pedido por líderes do grupo um período de concentração mais longo, longe da torcida e dos familiares; a ideia não foi bem recebida por todos. Várias contratações tardias e o pouco tempo para entrosamento também podem agregar neste fracasso já que um bom time não é formado de uma hora pra outra.

Nesse ritmo, Galo e Jacaré parecem cada vez mais próximos de mais uma página negra na história de seus clubes. Resta a eles um milagre, que torna-se cada vez mais raro no futebol, mas existe, vide Fluminense.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Uma aula de ingratidão

Foi o que deu a diretoria santista a todos aqueles que gostam de futebol nesta terça-feira, 21 de setembro de 2010. Dorival Júnior, até então técnico do Santos Futebol Clube, foi demitido por ter afastado o garoto Neymar. O motivo do afastamento? Apenas uma sequência de xingamento ao seu chefe, o seu superior. Isso tudo por ter recebido a ordem de não bater um pênalti, ordem muito certa por sinal já que o aproveitamento do menino craque é péssimo.

Agora imagine o que aconteceria caso você fizesse isso com seu chefe ao chegar na empresa amanhã. Demissão, certo? Não no caso do Santos, onde o chefe é que foi demitido. O que deveria servir de castigo para alguém que só precisa melhorar a cabeça pra se tornar um craque, virou apenas mais uma passada de mão na cabeça daquele que pode tudo.

O menino riquinho estava achando que era maior que o Santos, e a diretoria faz questão de o fazer acreditar. Mandaram embora aquele que deu ao clube os título do Paulistão e da Copa do Brasil deste ano. Ele já almejava mais uma conquista, a de um craque completo, tanto na bola quanto na cabeça. Tentativa fracassada, responsabilidade da diretoria.

Separei alguns trechos de pessoas que sou fã pra ilustrar:

"Desde o começo dessa lamentável pendenga, defendo que Neymar deveria ganhar “um tempo”. Muito mais do que um multa de R$ 54 mil, que pouca diferença fará na sua conta bancária mais do que abastecida, fazer com que o adolescente rebelde fique sem seu brinquedo preferido por um período pode (e deve) ser o melhor dos castigos. Sem o futebol, sem poder brincar em campo, o garoto refletirá ainda mais sobre seu erro."
Lédio Carmona

"Poucas vezes – talvez nenhuma – tenha visto com meus próprios olhos um jogador transbordar, tão cedo, tanto talento. Na mesma proporção, nunca vi um jogador demonstrar tanta arrogância, e desrespeito tão agressivo, numa carreira que mal começou. Neymar é um perna de pau mental."

José Ilan

E pra terminar: continuem passando a mão na cabeça desse esboço de craque, esboço de pessoa, e continuem a montar este monstro que acha que tudo pode.


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um inverno frio, longo e tenebroso

Desde que Horácio Elizondo mostrou o cartão vermelho para Zinedine Zidane no dia 09 de julho de 2006, na final da Copa do Mundo da Alemanha que a França vive um inferno astral no futebol. O país que venceu um Mundial como anfitrião em 1998 e é eterno carrasco do Brasil não consegue mais se levantar desde que viu seu maior ídolo deixar a taça mais importante do planeta para trás.

O que tinha de tudo pra ser o dia mais feliz na vida de muitos franceses, virou apenas a primeira página de uma crise que perdura até hoje. Itália e França se enfrentaram pela final da Copa do Mundo e o tempo normal acabou em 1 a 1, gols de Zidane e Materazzi. Figuras por sinal e protagonizaram também o tempo extra: aos 5 minutos do segundo tempo o craque francês marcou sua cabeça no peito do zagueiro italiano, e na história das Copas, terminando sua incrível carreira de forma melancólica. O que já era ruim piorou quando Fabio Grosso concretizou o ultimo pênalti da disputa, selando o vice-campeonato da França.

Dois anos depois veio o grande fiasco na Eurocopa 2008, um prévia do que realmente estava por vir? Parece que sim, num grupo com Holanda, Itália e a fraquissima Romênia, a França somou apenas um pontinho e acumulou derrotas pesadas para a Laranja e a Azurra. O técnico Raymond Domenech, o mesmo que havia sido vice-campeão na Alemanha se manteve no cargo mesmo após mais este fracasso.

