sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Feliz natal e próspero ano novo

São os votos de todos aqueles clubes que ao final da temporada não brigam por mais nada. A libertadores ficou longe e inalcançável, do outro lado, a zona de rebaixamento não assusta mais. Mas o calendário não acabou, e como afastar-se da competição não é uma alternativa, tal clube acaba prejudicando outros que lutam por dias melhores.
A displicência desses times do centro da tabela é notável, e para bater de frente com isso aparecem os fatores extra-campo. A rivalidade é um deles, times que não brigam por mais nada podem deixar o Brasileirão ainda mais a margem para ver seu rival perder aquele tão sonhado título. Um exemplo recente e muito didático está na última rodada do Campeonato Brasileiro 2009 onde o Grêmio facilitou a vida do Flamengo, para ver seu maior rival, o Inter, ser vice mais uma vez. Já em 2010, o Fluminense, que briga pelo campeonato, enfrenta Palmeiras e São Paulo nas últimas três rodadas, rivais do Corinthians, que luta contra o Fluminense. Toda esta situação abre julgamento para um crime que ainda não ocorreu: o que fazer para que Porco e Tricolor levem seus jogos com seriedade?

No lado inverso dos times que entregam seus jogos, estão aqueles que endurecem na busca de uma reconpensa, seja ela a infelicidade de um rival, ou o mais comum, a mala branca. Em 2009, o goleiro Renê e o atacante Val Baiano foram afastados do Grêmio Barueri por afirmarem ter recebido a mala branca para dificultar uma partida. Estaria isto errado? Particularmente, eu prefiro isso, que torna os jogos mais emocionantes, do que partidas com um vencedor antes mesmo do apito inicial.

Por fim, aparece a temível e desaparecida mala preta. A mala preta consiste em jogadores receberem dinheiro do time adversário para facilitarem na partida e entregarem o resultado. Apesar de condenável e não mais falada como em anos anteriores, é nítido que ela ainda ocorre.

Mais um Brasileirão vai chegando ao fim. Desde 2003, ano em que foi aplicado o método dos pontos corridos, temos visto times coadjuvantes decidindo campeonatos. Seria a volta do mata-mata o ideal para reverter o quadro? O certo é que a podridão é o caminho para os esportes que envolvem tanto dinheiro.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A volta do Imortal

Um início para animar qualquer um, um meio desesperador, e um final feliz? Parece até roteiro de filme, mas estou falando do 2010 que viveu o tricolor gaúcho. Altos e baixos marcam a temporada que pode ter um desfecho magnífico.

Tudo começa com a chegada de Paulo Silas, treinador que havia alavancado o Avaí do anonimato para uma competição internacional. Apesar das vitórias nas primeiras partidas do Gaúchão, o time não convencia sua torcida, que ficou ainda mais decepcionada após a derrota no Gre-Nal de Erechim. Mas o tempo passou e o imortal justificou o estigma, dando a volta por cima e conquistando o regional contra seu maior rival. Silas e companhia que eram tão criticados surgem então com status de herói.

A ótima campanha na Copa do Brasil também empolgava, torcedores já planejavam a conquista do torneio que não vinha desde 2001. Mas havia um Santos no caminho, ou melhor, Santástico. Munido de Robinho, Neymar, Ganso, André e companhia, os Meninos da Vila eliminaram o Grêmio nas semi-finais, e de uma só vez acabou com toda a moral do grupo.

Começava assim a maior tempestade sofrida pelo Tricolor na temporada. A queda de rendimento no Campeonato Brasileiro era nítida, alguns torcedores mais pessimistas já podiam ver o segundo descenso em menos de dez anos. O ápice da crise chegou na décima terceira rodada, após a derrota para o Fluminense no Olímpico. A 18ª posição na classificação custou os empregos de Silas e Meira.

Tudo que o Grêmio precisava naquele momento aconteceu, a vinda de um salvador, Renato Gaúcho. O homem que havia dado o Mundial de 1983 ao Tricolor agora tinha a missão de tirar o mesmo do buraco. E não é que deu certo? Mesmo após alguns tropeços no começo e muita desconfiança Renato foi desenvolvendo um bom trabalho, com resultados. O time deixou a briga contra o rebaixamento para lutar por uma vaga na principal competição continental. Douglas, Jonas e alguns jogadores contestados intensamente passaram a ser peças importantes no time de Portaluppi e ganharam espaço no coração da torcida.

Tinha tudo pra dar certo, deu errado. Tinha tudo pra dar errado, deu certo. Um ano que tinha tudo para terminar em lágrimas para os tricolores vai terminando muito bem. Seria Renato o responsável pela virada tricolor? A fato é que a reação heróica, assim como a do Goiás em 2003 e a do Fluminense em 2009, servirá como espelho para times que enfrentarem maus momentos daqui em diante.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Moda "Modinha"

Pode ficar tranquilo, estamos dentro das quatro linhas, e não em uma passarela. Mas vamos falar do que realmente interessa. Agora é moda entre as torcidas chamar aqueles que tem um ponto de vista crítico de "modinha" ou até mesmo "corneteiro". Bom, talvez eu tenha pego muito leve com os torcedores que fazem isso. São os famosos chatos encontrados em um estádio de futebol, aqueles que pegam no pé daquele metido com sua chuteirinha colorida, que jogam amendoim, e por fim vaiam, palavra esta tão temida pelos amantes do estilo "apoiar até morrer".
O que acontece, e tantos não conseguem enxergar por estarem focados em fazer a vontade da maioria ou talvez minoria que pense ser a maior parte, é que a vaia faz parte do futebol e por vezes é necessária para que algo errado seja retificado.

Um exemplo bobo mas capaz de mostrar isso no cotidiano é uma criança de 8 anos e sua mãe, que tenta educa-lo. Ao pôr suas mãos em uma tomada, a criança ouvirá uma repreensão de sua mãe, um reforço negativo. Por demonstrar-se grossa, a mãe estava querendo o mal de seu progenitor? Claro que não, ela só queria que ele não tomasse mais aquelas atitudes equivocadas.

No futebol é assim, talvez a vaias que os verdadeiros modinhas julgam ser impertinentes mostrando apenas seus deméritos, tenham alguns pontos positivos.
O futebol de Santa Catarina mostrou isso nesta semana: após perder um gol incrível e quase ser crucificado, literalmente, pela torcida do Figueirense em jogo válido pela Série B no sábado, Jean Carioca deu a volta por cima marcando o gol da vitória de seu clube dois dias depois.
De herói a vilão em um curtissímo período de tempo. Será que se nã fossem os "puxões de orelha" da torcida alvinegra, o atleta se motivaria o bastante a ponto de dar a volta por cima?

Uma torcida de verdade não se faz somente com elogios, críticar também é nescessário. Quando se quer o bem de algo tão relevante, não se pondera o sentimento, ele flui naturalmente. Aqueles que dizem se controlar com o argumento de que só o apoio é importante, estão mentindo em primeiro lugar, já que afirmam isso só para estar na moda. E em segundo lugar, não são torcedores, já que o torcedor de verdade não consegue controlar seus sentimentos.