segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Não era uma sexta-feira 13

Todo mundo tem aquele dia que acorda com o pé esquerdo. Depois de levantar-se atrasado, o cidadão veste seu traje de trabalho e quando está pronto para sair percebe uma mancha bem no meio de seu terno. Ele volta pra casa, troca de roupa, e quando está indo novamente para o carro pisa nas fezes do cachorro do vizinho mala, com quem já bateu boca diversas vezes por levar o animal para fazer suas necessidades em lugar inadequado. Como se já não bastasse por um dia, ao chegar no trabalho, o chefe revoltado com o atraso resolve demiti-lo. Foi mais ou menos isso que aconteceu ao Ney Franco no jogo de ontem, justamente contra a Argentina. Ao menos ele não perdeu o emprego.

Argentina e Brasil fazem sempre um grande jogo, independente de esporte ou categoria. "Ganhar é bom, ganhar da Argentina é melhor ainda", diria Galvão Bueno, mas perder deles é tão duro quanto.
Com sangue nos olhos, o Brasil adentrou ao gramado focando a vitória, mais do que isso, a vitória sobre o maior rival. Se afobou, isso ficou claro quando Juan jogou seu braço direito contra o rosto de um atacante argentino enquanto a bola era alçada na área. Pênalti para os hermanos e cartão vermelho para o defensor brasileiro que parecia não acreditar na expulsão, ou no que havia acabado de fazer. Funes Mori foi o encarregado de converter o lance em gol e fazer tudo desandar para o lado canarinho com menos de 10 minutos de jogo.
Assim como na história do primeiro parágrafo, tudo dava errado para Ney Franco. Pouco antes de perder seu quarto zagueiro, Bruno Uvini teve uma fratura e precisou ser substituído. Com a defesa reserva, as coisas pareciam ir de mal a pior.

Veio a segunda etapa e com ela uma réstia de esperança para cada torcedor brasileiro. Após receber passe de Neymar, Willian José acertou uma bomba no canto da meta defendida pelo goleiro Andrada. Foi neste momento que deu pra perceber o quanto os brasileiros queriam vencer aquele jogo. Gabriel pulava lá do outro lado como se fosse uma criança que acabou de ganhar seu brinquedo favorito enquanto Danilo, também do outro lado do campo, batia no peito e beijava o escudo da CBF.
Uma pena que o sonho dos garotos não tenha se concretizado. Passaram alguns minutos e Iturbe lançou novamente a Argentina a frente do placar após passar por todos os defensores brasileiros que pareciam não saber como tirar aquela bola dali.
Se já não bastasse perder a dupla de zaga titular, sendo um deles por fatura, ter ficado o jogo todo com um a menos em campo e ter perdido o clássico, Ney Franco ainda viu Neymar perder a cabeça e tomar o terceiro amarelo, que o tira da próxima e decisiva partida, na quarta-feira, contra o Equador.
Não era uma sexta-feira 13, mas bem que poderia ter sido.

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