Nas eliminatórias para o Mundial da Africa do Sul 2010 o futebol não foi muito diferente, mas terminou com uma pontinha de esperança para o torcedor francês. Em um grupo cujo adversário mais forte era a Sérvia, a França terminou na segunda posição, conquistando uma vaga na repescagem. Nesta "segunda fase" das eliminatórias o adversário foi a Irlanda, e mais um episódio ficou marcado na história da FFF, mais um negativo: a França ia sendo eliminada e precisava de mais um gol para conseguir a classificação, até que Henry quase segurou a bola nas mãos para dar o passe para Gallas concluir. A Seleção Francesa chegou à Copa do Mundo, sem méritos.

Comandados pelo problemático técnico Raymond Domenech, o mesmo treinador que não convocava jogadores do signo de escorpião e não estendeu a mão para Parreira, já dava pra prever o que seria da França no seu maior desafio do ciclo 2007-2010, a Copa do Mundo da África: um fracasso. Brigas internas, escândalos sexuais, um traidor dentro do vestiário e o afastamento de Anelka chamaram mais atenção do que o próprio futebol francês na Africa. A situação era tão difícil que o astro do time Thierry Henry não olhava na cara de seu treinador e vice-versa. A campanha só não foi a pior da história porque conseguiu marcar um gol na derrota para a Africa do Sul.

É claro que Domenech caiu e o processo de renovação será completo para o próximo ciclo de 4 anos até o Brasil, mas os ultimos anos sujaram a história de uma campeã mundial, considerada uma das maiores seleções da história. Fraceses agora ficam na torcida para que o Sol pouco a pouco volte a brilhar na terra de Zidane

domingo, 5 de setembro de 2010

Seis longos meses...

Depois de nos deliciar por seis meses ele vai dar um tempo, fazendo os próximos 6 meses não ficarem tão agradáveis quanto esses que passaram. Paulo Henrique Ganso nos fez enxergar o futebol de forma diferente, ou melhor, como ele realmente deveria ser visto: como arte, brincadeira, molecagem.

Estreou como profissional em 2008, mas foi um ano depois, ao marcar um bélissimo gol contra o Guarani na vitória por 3 a 1. O ano que ainda poderia ter sido melhor, terminou com o prêmio de revelação do Campeonato Brasileiro. Mas o seu ano ainda estava por vir: 2010 começou com o título do Campeonato Paulista, título da Copa do Brasil e consequentemente a vaga na Libertadores de 2011.

A Copa do Mundo não chegava a ser um prêmio por tudo que tinha feito, seria apenas uma consequência por merecimento. Não aconteceu, Dunga com sua cabeça fechada para o futebol levou apenas seus amigos para o Mundial, não se dando conta do 'Risco Kaká', que se recuperava e iria jogar a Copa do sacrifício. Sem um camisa 10 em condições e um substituto para ele... o resultado todos conhecem e não vale a pena relembrar.

Mas o fato é que os Meninos da Vila foram um mundo a parte quando o futebol estava ficando cada vez mais chato. Liderados por Dorival Júnior, Ganso, Robinho, Neymar e André ditaram o novo ritmo da bola, ratificado pela Seleção da Espanha: um futebol pra frente, onde a melhor defesa é o ataque.

O tempo acabou para Wesley, Robinho e André, transferidos à Europa, e agora perdemos Ganso por 6 longos meses. Se a Era Dunga não deixou nenhum legado, o futebol de PH Ganso deixou: a arte de conduzir a bola, passes milimétricamente calculados e bolas que teimavam em fugir das mãos dos goleiros mesmo após apanhar dos pés carinhosos do craque. Após seis meses em turnê pelo Brasil e pelo Mundo, o maestro vai tirar férias, esperamos ansiosamente por 2011.

sábado, 14 de agosto de 2010

De 17 à 34, as mudanças de Ronaldo

O menino de São Cristovão se chamava Ronaldo, em 1994 virou Ronaldinho, mais tarde com a chegada de Ronaldinho Gaúcho ele voltou a ser chamado de Ronaldo e prestes a encerrar sua carreira ele virou o Ronaldão. Um dos melhores jogadores da história do futebol mundial vai encerrando sua carreira com polêmicas, a maior delas seu peso. Poderia o extra-campo sujar a carreira de um jogador tão brilhante?

