segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um inverno frio, longo e tenebroso

Desde que Horácio Elizondo mostrou o cartão vermelho para Zinedine Zidane no dia 09 de julho de 2006, na final da Copa do Mundo da Alemanha que a França vive um inferno astral no futebol. O país que venceu um Mundial como anfitrião em 1998 e é eterno carrasco do Brasil não consegue mais se levantar desde que viu seu maior ídolo deixar a taça mais importante do planeta para trás.

O que tinha de tudo pra ser o dia mais feliz na vida de muitos franceses, virou apenas a primeira página de uma crise que perdura até hoje. Itália e França se enfrentaram pela final da Copa do Mundo e o tempo normal acabou em 1 a 1, gols de Zidane e Materazzi. Figuras por sinal e protagonizaram também o tempo extra: aos 5 minutos do segundo tempo o craque francês marcou sua cabeça no peito do zagueiro italiano, e na história das Copas, terminando sua incrível carreira de forma melancólica. O que já era ruim piorou quando Fabio Grosso concretizou o ultimo pênalti da disputa, selando o vice-campeonato da França.

Dois anos depois veio o grande fiasco na Eurocopa 2008, um prévia do que realmente estava por vir? Parece que sim, num grupo com Holanda, Itália e a fraquissima Romênia, a França somou apenas um pontinho e acumulou derrotas pesadas para a Laranja e a Azurra. O técnico Raymond Domenech, o mesmo que havia sido vice-campeão na Alemanha se manteve no cargo mesmo após mais este fracasso.

Nas eliminatórias para o Mundial da Africa do Sul 2010 o futebol não foi muito diferente, mas terminou com uma pontinha de esperança para o torcedor francês. Em um grupo cujo adversário mais forte era a Sérvia, a França terminou na segunda posição, conquistando uma vaga na repescagem. Nesta "segunda fase" das eliminatórias o adversário foi a Irlanda, e mais um episódio ficou marcado na história da FFF, mais um negativo: a França ia sendo eliminada e precisava de mais um gol para conseguir a classificação, até que Henry quase segurou a bola nas mãos para dar o passe para Gallas concluir. A Seleção Francesa chegou à Copa do Mundo, sem méritos.

Comandados pelo problemático técnico Raymond Domenech, o mesmo treinador que não convocava jogadores do signo de escorpião e não estendeu a mão para Parreira, já dava pra prever o que seria da França no seu maior desafio do ciclo 2007-2010, a Copa do Mundo da África: um fracasso. Brigas internas, escândalos sexuais, um traidor dentro do vestiário e o afastamento de Anelka chamaram mais atenção do que o próprio futebol francês na Africa. A situação era tão difícil que o astro do time Thierry Henry não olhava na cara de seu treinador e vice-versa. A campanha só não foi a pior da história porque conseguiu marcar um gol na derrota para a Africa do Sul.

É claro que Domenech caiu e o processo de renovação será completo para o próximo ciclo de 4 anos até o Brasil, mas os ultimos anos sujaram a história de uma campeã mundial, considerada uma das maiores seleções da história. Fraceses agora ficam na torcida para que o Sol pouco a pouco volte a brilhar na terra de Zidane

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