quarta-feira, 13 de julho de 2011

Déjà vú - Brasil 4x2 Equador

No dia 26 de junho de 2006, o Brasil entrou em campo fardado de camisa amarela, calção e meiões brancos para encarar o Japão, adversário tradicionalmente trajado em azul, pela terceira rodada da Copa do Mundo da Alemanha. Foram duas vitórias, contra Croácia e Austrália, no entanto a seleção ainda não havia convencido. O camisa 9 era o fenômeno Ronaldo, acima do peso ele não vivia boa fase e precisava de gols para voltar a ter a confiança do torcedor.
No fim deu tudo certo. O centroavante desencantou, marcou duas vezes - chegando assim à artilharia de todas as copas, ao lado de Gerd Müller - e mandou o time do técnico Zico de volta para a Terra do Sol Nascente.

E se eu lhes escrevo a seguinte storyline: uma seleção de camisa amarela, calção e meiões brancos, enfrenta um rival vestido de azul por completo. Dirigida por um técnico questionado por não conseguir fazer os talentos individuais brilharem no coletivo, a seleção que não havia dado esperança de bom futebol para seus torcedores bate seu adversário com quatro tentos anotados na terceira rodada, dois do camisa 9. Déjà vú?

A mesma história acontecendo duas vezes, mas com diferentes atores. Salvo a atuação de Robinho, que foi o parceiro do centroavante nas duas ocasiões. Enquanto estava ao lado de Ronaldo em 2006, foi o colega de Pato em 2011.

Chega de comparações por agora, afinal, é claro que houve diferenças nos dois jogos, alias, muitas. Brasil e Equador se enfrentaram pela terceira rodada da Copa América para definir seus futuros. Previa-se uma partida fácil para a Amarelinha, já que encarava a equipe de pior futebol na competição. Mas não foi exatamente isso que aconteceu. Sufocado pela necessidade de bater seu adversário jogando um bom futebol devido à vitória da Argentina no dia anterior, nossa seleção demorou a se soltar.

Mas quando saiu foi para espantar a má fase. Alexandre Pato aproveitou o cruzamento de André Santos para voltar a marcar para a seleção. Os outros três gols brasileiros foram marcados por Pato(1) e Neymar (2).

A destacar, as duas falhas de Júlio César. Eleito por muitos o melhor goleiro do mundo, Júlio aceitou dois chutes de Caicedo que relançou o time equatoriano por duas vezes no jogo. Apesar disso não acho que deva perder a posição ou sequer ser questionado. Todo atleta tem dia ruim, toda pessoa tem dia ruim. Tomar um "frango" é absolutamente normal, ainda mais o que ele tomou. E cá pra nós, não houve nenhum absurdo.

Fico mais preocupado com Neymar e Ganso. Os dois melhores jogadores brasileiros na atualidade ainda não encontraram a melhor forma quando comandados por Mano Menezes. E não me venha com essa de que o astro de Mogi das Cruzes brilhou porque marcou dois gols. Eu ainda anseio por seus dribles e jogadas maravilhosas.
Quanto a Ganso, onde ficou toda aquela visão de jogo da final da Taça Libertadores? Palavrinhas mágicas de Muricy?

Apesar de tudo, digo com orgulho que temos um lateral direito. Maicon fez nesta quarta-feira tudo que Dani Alves não fez nas duas primeiras partidas. Defendeu bem e quando foi ao ataque deixou os jogadores azuis em pânico. Cruzamentos precisos e dribles-da-vaca foram seu forte.

Ainda creio que seja essa a seleção que irá representar o Brasil em 2014. Alguns ajustes aqui, outros lá, e um novo esquema tático possivelmente darão jeito. Ou quem sabe um outro técnico? Que tal Muricy?

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