Um ano depois de começar sua carreira como profissional, Ronaldo já estava disputando a Copa do Mundo de 1994, com apenas 17 anos, repetindo o feito de Pelé, o rei do futebol. O garotinho magro dos dentes tortos que saiu do Rio de Janeiro em direção ao estado de Minas Gerais para ser jogador de futebol no Cruzeiro já havia se tornado uma estrela do futebol nacional.
Pouco tempo após a conquista do tetra mundial, Ronaldo se transferiu para o PSV da Holanda, time que para muitos é o responsável pelas sucessivas contusões do Fenômeno. Acontece neste período a primeira transformação do atacante, ele deixa de ser o jogador frágil e alia velocidade com força e explosão.

Ronaldinho entra então na melhor fase de sua carreira, ele deixa a Holanda e vai para a Espanha defender o Barcelona. Após vários títulos, o prêmio de melhor jogador do Mundo e 47 gols em 49 jogos, ele é comparado com o touro(animal de muita velocidade e força) e ganha o apelido de Fenômeno.
Uma temporada depois ele vai para a Internazionale de Milão, onde conquista pela segunda vez seguida o prêmio de melhor jogador do Mundo FIFA.
O Mundial de 1998, na França, tinha de tudo para ser a consagração do craque, mas ficou no quase. Ronaldinho voou como fez no Barcelona e na Inter, mas às vésperas da final contra a seleção anfitriã, o jogador sofreu com uma misteriosa convulsão e mesmo assim foi à campo em péssimas condições, o Brasil perdeu aquele jogo por 3 a 0 e foi vice-campeão.

O próximo ciclo de 4 anos até a Copa de 2002 foi péssimo para Ronaldo, contusões seguidas e algumas delas graves fizeram com que o craque disputasse apenas 24 partidas em três temporadas.
Ronaldo deu sua primeira volta por cima, apesar do estado duvidoso, foi convocado para a Copa realizada por Coréia do Sul e Japão, fez 8 gols e juntamente a Rivaldo levou o Brasil ao pentacampeonato mundial. Naquele ano ele conquistou a chuteira de ouro e a bola de prata da Copa do Mundo e foi eleito pela terceira vez o melhor jogador do Mundo FIFA.

Começava aí sua ultima e pior fase no futebol. Com o fim do Mundial, Ronaldo foi transferido ao Real Madrid e foi chamado pela primeira vez de gordo. No clube Madrilenho foram 5 temporadas, 177 jogos e 104 gols. Conquistou alguns títulos importantes neste período como o Campeonato Espanhol, a Liga dos Campeões e o Campeonato Mundial. Apesar disso, nunca mais conseguiu se afirmar e a pressão ficou forte de vez com a chegada do holandês Van Nisterooy.
Muitos quilos acima do peso ideal, Ronaldo foi à Copa do Mundo 2006, fez três gols e se tornou o maior artilheiro da história de todas as Copas, o que não foi suficiente para evitar o fiasco de sua seleção que foi eliminada apresentando um futebol fraco frente à França.

Voltou à Milão na temporada 2006-2007 para defender desta vez o Milan, e quando finalmente estava voltando a ser o velho Ronaldo, no começo de 2008, sofreu mais uma contusão grave. Neste período seu contrato acabou e o clube rubronegro não quis renovar.

Após se recuperar no Flamengo e estar envolvido em um escândalo com três travestis no Rio de Janeiro, Ronaldo foi contratado à custo zero pelo Corinthians em dezembro de 2008. Honrou o alto salário que recebia, maior do futebol brasileiro, e em 2009 ajudou o Timão a conquistar o Paulistão e Copa do Brasil, este ultimo que dá vaga à Libertadores, sonho de consumo do time paulista no ano do centenário.
Mas 2010 não foi tão bom quanto 2009, exibindo a maior barriga de sua vida, Ronaldo fez pouquíssimos jogos e teve uma média de gols muito baixa, o Coringão foi eliminado na primeira fase do Paulista e na Libertadores foi apenas até as oitavas.

O menino magrinho de 17 anos da periferia do Rio de Janeiro conquistou o Mundo, escreveu seu nome na história, e poucos antes de pendurar as chuteiras vai se afundando. Ronaldinho estaria apagando tudo que já havia feito? Certamente não, mas as coisas ruins ficam tão marcadas como as coisas boas.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O primeiro passo de Mano Menezes

Não começarei minha análise sobre a primeira convocação de Mano Menezes pela Seleção Brasileira com algum trocadilho envolvendo o nome do treinador como foi feito na maioria do textos sobre isso, só pra avisar mesmo. Mas que Mano foi ousado, isso sim, renovou mais do que qualquer torcedor poderia imaginar.

Do Rio Grande do Sul, para o Brasil, para o Mundo? Luís Antônio Venker de Menezes chegou à seleção de seu país com 48 anos com o objetivo de renovar para conquistar o Mundo jogando em casa na Copa de 2014. Como jogador Mano não foi grande coisa, jogou apenas em pequenos times gaúchos tendo sua grande glória no acesso do Guarani-RS para a segunda divisão do Gauchão.

Formado em Educação Física, Mano teve Paulo Autuori como mestre, com quem estagiou em 1997, quando o ultimo comandava o Cruzeiro. Depois disso ele voltou ao Guarani como treinador, passou por Brasil de Pelotas, Iraty, 15 de Novembro e Caxias até chegar ao comando do Grêmio, onde ficou conhecido nacionalmente.

No Grêmio levou o time de volta a Série A com o titulo da Segunda Divisão em 2005, conquistou o bicampeonato gaúcho 2006-2007 e foi vice-campeão da Copa Libertadores em 2007.
Em 2008 voltou a disputar a Série B do Campeonato Brasileiro, desta vez pelo Corinthians. Contratado pelo clube paulista em 2008, Mano foi vice da Copa do Brasil e Campeão da segunda divisão naquele ano. Em 2009 foi campeão paulista e campeão da Copa do Brasil, competição que dava vaga para a Libertadores, sonho de consumo do Corinthians para 2010, o ano do centenário. O sucesso não foi repetido em 2010, com as eliminações prematuras no Paulistão e no torneio continental.

Após a segunda queda seguida nas quartas de uma Copa do Mundo, Dunga foi demitido após o Mundial. Um mês de espera e Muricy era o novo técnico da Seleção Brasileira. Tudo certo entre CBF e Muricy, só esqueceram do Fluminense, que não liberou o treinador, que inclusive mostrou alguma magoa com a diretoria tricolor na coletiva após o clássico contra o Botafogo, mas também declarou entender.
Sendo assim, Ricardo Teixeira teve que procurar um novo treinador e viu em Mano Menezes o que precisava. Liberado pelo Corinthians, Mano assumiu a seleção na segunda-feira, 26 de julho, já com sua primeira convocação, cheia de surpresas por sinal. Vinte e quatro convocados, sete com idade olímpica e apenas quatro que disputarama ultima Copa.

Na lista estavam garotos convocados pela primeira vez: Ganso, Neymar, Rafael, Jucilei, André entre outros. Mas a grande surpresa foi mesmo o goleiro Renan, jovem de 19 anos do Avaí. Uma convocação que mostrou que não tem nome, não tem time, não tem pressão, o que convoca jogador é o seu desempenho, a qualidade do atleta.

A convocação de tantos garotos e o amistoso contra os Estados Unidos devem ser apenas experiências, mas Mano Menezes já mostra do que é capaz. Mas fica a grande dúvida: seria Mano somente um tampão até o fim do contrato de Felipão com o Palmeiras?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O que há de errado com os goleiros do Galo?

Goleiro, o camisa número 1 do time, muita responsabilidade para uma pessoa? Dizem que é a posição mais difícil do futebol, isso porque ele é sempre o ultimo homem, se passar por ele é gol adversário.
Nesta posição não existe meio termo, há herói ou vilão. Mas não no Atlético Mineiro, nos últimos tempos todo camisa 1 que veste o manto alvinegro está destinado a entrar para as páginas mais sombrias da história do Galo. Só este ano foram 4 candidatos ao posto de ídolo, até o momento 4 fracassos.

O primeiro a "frangar" este ano com a camisa do Galo foi Fabián Carini. O uruguaio que já passou por clubes como Juventus e Internazionale da Itália também já defendeu sua seleção em uma Copa do Mundo. O guarda-redes chegou ao clube mineiro no segundo semestre para ser titular absoluto já que os goleiros que estavam sendo utilizados vinham sendo muito criticados, no caso, Juninho e Edson. Fez um bom fim de campeonato Brasileiro em 2009, apesar de não ser uma unanimidade entre os torcedores, mas começou 2010 com o pé esquerdo: na terceira rodada do Campeonato Estadual de Minas Gerais, o goleiro engoliu o tradicional peru, um chute de muito longe do atacante do Ipatinga passou entre suas pernas e a partida acabou empatada por 1 a 1.

Aranha, goleiro da modesta Ponte Preta do interior paulista então foi contratado para substituir Carini. Aranha tinha feito uma grande Série B do Brasileirão 2009 jogando pela Ponte e era apontado como a salvação para o gol do alvinegro. Não vingou, na sétima rodada do estadual em jogo contra o Uberlândia, o atacante Paulo Roberto adiantou demais e a bola ficou de graça para Aranha que resolveu sair com os pés, mas se atrapalhou todo quando o atacante adversário chegou, e depois da dividida a bola foi morrer no fundo das redes. O Galo acabou vencendo esta partida por 5 a 2 para o sorte do goleiro.

O terceiro goleiro a falhar foi Marcelo, e logo em sua estreia. Campeão Brasileiro em 2005 pelo Corinthians, o goleiro se destacou mesmo foi pelo Bahia em 2009 onde ganhou status de ídolo e o apelido de "paredão". Porém, não teve a mesma sorte no Atlético: logo em sua estreia contra o Vitória, recebeu um recuo mal feito e quis dominar com o peito, deixou a bola cair e foi o tempo suficiente para o atacante Schwenk chegar e marcar. O jogo valido pela quarta rodada do Brasileirão terminou com vitória do Galo por 4 a 3.

Recomendado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, Fábio Costa foi o ultimo a chegar no Atlético. Com passagem pela seleção Brasileira e ídolo no Santos, falhou logo em seu primeiro jogo a frente do gol do Galo. Em jogo pelo Campeonato Brasileiro contra o Atlético Goianiense, após longo lançamento da defesa para o ataque do time goiano, Fábio Costa saiu do gol e foi traído pelo quique da bola, Rodrigo Tiuí aproveitou e marcou na derrota para o Galo Mineiro por 3 a 2.

Fica a pergunta: há alguma maldição com a camisa 1 do Clube Atlético Mineiro? O preparador de goleiros Eduardo Bahia acredita que não e ainda diz que isso não ocorrerá novamente com Fábio Costa, já que é um goleiro maduro e sua falha aconteceu devido somente a falta de ritmo.
Grandes arqueiros do futebol brasileiro e grandes falhas, todas elas no Atlético Mineiro. Qual a relação?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Os dois lados de Felipe Melo

Antes de tudo, Felipe Melo Vicente de Carvalho é carioca de Volta Redonda nascido em 26 de junho de 1983. Começou sua carreira como jogador no Flamengo em 2001, de lá para cá jogou no Cruzeiro, Grêmio, Mallorca, Racing Santander, Almería e Fiorentina, antes de se transferir para a Juventus, onde joga atualmente.

Foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez no começo de 2009, quando ainda atuava na Fiorentina, para o amistoso contra a Itália na Inglaterra. Começava ali um novo momento na história da amarelinha, a Era Felipe Melo. A partir dali, Dunga não o deixava mais de fora de nenhuma lista, sendo amistoso, torneio ou eliminatórias.

Melo conquistou de vez sua vaga na Copa das Confederações, torneio onde o Brasil conquistou o titulo. Nas 5 partidas daquele campeonato, Felipe foi conhecido como um jogador que aliava muita raça com técnica, exemplo raro de um jogador atualmente. Ali ele também consolidou a dupla de proteção da zaga ao lado do experiente Gilberto Silva, pentacampeão em 2002.

Tudo se encaminhava bem para a Copa do Mundo, mas sua má atuação pela Juventus juntamente a uma das piores campanhas da história da Juve em Campeonatos Italianos deixou todos com um pé atrás. Felipe Melo também deixou escapar seu péssimo temperamento de longas datas sendo um jogador faltoso e com muitos cartões, visto certas vezes até como desleal. O mau momento ainda foi recompensado com o prêmio de pior estrangeiro atuando na liga italiana na temporada 2009, titulo que o rendeu muita desconfiança por parte do povo brasileiro.

Sem dúvida outro motivo que ainda deixou Felipe com uma imagem ruim antes da Copa foi a pressão para ter os "Meninos da Vila" disputando a Copa do Mundo. Mas como pode isso se eles disputam posições diferentes? É que a seleção estava recheada de volantes enquanto só Kaká poderia fazer o papel do camisa 10. Aproveitando o mau momento de Felipe Melo, o povo apontou como uma das possíveis opções para deixar o elenco dando lugar a Ronaldinho Gaúcho ou Ganso.

A voz do povo pode até ser a voz de Deus, mas não a voz de Dunga, que contrariou torcedores e jornalistas deixando craques de fora de sua lista para montar um conjunto no qual só entravam jogadores fiéis à ele. Felipe Melo estava entre os 23 e tinha total confiança do treinador para começar entre os titulares.
Já nos amistosos contra Zimbábue e Tanzânia, Felipe mostrou do que era capaz perdendo por vezes sua cabeça e quase sendo expulso em um jogo que não valia absolutamente nada. Agora tomava conta o medo de que Felipe Melo pudesse ser expulso em momento que a seleção realmente precisasse dele, na Copa do Mundo.

A Copa começou para o Brasil no dia 15 de junho, contra a Coréia do Norte, e tanto nesse quanto no segundo jogo contra a Costa do Marfim o camisa 5 se controlou mostrando que poderia ser outro jogador. Mas tudo mudou quando o lado mau de Felipe Melo entrou em campo no jogo contra Portugal, revoltado com as faltas cometidas pelo brasileiro naturalizado português Pepe, ele não deixou barato fazendo faltas duras, teve a sorte de receber apenas um cartão amarelo e ser substituído ainda na primeira etapa.
Mas o jogo que realmente marca Felipe Melo como um jogador bipolar é o das quartas-de-final contra a Holanda. O volante faz um primeiro tempo perfeito, dando um passe magnífico para o gol de Robinho e fazendo desarmes pontuais. No segundo tempo acontece o que todos temiam, mais do que um gol contra que virou o placar à favor da laranja, mas uma expulsão após uma pisada criminosa no atacante Robben. Felipe Melo deixou a Copa do Mundo mais cedo e impediu que Dunga fizesse uma alteração mais ousada que a troca de um atacante por outro.

O lado ruim de Felipe Melo foi mais forte que o lado bom e deu fim a segunda Era Dunga na Seleção Brasileira. Mas terá sido o fim da Era Felipe Melo? Alguns acham que se a cabeça dele for trabalhada e ele se tornar uma pessoas mais centrada isso é possível. Mas seria possível fazer isso com um jogador que já vai estar com 30 anos no próximo Mundial? Talvez seja tarde demais e Felipe já tenha jogado fora a grande chance de sua vida.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Apresentação

O meu nome é Marcelo José Nunes, tenho 17 anos, sou nascido em Florianópolis e sempre vivi nesta cidade. Frequentador assíduo de estádios de futebol desde os 6 anos de idade, aprendi com meu pai a adorar este esporte.
Meu currículo não é muito longo, sou estudante de Comunicação social com ênfase em Mídia Eletrônica, participei da maratona de 22,5 horas de palestras com profissionais como Virgílio Elísio, Marcus Vinicius Freire e Milioli Neto no 9º Fórum Internacional de Esportes. Também cobri os dois jogos finais do Campeonato Catarinense entre Avaí e Joinville para o Blog Jogo Aberto, do comentarista Lédio Carmona, do canal por assinatura SporTV.
Já criei outros blogs de esporte, um especifico para o Pingaiada Esporte Clube e outro chamado Futebol Capital. O primeiro durou mais de um ano, atualizando frequentemente notícias do time amador da capital catarinense. Já o segundo durou pouco tempo, ele tinha como objetivo levar notícias do futebol catarinense até o seu leitor, mas devido a falta de tempo dos autores, o projeto foi deixado de lado.
Este blog não será algo tão levado a sério, claro que atualizações sempre que possível, mas sem atravessar outros compromissos. Como conteúdo terá temas esportivos, normalmente sobre futebol. Serão feitas desde reportagens de jogos até matérias sobre algo relevante.
Este é o meu blog, sinta-se a vontade para ler, comentar, compartilhar, inscrever-se no RSS ou fechar caso esteja muito ruim. Muito obrigado!